Direção de penitenciária explica mortes de detentas

A diretora do Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, Natália Rodrigues, considerou fatos isolados as mortes d...

03/11/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Direção de penitenciária explica mortes de detentas

A diretora do Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, Natália Rodrigues, considerou fatos isolados as mortes de duas detentas ocorridas no interior da instituição em setembro deste ano. Na tarde desta terça-feira (3/11/09), a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais esteve na unidade prisional, na Zona Leste de Belo Horizonte, a pedido do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado (Sindasp-MG), que acusa a direção da instituição de assédio moral às servidoras.

As presas Flávia Rocha e Maria da Conceição dos Santos morreram no intervalo de uma semana. A primeira, em decorrência de complicações respiratórias; a segunda suicidou-se dentro da cela, quando estava separada das demais.

Segundo a diretora Natália Rodrigues, Flávia chegou à penitenciária debilitada fisicamente, mas os problemas respiratórios só foram descobertos após a morte. "Ela passou mal pela manhã, recebeu os primeiros socorros de maneira adequada, foi internada e morreu à noite. Ela recebeu toda a assistência que era possível, mas lamentavelmente não resistiu", disse.

Já Maria da Conceição havia sido isolada por ter matado um neto, o que poderia trazer problemas com as demais presas. "Ela apresentava um quadro de depressão e psicose, não poderia ficar junto com as outras detentas. Assim que ela foi encontrada, os profissionais da área de saúde do presídio foram acionados. Eles a tiraram da corda e tentaram reavivá-la, mas não foi possível. Chamamos imediatamente as polícias Civil e Militar", explicou, rebatendo as acusações do Sindasp de que houve alteração na cena da morte e ausência de perícia. "Não poderíamos jamais deixá-la pendurada esperando pela perícia, pois ela poderia estar viva", completou.

Assédio - Em relação às acusações de assédio moral, a diretora informou que de fato fez uma reunião com as agentes, mas não houve acusações nem tampouco assédio. "A morte chocou a todos, e chamei atenção para a importância do nosso trabalho, já que um preso é responsabilidade do Estado", completou.

O deputado Vanderlei Miranda (PMDB), que solicitou a realização da visita após receber as reclamações do Sindasp-MG, elogiou as instalações da Penitenciária Estevão Pinto. "Apesar das duas mortes, o trabalho desenvolvido aqui continua sendo referência para o restante do Estado. Fiquei com uma boa impressão".

O presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Durval Ângelo (PT), por sua vez, questionou a demora da transferência de Maria da Conceição para um centro psiquiátrico. "Ela não deveria estar naquela cela isolada, já que apresentava um claro quadro de transtorno mental. Tanto é que, depois do suicídio, as celas de isolamento foram desativadas", resumiu.

A Penitenciária Estevão Pinto tem capacidade para 343 mulheres e abriga atualmente 269, sendo 32 gestantes. Com índice de ressocialização maior que o da média nacional, é considerada uma unidade modelo e recebe presas de todo o Estado.

Audiência - O assunto continuará sendo discutido na manhã desta quarta-feira (4), quando a Comissão de Direitos Humanos fará, a partir das 9 horas, audiência pública no Auditório da ALMG. Foram convidados representantes do Sistema de Defesa Social e da administração prisional do Estado e também do Sindicato dos Agentes Penitenciários.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; e Vanderlei Miranda (PMDB).

 

 

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