Frente parlamentar é nova instância de apoio ao comércio
varejista
Com o Salão Nobre da Assembleia Legislativa de
Minas Gerais totalmente lotado, foi lançada na noite desta
terça-feira (3/11/09) a Frente Parlamentar de Apoio ao Comércio
Varejista. A solenidade de lançamento da frente, que já conta com a
adesão de 72 dos 77 deputados estaduais, foi prestigiada por
dirigentes lojistas de diversos municípios mineiros, além de
parlamentares e trabalhadores do setor.
O presidente da frente, deputado Duarte Bechir
(PMN), disse que Minas Gerais, mais uma vez, fica na vanguarda com a
criação dessa instância de representação do setor varejista. Bechir
agradeceu o apoio e declarou que os sonhos dele e da classe são os
mesmos.
Ao final da solenidade, ele recebeu do presidente
da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais
(FCDL-MG), José César da Costa, uma pasta contendo as reivindicações
do varejo. O executivo ressaltou entre essas demandas a
regulamentação do Código de Defesa do Contribuinte e das feiras
itinerantes. O deputado respondeu que a ALMG estava sensível a essas
questões e que, com o apoio do governador Aécio Neves, "homem com
visão de futuro", as reivindicações seriam atendidas.
Também o 1º-vice presidente da ALMG, deputado
Doutor Viana (DEM) e vice-presidente da frente, ressaltou a
importância de implantar uma política pública para o varejo: "esse é
o compromisso desta Casa", prometeu. Ele valorizou ainda o papel da
FCDL-MG, a maior federação do País, com mais de 200 municípios
filiados, representando 120 mil empresas. O secretário da frente
parlamentar, deputado Rômulo Veneroso (PV), reforçou a luta da
entidade pela regulamentação do Código de Defesa do
Contribuinte.
Modelo de varejo brasileiro ajudou o País a superar
crise
Para o presidente da Confederação Nacional de
Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Jr., o Brasil vive um
dilema quanto à definição do modelo de operação do varejo. Segundo
ele, modelos como o americano (voltado para consumo de massa em
grandes corporações) e o europeu (vocacionado para compras seletivas
e baixa demanda) mostraram fragilidade diante da crise econômica.
Como contraponto a esses sistemas, Pellizzaro defende o que ele
chama de "modelo jabuticaba", implantado nos 5.564 municípios do
País e que pode ser exportado, baseado nas micro e pequenas
empresas.
Apesar de bem sucedido, o modelo precisa ser
aperfeiçoado, na visão do dirigente, pois apresenta alguns gargalos
que se mostram, segundo ele, na voracidade das empresas de cartão de
crédito, com a implantação de shoppings em todas as cidades, sem
qualquer regulação, e com a concorrência desleal de conglomerados e
do mercado informal. Pellizzaro enfatizou ainda o papel econômico e
social do comerciante e a função do comércio como termômetro da
economia. "Antes do padre, o comerciante sabe da situação de toda a
população. Se a saúde ou a segurança vão mal, o comércio também fica
mal. Dessa forma, não existe comércio bom numa economia ruim",
afirmou.
Feriados - O presidente da
FCDL-MG, José César da Costa, disse que, "na crise, a economia foi
salva pelo comércio", em função das diferenças entre o modelo
brasileiro e o dos países ricos. Segundo ele, no Brasil o comércio
responde por 80% dos empregos e da renda. São mais de R$ 250 bilhões
em receita. Só em Minas Gerais, são 60 mil empresas ligadas ao
movimento varejista, que oferecem 70% das vagas de trabalho. Costa
defendeu a implantação de políticas públicas para o setor. Entre as
reivindicações, ele defendeu a transferência de todos os feriados
para as segundas-feiras e a manutenção da jornada de trabalho de 44
horas semanais.
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