Transportadores denunciam suposta perseguição de seguradoras

Diretores da Associação de Proteção entre Amigos dos Transportadores de Cargas do Estado (Ascarg) denunciaram aos dep...

27/10/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Transportadores denunciam suposta perseguição de seguradoras

Diretores da Associação de Proteção entre Amigos dos Transportadores de Cargas do Estado (Ascarg) denunciaram aos deputados Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais uma suposta perseguição por parte do Sindicato do Corretores (Sincor). O debate, que recebeu ainda o advogado da associação e uma representante da Defensoria Pública, aconteceu nesta terça-feira (27/10/09), a requerimento do deputado Durval Ângelo (PT).

De acordo com o presidente da Ascarg, Geraldo Eugênio de Assis, a associação adota o princípio do mutualismo, em que os membros se reúnem para, por meio de rateio mensal, cobrirem os sinistros provocados em razão do trabalho dos transportadores. Ele explicou que os valores cobrados pelas empresas de seguro inviabilizam a atividade, e que a intenção da Ascarg é proteger o patrimônio dos transportadores de cargas no Estado. "Em cinco anos de atuação, jamais tivemos reclamação dos associados. Ninguém é obrigado a participar e, ainda assim, a grande maioria dos transportadores faz parte da nossa entidade", disse.

Para ele, as empresas seguradores formam um cartel, que tem como objetivo acabar com associações como a Ascarg, para forçar os profissionais a contratarem seus serviços. "Fomos indiciados pelo Ministério Público Federal e estamos sendo investigados pela Polícia Federal, mas não foi constatado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) nenhum indício de que atuamos como seguradora", completou.

O diretor administrativo da associação, Carlos Alberto Roesel, reforçou que existe um claro protecionismo do Estado às grandes corporações, como as seguradoras. Segundo ele, o Governo Federal tem concedido linhas de crédito especiais para os transportadores de cargas, por meio do programa Procaminhoneiro, mas as empresas de seguro inviabilizam o trabalho. "A prestação do governo é de R$ 2.300 e do seguro chega a R$ 8.000. Pela Ascarg, o associado paga de R$ 600 a R$ 800 e tem o seu bem coberto e protegido", afirmou. Ele lembra que não há crime na atividade da associação, tendo em vista que não há previdência e sim a arrecadação para rateio no grupo. "Queremos justiça e clareza na apuração dos fatos", finalizou.

O diretor financeiro da Ascarg, Miguel Campos Santos, lembrou ainda que todos os associados têm acesso à prestação de contas pela internet. De acordo com ele, há transparência e, portanto, confiança no trabalho, que teria como objetivo proteger o transportador de cargas.

Defensora Pública defende que atividade é lícita

Na opinião da defensora pública-chefe substituta, Giêdra Cristina Pinto Moreira, não há nenhum indício no processo aberto pelo Ministério Público de que o trabalho da Ascarg seja ilegal. Para ela, a legislação sobre o sistema de seguros no País é anterior à Constituição de 1988, portanto ultrapassadas. "É uma análise preliminar, mas não vejo qualquer crime financeiro ou administrativo", disse.

O advogado José Rubens Costa também disse que o caso precisa ser melhor estudado, mas não acredita que a atuação da Ascarg seja ilícita. Segundo ele, o Ministério Público pretende abrir inquérito alegando crime financeiro, mas o parecer final do Susep será o norteador da decisão. "A Susep tem pareceres contraditórios, portanto nem o procurador tem segurança de que haja crime. É preciso aguardar as medidas que serão tomadas para que se faça uma avaliação mais precisa sobre como a Ascarg deve se posicionar", salientou. Ainda em sua fala, o advogado reforçou que a legislação é confusa e falha.

Providências - Como encaminhamentos da audiência, o deputado Durval Ângelo pretende enviar ao coordenador da bancada mineira da Câmara Federal, Mário Heringer (PDT-MG), as notas taquigráficas da reunião; uma sugestão de projeto de lei federal que torne as normas sobre sistemas de seguro no País mais claras; um pedido para que envie à comissão a regulamentação do programa Procaminhoneiro; um pedido para que a bancada interfira na Susep a respeito da situação; e uma sugestão para que os parlamentares testemunhem em favor da associação no Ministério Público Federal e na Polícia Federal.

Durval Ângelo quer solicitar, ainda, o envio das notas taquigráficas da reunião ao Ministério da Justiça, à Procuradoria-Geral da República; ao superintendente regional da Polícia Federal, Jerry Antunes de Oliveira; à Defensoria Pública Federal; à Susep; e à Ascarg. O deputado quer pedir também à Consultoria da ALMG para que elabore uma minuta de projeto de lei que seja encaminhado aos deputados federais, propondo mudanças na legislação relativa aos sistemas de seguros; o envio de solicitação ao Governo Federal para encaminhe à comissão todos documentos sobre a legislação do programa Procaminhoneiro; além do envio das imagens da audiência à Ascarg, feitas pela TV Assembleia.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; e João Leite (PSDB).

 

 

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