Coronel rebate denúncia de perseguição a soldado da PM

O caso da denúncia de perseguição a um soldado do 26º Batalhão de Polícia Militar de Itabira voltou a ser discutido p...

21/10/2009 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Coronel rebate denúncia de perseguição a soldado da PM

O caso da denúncia de perseguição a um soldado do 26º Batalhão de Polícia Militar de Itabira voltou a ser discutido pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Em audiência pública realizada nesta quarta-feira (21/10/09), os deputados ouviram explicações do coronel Geraldo Henrique Guimarães da Silva, designado pelo comando geral da PM para falar sobre o caso.

No dia 3 de setembro deste ano, a questão foi trazida à comissão pelo deputado Sargento Rodrigues (PDT), que também é o autor do requerimento para a reunião desta quarta-feira (21). Naquela reunião, o deputado informou que, apesar de estar de licença médica, o soldado Ailson Ferraz de Brito Júnior, lotado no 26º Batalhão, passou por vários constrangimentos antes de poder ir para casa, em Barão de Cocais. Os autores do abuso de autoridade, segundo Rodrigues, foram o tenente Valter dos Santos e o coronel Evandro Jaques de Mendonça, comandante daquela unidade. Convidados para a reunião desta quarta-feira (21), ambos não compareceram.

O coronel Geraldo Henrique disse que Evandro está de férias e a presença apenas do tenente Valter fatalmente obrigaria à realização de uma nova reunião. Por isso, Henrique compareceu para dar as informações solicitadas pelos deputados, uma vez que está a par de toda a situação. Ele se disse preocupado com a saúde física e mental do soldado, que está há três anos na Polícia Militar e já acumula contra si três processos.

Deslocado para serviços internos em Itabira, o soldado Ailson tem recebido constante atendimento médico e psicológico, garantiu o coronel. Ele informou que sua transferência para Itabira se deveu à melhor estrutura daquele batalhão no sentido de oferecer o apoio profissional que o soldado não tinha em Ferros. Trata-se, portanto, de uma iniciativa para proteger tanto o soldado quanto a população, justificou Henrique. Mas o deputado Sargento Rodrigues não entendeu assim. Para o parlamentar, a atitude foi mais uma punição do que proteção.

Rodrigues criticou ainda o que ele chamou de "tentativa de desqualificar a vítima", referindo-se ao fato de o coronel ter trazido informações sobre os processos abertos contra o soldado. Às suas palavras fez coro o presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra), subtenente Luiz Gonzaga Ribeiro. Para ele, é cultura da corporação denunciar os praças em nome da moralidade da PM e ao mesmo tempo evitar denúncias a oficiais, que representariam, ao contrário, a desmoralização da instituição.

Desconvocação de acusados causa polêmica

A convocação ou não dos acusados, o tenente Valter e o coronel Evandro, foi motivo de polêmica entre os deputados. No início da reunião, o presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), afirmou que ambos continuavam convocados a prestar esclarecimentos. Porém, após as explicações do coronel Henrique, o deputado Fahim Sawan (PSDB) apresentou um requerimento cancelando a convocação e estabelecendo um prazo (até 30 de novembro) para que o oficial apresente as providências tomadas em relação aos cuidados com o soldado Aílson e a completa apuração das denúncias de abuso de autoridade.

A aprovação desse requerimento causou irritação no deputado Sargento Rodrigues, que se disse desrespeitado e acusou Fahim de "defender a casta, e não a corporação". Durval Ângelo afirmou que qualquer deputado tem o direito de apresentar o requerimento que quiser, mas ponderou que a comissão vai exigir agilidade na investigação desse caso. O coronel Henrique concordou com o prazo estipulado.

Para dar agilidade à apuração, a comissão aprovou requerimento do seu presidente pedindo o encaminhamento das notas taquigráficas das reuniões realizadas nesta quarta e no dia 3 de setembro ao coronel Henrique e ao corregedor-geral da Polícia Militar.

Comissão prevê a realização de visitas e audiências

Outros requerimentos aprovados, de autoria de Durval Ângelo:

* visita ao MG Transplantes e ao Hospital das Clínicas, com o objetivo de conhecer a estrutura e os serviços prestados pelas instituições;

* envio de ofício à Subsecretaria de Administração Prisional, pedindo o cronograma da transferência da custódia dos presos da cadeia pública de Janaúba;

* pedido de informações à Defensoria Pública sobre o resultado dos trabalhos realizados por um grupo de defensores na cadeia pública de Janaúba, que verificou a situação processual dos presos, bem como pedido de apuração das reclamações apresentadas pelos detentos em relação ao atendimento prestado pelo defensor público João Elton Barbosa;

* manifestação de aplauso ao subtenente Luiz Gonzaga Ribeiro, presidente da Aspra, pela sua eleição ao Conselho Nacional de Segurança Pública;

* manifestação de aplauso ao comandante-geral da PM e ao presidente da Aspra pela efetiva participação de policiais militares na I Conferência Nacional de Segurança Pública;

* audiência pública para debater denúncia de irregularidade na escala de serviços dos policiais militares lotados no Batalhão da PM em Betim e no Hospital da Polícia Militar.

A comissão também aprovou um requerimento do deputado Sargento Rodrigues, no qual pede uma audiência pública para obter esclarecimentos sobre denúncias de coação e perseguição a policiais militares em Patrocínio, e outros dois do deputado Fahim Sawan. O primeiro pede providências ao secretário de Estado de Saúde para que seja ampliado e agilizado o serviço de transplantes em Uberaba, especialmente de medula óssea. E o outro solicita uma visita ao hospital da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro e à Oásis, instituição de apoio aos portadores de câncer, bem como uma audiência pública em Uberaba para debater a questão do transplante de medula óssea.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Fahim Sawan (PSDB), vice; Antônio Genaro (PSC), Vanderlei Miranda (PMDB), Ruy Muniz (DEM), Sargento Rodrigues (PDT), Célio Moreira (PSDB) e deputada Gláucia Brandão (PPS).

 

 

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