Localização de terminal rodoviário em Nova Lima deve ser
revista
Motivo de polêmica, a localização do terminal
rodoviário a ser implantado pelo Estado em Nova Lima (RMBH) deve ser
revista, conforme foi consenso entre os participantes de reunião das
Comissões de Fiscalização Financeira e Orçamentária e de Transporte,
Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas
Gerais realizada nesta quarta-feira (25/11/09). O local previsto
inicialmente pelo Estado para instalar o terminal, o km 24 da
rodovia MG-30, recebeu críticas de moradores de Nova Lima, sobretudo
do condomínio Veredas, por estar em pista simples e num trecho
sinuoso. Durante a reunião, a prefeitura apresentou como alternativa
um terreno situado no km 18 da mesma rodovia, onde funcionava a
indústria Ciser.
A reunião foi solicitada pelo presidente da
Comissão de Fiscalização Financeira (FFO), deputado Zé Maia (PSDB),
para quem uma obra dessa natureza, por alterar a rotina da cidade e
seus moradores, merece uma discussão equilibrada. "É prudente que se
tenha um debate profundo para buscar a solução que melhor atenda às
comunidades", defendeu o parlamentar. Segundo Zé Maia, será feito um
relatório sobre o debate para envio a todos os órgãos e entidades
envolvidos.
O deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) também
defendeu uma decisão não apenas em função do custo financeiro, mas
levando em conta também a operacionalidade e a eficiência do
transporte e o conforto e a segurança da população. "Esperamos que
esses terminais possam atender demandas metropolitanas".
Riscos de acidentes - Segundo Haydée Magda Salvador, advogada e presidente do
Condomínio Veredas das Gerais, o trecho previsto incialmente é
considerado impróprio por estar num trecho sinuoso e sem pista
dupla, gerando riscos de problemas no trânsito e de acidentes e
atropelamentos. Ela disse, ainda, que muitos passageiros teriam que
"andar de ré", em alusão ao chamado transporte negativo, quando os
ônibus são obrigados a retornar a trechos anteriores antes de seguir
ao destino final. "Existem alternativas mais viáveis. Temos um trevo
em curva em frente ao condomínio e essa é uma das grandes
preocupações", relatou ela.
Área alternativa já é de utilidade pública, diz
prefeito
O prefeito de Nova Lima, Carlos Roberto Rodrigues,
disse que a prefeitura defende a implantação do terminal rodoviário,
discordando apenas da localização prevista, o que também foi
destacado pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Ronaldes
Marques. Ao defender a instalação em terreno situado no km 18 da
MG-30, e não no km 24, como previsto, o prefeito anunciou que o
terreno alternativo já foi decretado como de utilidade pública para
fins de desapropriação.
Segundo o prefeito, o terreno em questão foi doado
pela prefeitura à indústria Ciser (Cia. Industrial F. Carlos
Schneider). Como a empresa está desativada, ele cogita inclusive a
possibilidade de a prefeitura tentar reaver o terreno, mas não soube
precisar se a doação previu instrumento de reversão em caso de não
utilização da área para a finalidade prevista.
A secretária de Meio Ambiente de Nova Lima, Cátia
Romilde Gusso, encaminhou, na reunião, ofício ao representante da
Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop)
informando sobre deliberação do Conselho Municipal do Meio Ambiente
sobre o assunto. O documento solicita a apresentação de três
alternativas de área para instalação do terminal e a apresentação,
pelo Estado, de plano de circulação e transporte para o
empreendimento.
Estado garante que vai estudar opção de novo
terreno para a obra
O representante da Setop, José Adilson de Oliveira,
informou que os estudos e projetos técnicos e de impacto ambiental
para instalar o terminal na área prevista foram suspensos diante dos
questionamentos e em função da apresentação da área alternativa, no
km 18 da MG-30. Segundo ele, o trecho do km 24 foi cogitado
inicialmente por questões de economia, tendo em vista o fato de o
município estar localizado numa região muito acidentada, o que
dificulta a oferta de áreas mais viáveis. Os deputados e
representantes dos moradores, contudo, ressaltaram que a área
alternativa já possui trevo e pista dupla, podendo gerar economia
por não demandar investimento nessas melhorias, como exigiria a área
anterior.
José Adilson admitiu que a alternativa na qual a
prefeitura está empenhada atende às necessidades do projeto, mas
argumentou que há edificações no local - galpões da indústria
desativada - e que preocupava o custo para sua desapropriação.
Segundo ele, teriam chegado à secretaria informações de que o custo
poderia chegar a R$ 15 milhões, o que, destacou, corresponderia ao
dobro do custo de um terminal e inviabilizaria o investimento. Mas
segundo informou o prefeito de Nova Lima, o valor venal do terreno
apurado pela prefeitura seria de R$ 1,5 milhão.
Terminais em 18 cidades -
O representante da Setop informou que o Estado vai construir 18
terminais rodoviários no Estado. Ele explicou que esses equipamentos
são diferentes de uma rodoviária. Enquanto esta é um espaço aberto e
de livre acesso, o terminal possui portaria fechada, com acesso
controlado por bilhetagem ou para passageiro que já chega ao local
em ônibus. O objetivo é aumentar a oferta de horários e destinos,
reduzindo o tempo de espera na origem e desonerando o passageiro.
Presenças - Deputados Zé
Maia (PSDB), presidente; Adelmo Carneiro Leão (PT), Antônio Júlio
(PMDB), Inácio Franco (PV), Lafayette de Andrada (PSDB) e Sargento
Rodrigues (PDT). Também participaram da reunião o técnico da Setop,
Fábio Botelho, e os secretários municipais de Nova Lima, Antônio
Bortolete, de Obras; e Celso Batista, de Segurança, Trânsito e
Transporte.
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