Consórcio de saúde depende de maior integração entre prefeitos

A burocracia na assinatura de convênios para repasse de recursos municipais para o transporte de pacientes foi aponta...

15/10/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Consórcio de saúde depende de maior integração entre prefeitos

A burocracia na assinatura de convênios para repasse de recursos municipais para o transporte de pacientes foi apontada como uma das razões para que o serviço ainda não esteja funcionando no Vale do Jequitinhonha. Esta é a avaliação do presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems), Romércio Oliveira Gobira, que participou de audiência pública realizada nesta quinta-feira (15/9/09) em Jacinto pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

De acordo com as autoridades locais, os carros já estão disponíveis, mas não há recursos para a realização do transporte. Dos 16 municípios que compõem a região do Baixo Jequitinhonha, apenas seis integram atualmente o Consórcio Intermunicipal de Saúde (CIS), com sede em Jacinto. Para Gobira, seria melhor fortalecer o consórcio já existente, com a integração dos municípios que ainda estão de fora, ao invés de se criar outro. Ele relatou, no entanto, que ainda há resistência por parte das prefeituras nesse sentido.

O secretário municipal de Saúde de Santo Antônio do Jacinto, Arlan Lima, também defendeu o fortalecimento do consórcio, e avalia que as prefeituras que o integram não estão dispostas a manter um diálogo para que ele funcione adequadamente. O vice-presidente da Comissão de Saúde, deputado Carlos Pimenta (PDT), disse que essa integração deve partir dos municípios e depende mais do esforço dos prefeitos do que de intervenção do Governo do Estado ou da Assembleia.

A coordenadora do Programa de Fortalecimento dos Consórcios Intermunicipais de Saúde, Marta de Sousa Lima, considera a união dos municípios fundamental para que as políticas públicas da Secretaria de Estado de Saúde (SES) possam ser implementadas. "É impossível a secretaria apoiar um município isoladamente, num Estado com essas proporções", disse. Com relação ao transporte sanitário, a coordenadora alegou que a SES está dentro do prazo, mas para que o serviço possa ser executado, é necessário que as prefeituras façam sua parte.

Participantes questionam atuação de fundação

Autoridades que estavam presentes à audiência cobraram mais transparência na prestação de contas dos recursos que as administrações municipais repassam para a área de saúde. O vice-prefeito de Jacinto, Décio Emílio, disse que não há clareza sobre a aplicação dos recursos destinados à Fundação Bom Pastor, que administra o hospital da cidade e desde 2005 mantém um convênio com o Consórcio Intermunicipal de Saúde. Ele comparou a gestão do hospital a uma "caixa preta", pois os prefeitos não estariam sendo informados sobre a aplicação desses recursos. Em 2005 o Consórcio Intermunicipal de Saúde firmou um convênio com a fundação.

Sérgio Freitas Gomes, vereador de Jacinto, afirmou que chegou a encaminhar um ofício à administração do hospital, pedindo esclarecimentos. Em sua avaliação, os prefeitos resistem em contribuir para o fortalecimento do consórcio por não confiarem na gestão da fundação.

O secretário executivo do consórcio, Francisco Carvalho, também fez críticas à atual diretoria da Fundação Bom Pastor. Segundo ele, quando o convênio entre o consórcio e a fundação foi firmado, houve muitos avanços porque a diretoria anterior adotava uma gestão mais participativa. Ele afirma que a atual administração não dá abertura à participação das prefeituras, o que gera uma falta de confiança no consórcio intermunicipal.

O vice-diretor da Fundação Bom Pastor, Frederico Lúcio de Carvalho, rebateu as acusações, dizendo que a atual diretoria foi a primeira a assumir mediante realização de eleição e que novo regimento foi elaborado dentro dos moldes legais. Ele afirmou, ainda, que a fundação realiza prestações de contas mensais. Para ele, as acusações são fruto de problemas de natureza política.

O deputado Carlos Pimenta sugeriu que fosse realizada uma reunião entre os representantes da fundação, das prefeituras e do Ministério Público para que essas questões sejam esclarecidas e o consórcio possa funcionar de forma mais eficaz. O coordenador de regulação da Gerência Regional de Pedra Azul, Ronaldo Pereira dos Reis, informou que essas autoridades já se reuniram para chegar a um entendimento.

Para o deputado Doutor Rinaldo (PSL), a integração dos municípios é o caminho para que sejam resolvidos os problemas na área da saúde, mas para isso é necessário que haja transparência. Ele falou da possibilidade de a comissão realizar uma audiência para apurar o assunto caso as entidades envolvidas não consigam resolver a questão.

Presenças - Deputados Carlos Pimenta (PDT), vice-presidente; e Doutor Rinaldo (PSL).

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br

Rua Rodrigues Caldas,30 :: Bairro Santo Agostinho :: CEP 30190 921 :: Belo Horizonte :: MG :: Brasil :: Telefone (31) 2108 7715