Deputados querem apuração de denúncias de agentes penitenciários

Diante das denúncias de assédio moral, pressões e perseguições diversas sofridas pelos agentes penitenciários, aprese...

03/12/2009 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Deputados querem apuração de denúncias de agentes penitenciários

Diante das denúncias de assédio moral, pressões e perseguições diversas sofridas pelos agentes penitenciários, apresentadas por escrito pelo sindicato da categoria, a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais vai encaminhar vários pedidos de apuração à Corregedoria da Secretaria de Estado de Defesa Social. Além disso, vai propor que o bloco PT/PMDB/PCdoB faça uma obstrução completa dos trabalhos na ALMG até que seja resolvido o problema. As decisões foram tomadas na audiência pública realizada nesta quinta-feira (3/12/09) a pedido dos deputados Weliton Prado (PT) e Carlin Moura (PCdoB).

As principais denúncias feitas pelos sindicatos e também pelos próprios agentes que lotaram o Auditório referem-se a horários de trabalho, desvio de função, suspensão do pagamento dos grevistas, pressões para abandonar o movimento e cessar os contatos com a entidade representativa desses trabalhadores, ameaça de não renovação dos contratados e de punições para os efetivos, no momento da avaliação de desempenho.

Os 592 agentes de segurança penitenciários e socioeducativos foram demitidos sumariamente e os concursados foram afastados após uma greve em outubro. Depois disso eles promoveram diversas manifestações, como vigílias, acampamento na porta da Assembleia e até greve de fome. Depois de gestões que envolveram diversos deputados, a Secretaria de Estado de Defesa Social anunciou a recontratação deles, mas o acordo não está sendo cumprido, segundo Weliton Prado e Durval Ângelo (PT). O acordo feito entre os deputados e a Secretaria foi de que seriam feitos novos contratos, com validade de até três anos, conforme disposto na Lei 18.185, de 2009.

O movimento dos agentes teve como reivindicações a volta do auxílio alimentação, o fim do assédio moral, melhorias nas condições de trabalho, a efetivação dos servidores contratados e equiparação de salário com a Polícia Civil.

Sindicato reivindica cumprimento da CLT

Para o vice-presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil, Denilson Aparecido Martins, além da questão política do assédio moral, é preciso analisar a questão pelo lado jurídico e dos direitos humanos. Ele garante que foram quebrados todos os parâmetros de direitos dos servidores, que não tiveram nenhuma chance de defesa. E sugeriu que a questão fosse encaminhada à ONU. "É preciso pelo menos que se cumpram os ditames legais, a CLT, já que os contratados estão amparados por essa legislação", completou.

O presidente da Associação União Mineira dos Agentes de Segurança Penitenciária (Unimasp), Ronan Rodrigues, disse se sentir um "idiota" com o tratamento dado pela Secretaria de Defesa Social. Ele se referiu à forma como foram denominados, segundo ele, por integrantes da Secretaria de Defesa Social em reunião após a greve. Para ele, a Secretaria desrespeita não só os agentes, mas a Assembleia, "que participou ativamente das negociações após a greve". O assédio foi descrito pelo diretor administrativo do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciários de Minas Gerais (Sindasp), Adeilton de Souza Rocha, como velado. "O assédio se consuma nas suspensões de folgas, nas alterações de plantões sem comunicado direto ao agente, nas exigências de mesmo ritmo de trabalho apesar do aumento no número de presos".

Muitas críticas foram feitas à falta de isonomia entre os diretores das unidades penitenciárias e os agentes. Segundo Durval Ângelo, a Corregedoria tem diversos inquéritos contra diretores e já pediu o afastamento deles, mas nada acontece. "Enquanto com os agentes há todo tipo de ameaça". Weliton Prado disse que é preciso que a Secretaria de Defesa Social esclareça os critérios de recondução dos agentes. "Aquilo está uma loucura, com informações truncadas".

O outro autor do requerimento da audiência, deputado Carlin Moura, afirmou que os agentes fizeram um movimento legítimo em busca de seus direitos, e que se prevalecer a mesma postura adotada pelo governo, não haverá mais movimento sindical de servidores. O deputado federal Elismar Prado (PT) disse que uma forma de ajudar a categoria será a aprovação da PEC 308/04, que cria a polícia penal e que, segundo ele, poderá melhorar as condições de trabalho da categoria. Ele disse que já pediu a inclusão do projeto na pauta de votações da Câmara de Deputados.

Debates - Vários agentes se manifestaram na fase de debates, denunciando as ameaças. Eles informaram que grupos de servidores protocolaram junto ao Ministério Público um pedido de cumprimento da Lei 18.185, de 2009, que trata da contratação temporária.

Requerimentos - Foram aprovados os seguintes requerimentos do deputado Durval Ângelo: que seja encaminhado à Corregedoria da Secretaria de Defesa Social pedido de providências para apuração das denúncias de assédio moral praticadas contra agentes penitenciários e das denúncias de desvio de função de agentes que estariam alocados irregularmente em funções administrativas; encaminhar ao secretário de Estado de Defesa Social pedido de informações sobre a ata da reunião que realizou com os representantes dos agentes penitenciários para discutir as reivindicações da categoria; sejam encaminhados à Defensoria Pública da União e ao Ministério Público da União pedidos de providências para apurar denúncias de que o Estado não estaria recolhendo os depósitos do INSS referentes ao pagamento dos agentes penitenciários.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Weliton Prado (PT), Carlin Moura (PCdoB) e Célio Moreira (PSDB). Também participou da reunião o diretor político do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Minas Gerais, Geraldo Henrique da Conceição.

 

 

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