FFO aprova parecer favorável às contas do governador de 2008

O parecer de turno único sobre o balanço geral do Estado relativo ao exercício financeiro de 2008 recebeu parecer fav...

05/11/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

FFO aprova parecer favorável às contas do governador de 2008

O parecer de turno único sobre o balanço geral do Estado relativo ao exercício financeiro de 2008 recebeu parecer favorável da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta quinta-feira (5/11/09). A Mensagem 350/09, do governador, foi uma das quatro matérias analisadas na reunião. Também foi aprovado parecer sobre o PL 3.481/09, que altera as leis que criam vários fundos estaduais. Outros dois pareceres tiveram votação adiada por pedido de vista, um deles era sobre o Projeto de Lei Complementar (PLC) 53/09, que altera o Estatuto dos Militares do Estado. Policiais ativos e inativos acompanharam as discussões sobre a proposição das galerias do Plenarinho I.

A prestação de contas do governo recebeu parecer pela aprovação por meio de projeto de resolução. O relator da matéria, deputado Lafayette de Andrada (PSDB), havia distribuído cópias de seu parecer na reunião desta quarta (4). Antes da votação do parecer, o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) apresentou voto em separado pela rejeição das contas, argumentando que, em vários pontos que dizem respeito à gestão do Poder Executivo, o balanço aponta atrito com determinações constitucionais e legais, como a Lei de Responsabilidade Fiscal. O parecer do relator foi aprovado com voto contrário dos deputados Adelmo Carneiro Leão e Antônio Júlio (PMDB).

As contas analisadas pelo relator são os balanços gerais da administração direta e indireta (autarquias, fundações, fundos estaduais e empresas estatais dependentes) e o relatório contábil, elaborados pela Superintendência Central de Contadoria Geral da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF); e ainda o relatório de auditoria, de responsabilidade da Auditoria-Geral do Estado. De acordo com o parecer, baseado em dados do relatório técnico do Tribunal de Contas, o PIB mineiro cresceu 6,28% em 2008, mais que o crescimento da economia brasileira, de 5,08%. Em função da crise financeira internacional, no último trimestre o PIB cresceu somente 0,04% em Minas. De maneira global, porém, a arrecadação da receita não foi prejudicada, superando em 9% a previsão atualizada, contribuindo para um superávit orçamentário de R$ 624 milhões.

Segundo o relatório, a Receita Corrente Líquida (RCL) apurada foi de R$ 29,24 bilhões, o que segundo a Contadoria Geral da SEF, evidencia um crescimento de 22,85% em relação a 2007. O crescimento da receita do Estado saltou 104,4% se comparada a 2003, primeiro ano do mandato de Aécio Neves. A despesa com pessoal ficou em 45,76% da RCL, dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, ainda de acordo com a Contadoria Geral. A dívida consolidada líquida de 2008 ficou em R$ 60,12 bilhões, ou 176,32% da RCL. Os gastos com educação foram de 28,86% das receitas de impostos e transferências. Com saúde, os gastos foram de R$ 4,58 bilhões, também de acordo com as exigências constitucionais, segundo o relatório da Contadoria.

Projeto altera Fundo do Jaíba

O PL 3.481/09 recebeu parecer de 1º turno pela aprovação na forma do substitutivo nº 2 e pela rejeição do substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O relator do projeto que, originalmente, alterava as leis que criam vários fundos estaduais, deputado Zé Maia (PSDB), retirou o parecer que havia apresentado em reunião anterior opinando pela aprovação da matéria na forma do substitutivo nº 1, e apresentou o novo parecer. O projeto original foi desmembrado pela CCJ, resultando no substitutivo nº 1, que trata do Fundo Jaíba, e em outros seis anexos sobre os demais fundos tratados pela proposição original.

Ao projeto também foi anexado o PL 3.573/09, da deputada Ana Maria Resende (PSDB), que dispõe sobre a renegociação de débitos referentes ao Fundo Jaíba e altera dispositivos da Lei 15.019, de 2004, e revoga as Leis 11.394, de 1994, e 12.366, de 1996. O substitutivo nº 1 altera os artigos 1º, 5º, 7º, 8º e 10º da Lei 15.019, de 2004, que trata do Fundo Jaíba. A alteração proposta no primeiro artigo trata de mera adequação aos preceitos da técnica legislativa.

A modificação do artigo 5º visa estabelecer a natureza e a função do fundo, bem como as modalidades de aplicação dos seus recursos, como, por exemplo, o prazo para a concessão de financiamento. O artigo 7º estabelece que o órgão gestor do fundo será a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento; o 8º determina que o agente financeiro é o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e institui novas competências para o agente financeiro.

Já o artigo 10, que trata da composição do grupo coordenador do Fundo Jaíba, define que o grupo será presidido por representante da Secretaria de Agricultura, e não mais da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag). O substitutivo também propõe mudança no projeto para definir sanções aos beneficiários dos recursos nos casos de irregularidades por eles praticadas.

O substitutivo nº 2 corrige alguns dispositivos do artigo 8º, que não levaram em consideração as alterações promovidas no referido artigo pela Lei 15.910, de 2005, que trata do Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais (Fhidro). Também foi incluída a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) no grupo coordenador do fundo. Outras modificações trazidas pelo substitutivo referem-se à remissão dessas alterações em outros dispositivos.

Mudanças no Estatuto dos Militares serão votadas na próxima semana

O parecer de 1º turno do deputado Lafayette de Andrada sobre o Projeto de Lei Complementar (PLC) 53/09, que modifica o Estatuto dos Militares, recebeu pedido de vista do deputado Adelmo Carneiro Leão (PT). O projeto trata principalmente do Adicional de Desempenho (ADE) para o militar da ativa, vantagem pecuniária em que a aferição é baseada na produtividade, na conduta disciplinar e no aprimoramento profissional. O relator opinou pela aprovação do projeto na forma do substitutivo nº 1, que incorporou várias emendas apresentadas pelas comissões anteriores. A matéria deve voltar a ser discutida e votada em reuniões da comissão agendadas para a próxima terça-feira (11), às 9h45 e às 19h30.

O relator opinou pela rejeição das emendas nºs 6, 7, 9, 10, 11 e 12 da CCJ e das emendas nºs 14, 16 e 24 e a subemenda nº 2 à emenda nº 2 da Comissão de Administração Pública. As demais emendas e submendas ficam prejudicadas com a aprovação do substitutivo nº 1.

O relator destacou como principais avanços do projeto a extensão da licença-maternidade para seis meses; a possibilidade de transferências das militares para a reserva remunerada aos 25 anos de efetivo serviço; a consumação da deserção no nono dia de ausência do militar, sem licença; redução da jornada semanal do policial militar legalmente responsável por pessoa com deficiência para 20 horas semanais; concessão de auxílio invalidez ao militar inativo por acidente no exercício de sua função; e equiparação salarial dos inativos e dos ativos sem ADE e gratificação por tempo de serviço para os militares da reserva.

Deputados defendem paridade entre ativos e inativos

Os deputados não ficaram satisfeitos com o tratamento dado à diferença salarial entre militares da ativa e da reserva e defenderam o tratamento isonômico entre eles. O deputado Arlen Santiago (PTB) questionou a rejeição de uma emenda de sua autoria para conceder aos inativos abono de valor igual ao ADE. O relator respondeu que o Legislativo não pode apresentar emenda com impacto financeiro e que o Executivo, com a perda de receita em função da crise mundial, não teria como atender à demanda neste ano. "A ALMG não pode apresentar a emenda, mas e a paridade definida pela Constituição, como é que fica?", questionou Arlen Santiago.

O deputado Antônio Júlio acredita que o governo não tem interesse na paridade, porque cria gratificações que não valem para os aposentados. "O servidor inativo acaba pagando pela dificuldade do Estado em administrar duas folhas de pagamento", avaliou. Para o deputado Adelmo Carneiro Leão, a questão da paridade é mais grave entre os próprios servidores da ativa do que entre eles e os inativos. Ele argumentou que o ADE institui a lógica da competição no serviço público e não da cooperação. "É preciso discutir as relações salariais no Estado", concluiu.

Para o deputado Sargento Rodrigues (PDT), apesar do aperfeiçoamento do projeto, vários pontos críticos continuam sem solução. Ele ressaltou que o Estatuto dos Militares é de 1969, quase 20 anos antes da Constituição Federal de 88. Como exemplo de distorção que deveria ser corrigida, ele citou que os militares que estejam sendo processados não fazem jus à promoção, até que o processo esteja concluído e o policial inocentado. "Onde está a presunção da inocência?", perguntou.

Ele também criticou que o comando da PM não aceita a criação do banco de horas e a negação do direito a 25 dias úteis de férias, como acontece com os demais servidores do Estado, inclusive os policiais civis. "A vontade do comando da PM é que está determinando a votação do projeto na ALMG", atacou. O deputado Fábio Avelar (PSC) criticou essa avaliação e disse que o papel do relator é avaliar as propostas que chegam de todas as partes e tentar conciliar os interesses. Para ele, o pedido de vista será positivo para a busca de novos entendimentos. O deputado Weliton Prado (PT) também não acredita que o comando da polícia seja responsável pelos rumos do projeto. "O comandante é nomeado pelo governador e é ele o responsável pela situação", afirmou.

O presidente da comissão, deputado Zé Maia, afirmou que o governo fez todos os esforços para melhorar a situação dos servidores, sobretudo dos militares. "O governo usou todo o seu estoque de recursos para o funcionalismo. Prova disso é que está extrapolando o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal", argumentou.

Adiada análise de parecer sobre empréstimo

O deputado Adelmo Carneiro Leão também pediu vista do parecer de 1º turno, do deputado Zé Maia, opinando pela aprovação do PL 3.882/09, com a emenda nº 1 da Comissão de Constituição e Justiça. O projeto do governador, que tramita em regime de urgência, autoriza o Executivo a promover o ingresso do Estado no Programa Emergencial de Financiamento aos Estados e ao Distrito Federal (PEF-BNDES), mediante a contratação de empréstimo de até R$ 267,2 milhões junto à instituição financeira oficial federal.

A operação de crédito será destinada a financiar atividades e projetos do Estado, em especial nas áreas definidas no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI). De acordo com a mensagem do governador, os recursos serão destinados prioritariamente para a gestão e o atendimento da educação básica, a modernização do sistema socioeducativo, a construção de unidades habitacionais, o aumento da capacidade e da segurança dos corredores de transportes.

O Programa Emergencial de Financiamento aos Estados e ao Distrito Federal foi elaborado com o objetivo de compensar a diminuição das receitas estaduais em decorrência da crise econômica, especialmente a redução dos repasses do Fundo de Participação dos Estados.

Presenças - Deputados Zé Maia (PSDB), presidente; Adelmo Carneiro Leão (PT), Antônio Júlio (PMDB), Juarez Távora (PV), Lafayette de Andrada (PSDB), Fábio Avelar (PSC), Arlen Santiago (PTB), Sargento Rodrigues (PDT) e Weliton Prado (PT).

 

 

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