Situação dos agentes penitenciários motiva debates em Plenário

A situação dos agentes penitenciários, da Cemig e o debate sobre projetos que alteram o Estatuto dos Militares e cria...

18/11/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Situação dos agentes penitenciários motiva debates em Plenário

A situação dos agentes penitenciários, da Cemig e o debate sobre projetos que alteram o Estatuto dos Militares e criam o Adicional de Desempenho no Judiciário monopolizaram a Reunião Extraordinária de Plenário da manhã desta quarta-feira (18/11/09), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Tanto deputados da base do governo quanto da oposição anunciaram a possibilidade de realização de audiência com o secretário de Estado de Defesa Social, Maurício Campos Jr., ainda nesta quarta (18), para discutir a situação dos agentes. Os parlamentares da base do governo destacaram seu empenho na negociação, e os da oposição condicionaram o fim da obstrução ao entendimento com o Executivo. Após entrarem em greve em outubro, agentes foram demitidos e suspensos.

A reunião chegou a ser interrompida por alguns minutos e, ao ser retomada, foi encerrada a discussão, em 1º turno, do Projeto de Lei Complementar (PLC) 53/09, do governador, que altera o Estatuto dos Militares; e, em 2º turno, do Projeto de Lei (PL) 2.968/09, do Tribunal de Justiça, que institui o adicional para servidores do Judiciário. As atividades foram acompanhadas por servidores do Judiciário, militares e agentes penitenciários. O deputado Sargento Rodrigues (PDT) classificou o resultado da reunião como "um primeiro avanço" e disse esperar que os dois projetos sejam votados ainda nesta quarta (18), ponderando que muitos policiais aguardam a aprovação do PLC 53/09 para obterem promoções, em dezembro.

Entre os pontos positivos do projeto, que sofreu várias mudanças durante a tramitação, foram destacados por Sargento Rodrigues: a aposentadoria aos 25 anos de efetivo exercício para as policiais mulheres; a licença-maternidade de 180 dias; a promoção para novos soldados com dez anos de efetivo serviço; a implantação de 25 dias úteis de férias; e a aposentadoria de policiais e bombeiros militares com 30 anos de serviço, sendo 20 de efetivo exercício.

Situação dos agentes penitenciários é motivo de debates

A situação dos agentes penitenciários foi objeto de discursos de vários deputados. O líder do bloco PT/PMDB/PCdoB, deputado Padre João (PT), e os deputados Carlin Moura (PCdoB) e Weliton Prado (PT) afirmaram que aguardam a realização de uma audiência com o secretário Maurício Campos Jr., possivelmente nesta quarta (18), para pôr fim à obstrução. "Se o governo apresentar uma solução, avançaremos nas votações. A responsabilidade está nas mãos dele", afirmou o deputado Carlin Moura. A reivindicação da oposição é que o Executivo suspenda os efeitos de duas portarias que determinaram a demissão de agentes penitenciários contratados e a suspensão dos contratos administrativos.

Em resposta, os deputados João Leite (PSDB), que preside a Comissão de Segurança Pública, e o líder da Maioria, Domingos Sávio (PSDB), enfatizaram o empenho da base do governo na busca pelo entendimento. O deputado João Leite ponderou que, desde o início, os parlamentares deixaram claro que há dificuldades na negociação, tendo em vista a posição firme do governo e exageros que teriam ocorrido, segundo ele, na manifestação dos agentes. Também disse esperar que nova reunião com o secretário Maurício Campos Jr. ocorra nesta quarta (18). Na avaliação de João Leite, o Executivo não mandaria representantes a uma audiência da Comissão de Segurança Pública e, por isso, defendeu outras alternativas de negociação.

Já o deputado Sargento Rodrigues destacou que, desde o início da paralisação dos agentes penitenciários, esteve a favor do movimento, inclusive apresentando requerimento de audiência na Comissão de Segurança. Ele informou ao Plenário que pretende entregar, ainda nesta quarta (18), documento ao procurador-geral de Justiça, Alceu José Torres Marques, solicitando a instauração de uma ação civil pública pelo Ministério Público, para garantir os direitos dos agentes contratados demitidos "de forma injusta e ilegal". Rodrigues cobrou ação firme do MP, assim como, segundo ele, foi firme a Justiça, ao aplicar multa diária às entidades representativas dos servidores.

Debates estendem-se à situação do setor elétrico e à Cemig

Vários deputados discursaram sobre a situação do setor elétrico brasileiro, sobre o apagão que atingiu vários Estados na semana passada e sobre a atuação da Cemig. A primeira fala foi do deputado Weliton Prado, para quem o apagão que prejudicou o País não assustou Minas, pois aqui ele seria constante. O deputado afirmou que a Cemig não investe na manutenção de suas linhas, apesar de cobrar a tarifa de energia elétrica mais cara do mundo, e que "qualquer chuva fraca faz a rede cair".

Em resposta, o deputado Domingos Sávio afirmou que Prado estaria apontando o problema para o lado errado. "O País está perplexo com a série de incompetências do sistema elétrico, e a ministra Dilma Rousseff diz que foi apenas um raio e que o assunto está encerrado", contrapôs. Suas palavras foram reforçadas pelo deputado Sebastião Costa, que ponderou ser preciso mudar o foco dos debates. Já o deputado João Leite cobrou uma apuração técnica sobre as causas do apagão.

Os deputados Antônio Júlio (PMDB), Carlin Moura, Paulo Guedes (PT) e Padre João reforçaram as críticas à Cemig. Tanto Carlin quanto Guedes enfatizaram que, no governo Fernando Henrique Cardoso, eram comuns os apagões, quadro que se reverteu no governo Lula; e, na visão de Carlin, no governo anterior a gestão do sistema servia apenas aos interesses das grandes empresas de energia elétrica. Os dois parlamentares também avaliaram que a Cemig não tem investido na manutenção e modernização do sistema.

Já o deputado Antônio Júlio ponderou que o apagão da última semana precisa ser explicado pelo Governo Federal, mas afirmou que a Cemig enfrenta problemas com sua rede de distribuição. "A Cemig tem um lucro de 25% sobre o faturamento e não investe na manutenção do sistema", cobrou.

Luz para Todos - Os deputados Padre João e João Leite falaram ainda sobre o programa Luz para Todos, projeto de universalização do acesso à energia elétrica por meio de parceria entre os governos Federal e Estadual. O líder do bloco de oposição sinalizou que o Orçamento para 2010, em tramitação na Assembleia, terá a votação obstruída enquanto não for cumprido o compromisso da Cemig de licitar mais 70 mil ligações até dezembro. Padre João criticou o fato de o projeto ter ficado paralisado por mais de dois anos em Minas.

Em resposta, o deputado João Leite lembrou que a realidade de Minas é peculiar, tendo em vista o número de municípios, 853, e a enorme distância que existe entre distritos e a sede dos municípios. "O desafio de efetivar as ligações é muito maior aqui do que em outros Estados", ponderou. Segundo João Leite, o Governo Estadual e a Cemig têm se empenhado para fazer a luz chegar a todos.

 

 

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