Aumentar a produtividade é desafio do mercado de etanol

A demanda do mercado interno brasileiro por etanol é crescente, e a sustentabilidade do setor passa por uma maior pro...

29/10/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Aumentar a produtividade é desafio do mercado de etanol

A demanda do mercado interno brasileiro por etanol é crescente, e a sustentabilidade do setor passa por uma maior produtividade no cultivo da cana-de-açúcar, matéria-prima do combustível. A afirmação é do gerente de Desenvolvimento Estratégico do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), Willian Lee Burnquist, que abriu a última mesa-redonda do Ciclo de Debates O Impacto do Etanol no Desenvolvimento de Minas Gerais, com o tema "A cadeia produtiva do etanol, pesquisa, tecnologia e meio ambiente". O evento foi realizado durante toda esta quinta-feira (29/10/09), no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Burnquist apresentou um panorama da produção brasileira de cana-de-açúcar. Segundo ele, o País tem 7% de seu território ocupado por áreas de cultivo, sendo pouco mais de 0,5% dedicado à cana-de-açúcar. O Brasil é o maior produtor mundial, com 416 milhões de toneladas por ano, conforme dados de 2004. Isto representa 31% do total mundial. O gerente do CTC disse que esses números apontam nível de produtividade alto.

O desafio, de acordo com Burnquist, é manter e ampliar essa produtividade, ou seja, aumentar a produção em proporção maior que o espaço ocupado. Ele afirmou que esta é uma das preocupações do CTC, centro de pesquisas privado mantido por 180 associados, entre produtores e fornecedores de cana. Diversas variedades de cana produzidas no Brasil são oriundas das pesquisas do CTC e atingiram níveis de produtividade da ordem de 20%, segundo Burnquist.

Pesquisas - O professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) Maurílio Alves Moreira falou sobre o trabalho da Rede Mineira de Pesquisa em Bioetanol (Ridesa), cujo principal foco está no etanol de 2ª geração. Esse combustível é feito a partir do bagaço e palha de cana-de-açúcar, do sorgo e do capim elefante. A rede é composta pela UFV, Universidade Federal de Lavras, UFMG e Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas), e trabalha em cooperação com entidades de pesquisa europeias.

Segundo Marcílio Moreira, o gargalo é tornar economicamente viável a produção do etanol dessas biomassas. Dois projetos mineiros de pesquisa nessa área foram apresentados no Ministério de Ciência e Tecnologia, e a expectativa do representante da UFV é de que um deles seja contemplado.

Estado busca excelência em energias renováveis

O coordenador do Programa de Energia mineiro, Marcelo Franco, afirmou que o objetivo do Governo Estadual é tornar Minas um centro de excelência em tecnologia e produção de energias renováveis. No que diz respeito ao etanol, a intenção é transformá-lo em commodity internacional. Para isso, segundo Franco, a política de Minas para o setor sustenta-se em dois pilares: o programa estruturador APL de Biocombustíveis e a futura criação do Centro de Energias Renováveis.

O programa APL de Combustíveis envolve três cadeias produtivas, a do etanol, a do carvão e biomassa vegetais e a do biodiesel e óleos vegetais. A cadeia do etanol está concentrada no Triângulo Mineiro e é objeto de três ações principais, de acordo com Franco: a criação de um núcleo de inteligência competitiva, a formação de recursos humanos e o desenvolvimento do controle de qualidade e certificação.

O Centro de Energias Renováveis terá a participação de três secretarias de Estado e do Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec). A partir dele, serão criadas duas redes, uma de laboratórios com certificação para análise de biocombustíveis e outra de engenharia da biomassa.

Preço do álcool - Nos debates no fim do evento, as perguntas foram dirigidas ao presidente do Siamig, Luiz Custódio Martins, e ao secretário de Estado da Fazenda, Simão Cirineu Dias, que participaram da mesa-redonda anterior. O secretário respondeu a comentário do deputado Weliton Prado (PT), para quem o preço do álcool combustível no Estado desestimula o produtor e a solução seria a redução da alíquota do ICMS. Dias afirmou que o preço para o consumidor é o segundo mais baixo entre os Estados integrantes do Conselho de Secretários de Fazenda (Confaz).

Martins apresentou as perspectivas para a produção de cana na Zona da Mata, que, segundo ele, não deve voltar a alcançar os patamares da década de 70, quando a região era responsável por mais de 70% da produção do Estado. Atualmente, contribui somente com 2%. Ele garantiu ainda que não há possibilidade de nivelamento entre os preços da gasolina e do álcool. "Não dá para impor alíquotas iguais para combustíveis de origem fóssil e combustíveis renováveis", declarou.

 

 

 

 

 

 

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