| Professor da UFMG defende valorização da educação 
            física Se o Brasil quer se tornar destaque olímpico, tem 
            que valorizar o profissional do esporte. A afirmação é do diretor da 
            Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 
            UFMG e membro do Conselho Federal de Educação Física (Confef), 
            Emerson Silami Garcia. Ele foi o responsável pela palestra magna do 
            Seminário Legislativo Esporte, Infância e Adolescência - 
            Caminho para a cidadania, que Assembleia Legislativa de 
            Minas Gerais promove com entidades parceiras, entre esta 
            quarta-feira (25/11/09) e sexta-feira (27). Em sua palestra, Emerson Silami resumiu os temas 
            discutidos durante os cinco meses que precederam a etapa final do 
            seminário. Nesse período, foram realizados quatro encontros 
            regionais. Para o diretor, a formação dos profissionais da área é 
            deficiente e não contempla adequadamente a iniciação ou o 
            treinamento de atletas visando ao alto rendimento. "Um dos 
            resultados disso é a importação de técnicos do exterior, o que já 
            acontece em esportes como o basquete, voleibol, ginástica e 
            atletismo", disse. "A educação física é vista como perda de tempo para 
            muitos. As aulas têm sido reduzidas sistematicamente e não contam 
            com instalações adequadas e suficientes", falou. Ele se declarou 
            contra a transferência de responsabilidade da formação esportiva 
            para clubes ou escolas de esporte. "Isso não está correto." Silami 
            comentou sobre a urgência de investimentos e atenção ao setor. 
            "Posso aprender inglês em qualquer idade, mas a atividade física não 
            pode esperar", disse, lembrando os benefícios do esporte para uma 
            vida saudável. Sobre a valorização dos profissionais do esporte, o 
            diretor foi enfático. "Não há emprego para técnico de esporte. 
            Muitas prefeituras contratam monitor de esporte. Isso não existe", 
            afirmou. Emerson Silami foi aplaudido ao defender a inclusão 
            das aulas de educação física em pelo menos três dias da semana nos 
            horários das escolas. Outro ponto de preocupação para a categoria, 
            segundo ele, é a falta de continuidade de programas oficiais de 
            governo. "A falência do esporte universitário também dificulta a 
            sequência da carreira esportiva dos atletas após o ensino médio. 
            Soma-se a isso o antagonismo entre esportes de rendimento e 
            programas de inclusão social e de lazer", argumentou. Silami também 
            comentou sobre o uso de drogas ilícitas pelos esportistas. "É 
            preciso educação, não punição. Muitos profissionais não gabaritados, 
            muitas vezes sem formação, repassam substâncias químicas proibidas. 
            Esses precisam ser punidos", comentou. Especialista afirma que papel da educação física é 
            formar valores Ao fazer a palestra "Educação física e esporte como 
            mecanismo de cidadania", o gerente de lazer e esportes da Federação 
            das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Antônio Muzzi, disse que o 
            objetivo do profissional da área é formar valores como o 
            enriquecimento da personalidade dos alunos, o desenvolvimento do 
            senso de cidadania e o estímulo à cultura da paz. O representante da 
            Fiemg informou que o Sesi - entidade educacional vinculada ao 
            sistema industrial do País - investe constantemente nos 
            profissionais da educação física. "O Sesi inaugurou em 2006 a Vila 
            Olímpica de Uberlândia, que agora implanta o primeiro centro de 
            treinamento de atletismo no Brasil, com vistas às Olimpíadas de 
            Londres (2012) e do Rio de Janeiro (2016). Ex-atleta profissional e autor do requerimento que 
            originou o seminário, o deputado João Leite (PSDB) foi o coordenador 
            da segunda mesa de trabalhos do seminário. Ele relembrou sua 
            iniciação no esporte, "nos campinhos da Vila Oeste", e sua 
            permanente luta pelo fortalecimento do esporte. "Sonho com todas as 
            crianças tendo acesso ao esporte, com as escolas equipadas com 
            piscinas, pistas de atletismo e quadras", concluiu. Duas palestras da manhã desta quarta-feira foram 
            transferidas para a quinta (26) de manhã: "Panorama do esporte de 
            formação e participação no Estado de Minas Gerais", com a 
            superintendente de Esporte Educacional da Secretaria de Estado de 
            Esportes e Juventude; e "Educação física escolar", com a 
            subsecretária de Estado de Desenvolvimento da Educação Básica, 
            Raquel Elizabete Souza Santos. Dentro da programação do evento, na tarde desta 
            quarta-feira (25) reúnem-se três do seis grupos de trabalho. Os 
            temas foram divididos em dois grandes eixos: o esporte de formação e 
            de participação na infância e na juventude; e o esporte de 
            rendimento na infância e na juventude. Cada um deles inclui temas 
            específicos, tais como o esporte como mecanismo de cidadania e 
            prevenção à criminalidade, discussão de políticas públicas e 
            legislação. Outros eixos vão ser discutidos, como o combate ao 
            assédio moral e sexual no esporte, dopping e trabalho 
            infantil. O seminário foi construído com a colaboração dos 
            gabinetes parlamentares e de entidades do setor, como: Associação de 
            Garantia do Atleta Profissional (Agap), Conselho Regional de 
            Educação Física, Federação de Esportes Estudantis de Minas Gerais, 
            Associação Mineira das Federações Esportivas, Coordenadoria Especial 
            de Apoio e Assistência à Pessoa com Deficiência, Federação 
            Pan-Americana de Levantamento de Peso, Associação Mineira dos 
            Profissionais de Futebol, Universidade Federal de Minas Gerais, 
            Secretaria de Estado de Esportes e Juventude e Fórum Estadual de 
            Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao 
            Adolescente.     |