Evasão de mestres e doutores ameaça funcionamento da
Uemg
A Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg)
corre o risco de perder o título de universidade, devido à evasão de
seus mestres e doutores em direção à iniciativa privada. Os baixos
salários deixam a instituição numa situação limite do número de
docentes de alto nível que garantiriam a renovação do
credenciamento. Para discutir plano de cargos e salários e tabelas
para 20 e 40 horas de jornada, foi constituída uma comissão de dez
docentes e funcionários, que apresentou seus planos de trabalho à
Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática da
Assembleia Legislativa de Minas nesta terça-feira (17/11/09).
O vice-reitor da Uemg, Dijon de Moraes, informou
que a universidade vem crescendo em todas as áreas, respeitando sua
vocação regional. Hoje tem 6 mil alunos estudando gratuitamente em
suas cinco unidades da Capital e em outras cinco do interior (João
Monlevade, Ubá, Frutal, Barbacena e Poços de Caldas). Outros 11 mil
alunos pagam mensalidades nas seis unidades vinculadas. A principal
queixa do vice-reitor é a legislação genérica para todas as
instituições do Estado, que atrasa ou impede a solução de problemas
específicos da educação superior.
Antagonismos entre governo e a Uemg podem paralisar
soluções que serão encaminhadas naturalmente, em seu devido tempo.
Esse alerta foi feito pelo deputado Domingos Sávio (PSDB), para quem
uma eventual queda-de-braço seria prejudicial à estratégia de
conquistar as condições adequadas para o funcionamento da
instituição. O deputado quer que aconteça ainda este ano outra
reunião com as presenças da secretária de Planejamento e Gestão,
Renata Vilhena; e do de Ciência e Tecnologia, Alberto Duque
Portugal, para que fique claro o compromisso do governo na busca de
soluções.
Deputado comunista vê retrocesso na luta da
Uemg
Por sua vez, o deputado Carlin Moura (PCdoB)
considerou que os informes prestados pelo pessoal da Uemg ficaram
aquém de suas expectativas, porque não foi relatado avanço algum
desde a reunião realizada em agosto na Seplag, na qual a reitora
Janete Barreto Paiva teria apresentado posicionamentos firmes e a
secretária Renata Vilhena admitido que o reposicionamento seria
meramente operacional e fácil de ser concedido. Considerou que a
opinião do deputado Domingos Sávio desmobilizava a luta da Uemg, e
este replicou, esclarecendo que é melhor lutar pelo possível do que
apresentar uma pauta irreal.
Maria de Freitas Chagas, presidente da comissão,
apresentou um cronograma de trabalho que o deputado Dalmo Ribeiro
Silva (PSDB) pediu que fosse aprovado, constando de etapas de
atração da Unimontes à luta, discussão de tabelas de remuneração e
plano de cargos e salários. O documento final dependerá de data a
ser acertada com a Comissão de Educação para ser apresentado à
Seplag. Hoje, um professor da Uemg com mestrado ganha R$ 2,2 mil,
chegando a R$ 4 mil com os benefícios. Doutores ganham R$ 2.750,00,
chegando a R$ 5,5 mil. O salário-base de um doutor na UFMG é de R$
6,7 mil.
Os professores permaneceram neutros quanto à
polêmica entre o deputado peessedebista e o comunista, mas Santuza
Abras, diretora-geral do Campus BH, lembrou o papel decisivo do
deputado Domingos Sávio durante a campanha para a obtenção da
jornada de 40 horas. "Essa conquista ocorreu às 21h30 do dia da
votação do Orçamento. O deputado convenceu a Seplag de que não
haveria impacto orçamentário com a jornada de tempo integral",
agradeceu.
Os componentes da comissão são os seguintes: Maria
de Freitas Chagas (presidente), Maria do Carmo Matos, Maria Cristina
Olandin Pereira, Santuza Abras, Rogério Bianchi Brasil, Maria Regina
da Silva Barroso, Evandro Cançado Neves, Vanessa Canton Pereira,
Jacqueline da Silva Gonçalves Picoreli de Araújo e Maryvana Monteiro
da Rocha. Por sugestão da presidente da União Estadual dos
Estudantes, Luíza Adelaide Lafetá, será convidado o presidente do
DCE da Uemg para compor a comissão, em nome do corpo discente.
O presidente da Comissão de Educação, deputado Ruy
Muniz (DEM), concedeu um plenarinho da Assembleia quinzenalmente às
quintas-feiras, a partir das 14h30, para reunião da comissão, com a
participação dos deputados sempre que a agenda desses permitisse. Os
deputados Dalmo Ribeiro Silva e Domingos Sávio se ofereceram para
participar, assim como a deputada Gláucia Brandão (PPS).
Parecer do Plano Decenal foi distribuído em avulso
e terá votação adiada
Atendendo a requerimento verbal do deputado Carlin
Moura, endossado pelo deputado Dalmo Ribeiro Silva, Ruy Muniz
concedeu o adiamento da votação do seu parecer de 1º turno sobre o
PL 2.215, que trata do Plano Decenal de Educação, que estava
agendado para ser votado nesta quarta-feira (18). Os deputados
argumentaram que o avulso tem quase cem páginas, e não haveria
condições de lê-lo a tempo de poder discuti-lo. A votação ficou para
a próxima semana. A pedido do deputado Carlin Moura, Muniz pretende
aproveitar a reunião de amanhã para ouvir os alunos da Unincor, que
haviam solicitado audiência pública.
Requerimentos: Dalmo
Ribeiro Silva em que solicita seja recebida por esta Comissão, a
Professora Mônica Flores de Carvalho Ribeiro, diretora da Escola
Estadual Doutor Luiz Pinto de Almeida, vencedora do Prêmio
Referência Nacional em Gestão Escolar; Ruy Muniz, Gláucia Brandão,
Carlin Moura e Dalmo Ribeiro Silva (2) em que solicitam seja
aprovado o cronograma das atividades da Comissão de Estudos da Uemg,
criada durante visita desta Comissão à Seplag, em 10/08/2009, que
estabelece reuniões quinzenais às quintas-feiras, 14h30mim, na ALMG,
e que sejam encaminhadas à secretária e ao secretário, cópias das
notas taquigráficas da presente reunião; sejam renovados convites ao
Secretário de Estado de Ciência e Tecnologia e à Secretária de
Estado de Planejamento e Gestão, para participarem ou indicarem
representantes para as reuniões da Comissão de Estudos da Uemg.
Presenças - Deputados Ruy
Muniz (DEM), presidente; Carlin Moura (PCdoB), Dalmo Ribeiro Silva
(PSDB), Domingos Sávio (PSDB), Weliton Prado (PT) e Zé Maia (PSDB) e
a deputada Gláucia Brandão (PPS).
|