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Deputados vão à Zona da Mata discutir impacto de nova
hidrelétrica
Desde janeiro de 2007, a empresa federal Furnas
Centrais Elétricas constrói, em parceria com um consórcio privado, o
complexo hidrelétrico de Simplício, um empreendimento de grande
porte no Rio Paraíba do Sul, na divisa de Minas com o Rio de
Janeiro. Preocupados com os impactos na região, parlamentares da
Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas
Gerais vão a Além Paraíba (Zona da Mata), na quarta-feira (4/11/09),
para ouvir a população local e representantes de Furnas, do Governo
do Estado e de quatro municípios. A audiência pública, requerida
pelo deputado Délio Malheiros (PV), será às 10 horas, na Câmara
Municipal (Praça Coronel Breves, 151, Bairro São José).
Malheiros quer discutir os aspectos ambientais,
sociais e econômicos da obra, que afeta diretamente as cidades de
Além Paraíba e Chiador, na Zona da Mata mineira; e Três Rios e
Sapucaia, em território fluminense. Um dos assuntos abordados será o
prometido incremento na arrecadação tributária dos municípios e
estados envolvidos. Com a entrada em operação do complexo, prevista
para dezembro de 2010, Furnas estima que Minas, Rio de Janeiro e as
quatro cidades vão dividir mensalmente royalties da ordem de R$ 5,5
milhões, em valores atuais. A distribuição é proporcional, de acordo
com a área afetada de cada município ou estado.
Ainda de acordo com a empresa, Além Paraíba,
Chiador, Três Rios e Sapucaia já teriam recebido repasses de R$ 14,5
milhões desde o início da obra.
Duas usinas - Batizado
oficialmente de Aproveitamento Hidrelétrico (AHE) de Simplício, o
complexo terá, segundo Furnas, capacidade instalada de 333,7 MW,
suficiente para fornecer energia elétrica a 800 mil pessoas. Ele é
composto de duas usinas (Anta e Simplício), uma barragem de
concreto, duas casas de força, um vertedouro e diversos canais,
túneis, diques e reservatórios, ao longo de 30 quilômetros de
extensão.
O investimento na obra, que faz parte do Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC), é de R$ 2,2 bilhões, com
financiamento do BNDES. Até sua conclusão, o empreendimento vai
gerar 14 mil empregos diretos e indiretos, de acordo com dados de
Furnas.
A área total a ser desapropriada para a construção
do complexo hidrelétrico é de 2.900 hectares. Cerca de 60 famílias
serão remanejadas em Minas Gerais e outras 140 no Rio de
Janeiro.
Convidados - Receberam
convite para participar da audiência os secretários de Estado de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, e
de Desenvolvimento Econômico, Sérgio Alair Barroso; o presidente de
Furnas, Carlos Nadalutti Filho; os prefeitos de Além Paraíba (MG),
Wolney Freitas, Chiador (MG), Itiberê Rodrigues dos Santos, Três
Rios (RJ), Vinicius Medeiros Farah, e Sapucaia (RJ), Anderson Bárcia
Zanon; e o presidente da Câmara Municipal de Além Paraíba, João de
Deus Ribeiro.
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