Comissão dos Emigrantes encerra trabalhos com aprovação do relatório

A Comissão Extraordinária de Políticas Públicas de Apoio aos Emigrantes Mineiros concluiu seus trabalhos nesta terça-...

24/11/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comissão dos Emigrantes encerra trabalhos com aprovação do relatório

A Comissão Extraordinária de Políticas Públicas de Apoio aos Emigrantes Mineiros concluiu seus trabalhos nesta terça-feira (24/11/09), com a leitura do relatório final pelo coordenador, deputado Chico Uejo (PSB). Recomendações foram feitas pelos deputados com base nos depoimentos colhidos e nas discussões mantidas desde o mês de março. Quatro delas foram transformadas em requerimentos.

O primeiro requerimento é dirigido ao ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Luppi, para a criação de um posto de atendimento ao emigrante em Governador Valadares, com um programa de reinserção do retornado. O segundo pede ao ministro da Educação, Fernando Haddad, programa de educação à distância para os brasileiros no exterior e de requalificação profissional para os retornados. O terceiro solicita ao ministro da Previdência, José Pimentel, providências para que o tempo de trabalho dos dekasseguis no Japão seja contado para a aposentadoria.

O quarto requerimento é dirigido à secretária de Educação, Vanessa Guimarães, para introduzir nos currículos escolares das regiões expulsoras de mão-de-obra para o exterior, conteúdos relativos à migração e distribuição de cartilhas esclarecedoras do Ministério do Trabalho.

Chico Uejo relatou que ele mesmo foi dekassegui na juventude. Aos 20 anos, rumou para Toyama, no Japão, para trabalhar e reunir dinheiro suficiente para retornar ao Brasil e terminar a faculdade. Em seu relatório, o deputado fez um resumo dos fluxos migratórios para o exterior. Segundo ele, a partir dos anos 80 o fluxo migratório tornou-se negativo, ou seja, mais brasileiros saíram do país do que estrangeiros entraram. Na década de 80 estima-se que 1,8 milhão foi para o exterior. Na década de 90, o número caiu para 550 mil.

Comissão analisou quatro grandes fluxos emigratórios

Uejo salienta que os números podem estar subestimados porque uma parte expressiva da emigração é irregular. Uma estimativa de 2007 dá conta que há três milhões de brasileiros vivendo no exterior. Os primeiros fluxos tiveram características diaspóricas, ou seja, o contingente mantém laços com o país e alimenta o sonho de poupar para voltar ao Brasil.

Nos anos 70, disse o deputado, o primeiro fluxo importante foi em busca de terras de cultivo no Paraguai. Estima-se hoje que 8% da população paraguaia sejam de brasileiros, que detêm 1,3 milhões de hectares de terras produtivas naquele país. O segundo fluxo foi nos anos 80, em direção principalmente aos Estados Unidos e Canadá. Os EUA têm a maior população de brasileiros fora do Brasil. A segunda está no Paraguai. Nos anos 90, o fluxo dos emigrantes para os EUA se inverteu, com o retorno ao Brasil. Os novos emigrantes partiram para lá com a intenção de fixar-se, contando com as redes sociais de apoio estabelecidas principalmente na região de Boston.

O terceiro fluxo importante, iniciado nos anos 80, foi de descendentes de japoneses para o Japão. Foi uma emigração legalizada, para fazer principalmente trabalho braçal e operário. O quarto fluxo mirou a Espanha, Portugal, Reino Unido e Itália. Desta vez não saíram mais os brasileiros de mais elevado nível intelectual, a chamada "fuga de cérebros", mas os de baixa renda e pouco qualificados.

A Comissão apurou também que nos anos mais recentes houve mudanças positivas no tratamento dado pelas representações diplomáticas e consulares aos emigrantes. Antes eram vistos como brasileiros fracassados e motivo de vergonha. Hoje as representações os tratam com a devida cidadania. Entre as recomendações da Comissão que não se tornaram requerimento, está a de apoio às famílias dos brasileiros que trabalham no exterior.

Presenças: Deputados Chico Uejo (PSB), coordenador; Eros Biondini (PTB), Tiago Ulisses (PV) e Vanderlei Jangrossi (PP).

 

 

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