BHTrans explica critérios para gratuidade nos ônibus urbanos

Em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizada nesta quarta...

25/11/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

BHTrans explica critérios para gratuidade nos ônibus urbanos

Em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizada nesta quarta-feira (25/11/09), deficientes visuais fizeram várias queixas em relação ao transporte público em Belo Horizonte. As reclamações vão desde o desrespeito por parte de motoristas de ônibus, cobradores e fiscais até a exigência de renovação anual do cartão que garante a gratuidade nos coletivos. Os deficientes também questionaram a existência de um critério socioeconômico para a concessão do passe livre. A reunião foi requerida pelo presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT).

O gerente de Coordenação de Gestão e Informação da BHTrans, Helbert do Carmo Lima, explicou cada um dos pontos, mostrando que o sistema de transporte público precisa de controle para funcionar de forma adequada. Dessa forma, ele justificou a exigência de uma renda máxima, equivalente a um salário mínimo per capita em cada família, como forma de garantir o equilíbrio financeiro do sistema e não sobrecarregar o usuário pagante. Lima deixou claro que a isenção de tarifa para deficientes físicos, visuais, auditivos e mentais é repassada ao preço da passagem. O mesmo ocorre no caso do transporte intermunicipal, relatou o assessor técnico da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas, Lindberg Ribeiro Garcia.

Em relação à exigência de renovação anual do cartão de gratuidade, o gerente da BHTrans também alegou a necessidade de se evitar o seu uso indevido. A mesma justificativa foi dada para a obrigação de se cadastrar até quatro acompanhantes dos deficientes visuais. Lima relatou que a medida, apesar de antipática, foi tomada porque havia casos de cegos "vendendo" a vaga de acompanhante nos pontos de ônibus pela metade do preço da passagem.

Casos de desrespeito devem ser denunciados e apurados

O deputado Durval Ângelo sugeriu que a discussão sobre o critério socioeconômico seja reaberta, uma vez que muitas pessoas, mesmo com condição financeira favorável, precisam arcar com despesas como remédios, consultas médicas e equipamentos. Assim como o gerente da BHTrans, ele fez um apelo para que os deficientes que forem desrespeitados por operadores do transporte coletivo façam efetivamente a denúncia, seja na comissão, seja na BHTrans, trazendo o maior número de informações possível para que o caso possa ser apurado.

Também presente à reunião, o presidente do Conselho Regional de Medicina, João Batista Gomes Soares, comentou que estava percebendo o drama dos deficientes visuais no dia a dia. "Estamos acostumados a fazer exames oftalmológicos, mas as dificuldades dessas pessoas vai muito além da cegueira", afirmou, colocando o conselho à disposição para ajudar no que for possível.

Um caso trazido à comissão por um deficiente visual com 100% de cegueira, mas que, após perícia da BHTrans, perdeu o direito à gratuidade, sob alegação de que ele enxergava, foi esclarecido. O gerente da BHTrans inclusive pediu desculpas pelo equívoco do médico perito, que também assumiu seu erro diante do Conselho Regional de Medicina. O deficiente já teve seu passe renovado.

Requerimentos - Foram aprovados requerimentos dos deputados Durval Ângelo e Padre João (PT). Eles pedem que sejam realizadas visitas ao juiz da 12ª Vara Federal da Seção Judiciária de Minas Gerais e ao presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região para discutir questões relativas a conflitos agrários no Estado; seja encaminhado ao promotor de Justiça das cidades de Jacinto e Almenara, Bruno César Medeiros Jardini, pedido de providências para a substituição da expressão "comodatários acordantes" por "posseiros acordantes", no termo de acordo amigável celebrado no dia 8 de setembro; e que seja encaminhado ao superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais pedido de providências para a proteção da irmã Geralda Magela Fonseca, que vem sofrendo ameaças de morte por sua atuação junto ao acampamento Dom Luciano Mendes, na fazenda Monte Cristo, em Salto da Divisa, informado-lhe que há negociações com a Secretaria Especial de Direitos Humanos para a inclusão da freira no Programa Nacional de Proteção de Defensores dos Direitos Humanos.

Outros três requerimentos de Durval Ângelo, também aprovados, pedem que sejam encaminhados ao delegado de Polícia de Jacinto pedido de providências e cópias das notas taquigráficas das audiências públicas realizadas em Salto da Divisa; seja encaminhada à Secretaria Nacional de Direitos Humanos, para conhecimento, cópia das notas taquigráficas da reunião realizada em Salto da Divisa na última segunda-feira (23); sejam encaminhadas ao chefe da Polícia Civil e ao comandante da Polícia Militar manifestações de aplauso pela atuação dos policiais que fizeram a segurança da irmã Geraldinha na reunião realizada em Salto da Divisa.

Foram aprovados ainda dois requerimentos dos deputados Durval Ângelo e Carlin Moura (PCdoB), em que solicitam sejam encaminhados ao governador, ao secretário de Estado de Defesa Social, ao procurador-geral de Justiça, aos promotores responsáveis pela defesa dos direitos humanos nas comarcas de Contagem e Betim, ao comandante-geral da PMMG, ao corregedor da PMMG, ao superintendente regional da Polícia Federal em Minas Gerais e ao presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, pedido de providências e cópias das notas taquigráficas da reunião realizada na última quinta-feira (19), na qual servidoras da prefeitura de Carmópolis de Minas apresentaram denúncias de perseguição e ameaças; e que seja realizada visita à Secretaria de Defesa Social, com a participação do Comando-Geral da PMMG, dos comandantes do 33º e do 39º Batalhões da PMMG e do procurador de Justiça Jacson Rafael Campomizzi, para discutir denúncias sobre atuação policial irregular em manifestações sindicais nos municípios de Betim e Contagem.

Por fim, a comissão aprovou requerimento do deputado José Henrique (PMDB), em que solicita uma audiência pública em Conselheiro Pena para discutir o excesso de processos acumulados naquela comarca, bem como a possibilidade de instalação de uma segunda vara da Justiça Eleitoral no município.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Fahim Sawan (PSDB), vice; Vanderlei Miranda (PMDB) e José Henrique (PMDB). Também participaram da reunião o gerente de Fiscalização do DER-MG, Ronaldo de Assis Carvalho; o vice-presidente da Associação União Auxiliadora dos Cegos de Minas Gerais, José Milton de Souza; e o coordenador municipal de Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência, José Carlos Dias Filho.

 

 

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