Servidoras denunciam perseguição política em Carmópolis de Minas

As servidoras da prefeitura de Carmópolis de Minas (Centro-Oeste do Estado) Mariluza Cristina Rabelo de Melo e Alicie...

19/11/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Servidoras denunciam perseguição política em Carmópolis de Minas

As servidoras da prefeitura de Carmópolis de Minas (Centro-Oeste do Estado) Mariluza Cristina Rabelo de Melo e Alicieny Amaral de Castro Coelho denunciaram aos deputados da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa supostas práticas de perseguição política por parte da prefeita Maria do Carmo Rabelo Lara. As declarações foram dadas na audiência pública realizada nesta quinta-feira (19/11/09), a pedido do deputado Ivair Nogueira (PMDB), que recebeu também um grupo de vereadores daquele município.

De acordo com Mariluza Cristina Rabelo de Melo, as duas servidoras, que apoiam politicamente partidos de oposição à prefeita, teriam sido afastadas dos seus cargos e humilhadas publicamente, sob a alegação de desvio de documentos da Secretaria Municipal de Saúde. Em sua fala, ela disse que teria sido impedida de entrar na secretaria, onde estava lotada, e, posteriormente, teria sido colocada em mesas nos corredores do órgão e impedidas de prestar qualquer serviço ou fazer uso de telefones e equipamentos da secretaria. "Fizemos o boletim de ocorrência, procuramos os vereadores e oficiamos o Ministério Público, que ainda não se posicionou sobre o nosso caso", afirmou.

Alicieny Amaral de Castro Coelho fez coro às palavras da colega, e lembrou que as perseguições contra ela tiveram início quando teria feito críticas ao trabalho do secretário de Saúde. Além de ser afastada do cargo e sofrer assédio moral por parte da prefeita, ela teria tido negado pela secretaria o fornecimento de medicamento de alto custo para atender sua mãe. "A comissão designada para apurar as acusações de desaparecimento de documentos já constatou que não tive responsabilidade e, ainda assim, fui acusada de roubo pela prefeita, que me tratou aos gritos na presença de diversos servidores", denunciou.

A professora das escolas estaduais Lígia Beatriz Amaral e Presidente Tancredo Neves, Catherine Amaral de Castro confirmou que as perseguições políticas são uma prática comum na atual gestão municipal, e disse que teve um ônibus para excursão de alunos das escolas em que trabalha negado pelo fato de ser irmã de Alicieny. "A prefeita mandou dizer que cederia o carro para qualquer outro servidor, exceto para a minha pessoa, uma vez que acompanhei minha irmã ao Ministério Público para protocolar a denúncia contra a prefeitura", salientou.

Vereadores reforçam práticas de perseguição

O presidente da Câmara Municipal de Carmópolis de Minas, Dirceu da Silva, reafirmou que as perseguições são reincidentes na prefeitura. O parlamentar disse que testemunhou as sanções aplicadas contra as servidoras. Já o vice-presidente da câmara, Gilberto Rabelo Silveira, disse que a prefeita cria falsas provas contra servidores para justificar as perseguições políticas. Segundo ele, a atual administração "é de cunho medieval, sem transparência e não cumpre a legislação aprovada pela câmara". O parlamentar fez um apelo aos deputados para que apoiem o combate aos atos ilícitos da prefeitura, e acusou ainda o Poder Executivo municipal de realizar contratações irregulares. O também vereador Marcelo de Freitas se disse testemunha da honestidade das servidoras e reforçou o discurso de perseguição política. Para ele, mesmo após comprovadas as falsas denúncias de desvio de documentos, o assédio moral continua a ser praticado.

Resposta da prefeitura - A prefeita de Carmópolis de Minas, Maria do Carmo Rabelo Lara, enviou à comissão um série de documentos em resposta ao convite dos deputados para a audiência pública. Do material, constariam portarias com abertura de inquéritos contra as servidoras, pareceres jurídicos da prefeitura que justificariam os afastamentos e cópias de processo disciplinares abertos contra Mariluza e Aliciely.

Encaminhamentos - Ao final, o deputado Ivair Nogueira teve três requerimentos aprovados com pedidos de providências quanto às denúncias apresentadas pelas servidoras. O parlamentar solicitou envio de ofício ao Ministério Público da comarca de Carmópolis, pedindo informações sobre o andamento do processo, a previsão de conclusão, a cópia da conclusão e a sugestão para que seja feito um termo de ajustamento de conduta (TAC) que regularize a situação das servidoras. Solicitou também que seja encaminhada sugestão à Câmara Municipal para que seja instaurada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias de perseguição e desaparecimento de documentos na prefeitura; e finalmente, pediu a realização de uma visita da comissão à cidade para conhecer a realidade da prefeitura, com a presença da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do diretório estadual do PSDB, da Ouvidoria-Geral do Estado, da Associação Mineira de Municípios (AMM), da Defensoria-Geral do Estado e do Ministério Público.

Requerimentos pedem realização de audiências públicas e envio de ofícios

Foram aprovados ainda diversos outros requerimentos de autoria do presidente da comissão, deputado Durval Ângelo. O parlamentar solicitou a realização de uma audiência pública para apurar denúncias feitas pela Fetaemg contra empresa do segmento de etanol no município de João Pinheiro; envio de ofício ao Ministério Público, Ouvidoria de Polícia Militar e Corregedoria de Polícia Militar solicitando providências sobre suposta violência policial contra vereador do município de São Gonçalo do Sapucaí, Wálter Duarte; realização de audiência no município de Rio Pardo de Minas, com a presença de membros do Conselho Nacional de Justiça, para apurar denúncias de suposto abuso de poder por parte de juíza da comarca da cidade; realização de audiência pública para apurar denúncias sobre as precárias condições de trabalho nas indústrias extrativistas; envio de ofício ao Conselho Nacional de Justiça pedindo providências sobre denúncias de má conduta funcional contra juizes apresentada pela Central Única dos Trabalhadores; envio de ofício à Fundacentro para que encaminhe à comissão os estudos de prevenção e combate à silicose no Estado; envio das notas taquigráficas da reunião que debateu as condições de trabalho nas indústrias extrativistas à Corregedoria do Tribunal Regional do Trabalho, ao Ministério do Trabalho, à Defensoria Pública, à Delegacia Regional do Trabalho, à Ftiemg e ao Fundacentro; envio de ofício com pedido de informações à Secretaria de Estado da Saúde sobre programas de prevenção e combate à silicose em Minas Gerais; envio de ofício ao Ministério da Previdência, do Trabalho e da Ação Social, para que proceda estudos sobre o custo unitário do doente de silicose; e envio do dossiê da Ftiemg sobre as condições de trabalho nas indústrias extrativistas ao Fundacentro, à Secretaria de Estado da Saúde e ao Ministério Público do Trabalho.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Ivair Nogueira (PMDB) e João Leite (PSDB).

 

 

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