Comissão constata problemas em presídio de São Joaquim de Bicas

Denúncias de prática de tortura na Cadeia Pública de São Joaquim de Bicas, na Grande BH, feitas à Assembleia Legislat...

14/10/2009 - 00:03
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comissão constata problemas em presídio de São Joaquim de Bicas

Denúncias de prática de tortura na Cadeia Pública de São Joaquim de Bicas, na Grande BH, feitas à Assembleia Legislativa no mês passado, foram confirmadas por presos durante a visita que os deputados da Comissão de Direitos Humanos fizeram ao presídio nesta quarta-feira (14/10/09). Os parlamentares constataram outras irregularidades, como a existência de presos condenados ao regime semi-aberto cumprindo pena no regime fechado e descumprimento da lei nas revistas de visitantes.

A visita foi requerida pelo deputado Vanderlei Miranda (PMDB), a partir das denúncias feitas em setembro por Anita Balbi Silva, mãe do detento Ivan Ronaldo Nápolis Silva. Na ocasião, ela relatou maus-tratos e agressões cometidas pelos agentes penitenciários durante as inspeções nas celas. Para o deputado, a comprovação da ocorrência de tortura é uma tarefa difícil, uma vez que os supostos agressores dificultam a realização de exames de corpo de delito. Mas na conversa com diversos detentos, os parlamentares ouviram que os maus-tratos são comuns no local. O detento Ivan Ronaldo, no entanto, relatou que não tem mais sofrido agressões por parte dos agentes penitenciários.

Os deputados constataram ainda superlotação na cadeia. Com capacidade para 800 presos, o presídio conta com 2.200. Nas celas apelidadas de "castigo", onde só cabe um detento, aglomeram-se quatro, disse Vanderlei Miranda. Outro problema encontrado foi o atendimento médico-odontológico. Segundo Miranda, o Governo do Estado não renovou o convênio com a policlínica de São Joaquim de Bicas. Para ser atendido, o preso tem que ser levado algemado ao consultório do médico. Já o único dentista que dá assistência aos presos comparece duas vezes por semana, situação que deixa muitos detentos sem assistência.

Os visitantes, principalmente as mulheres, também têm passado por situações constrangedoras, disse o deputado, o que contraria a legislação. Vanderlei Miranda disse que vai estudar a possibilidade de apresentar um projeto de lei que regulamente a revista interna dos presos, uma vez que esse procedimento ainda não tem normas próprias.

Para tentar resolver a situação de diversos detentos que deveriam estar cumprindo suas penas em regime semi-aberto, a comissão pretende estimular um mutirão da Defensoria Pública. Um dos presos nessa situação é Ramon Geraldo Carreira Diniz, cuja mudança já teria sido determinada pela Justiça. Após uma conversa com os deputados, a direção do presídio se comprometeu a tomar as providências para que Ramon passe a cumprir sua pena na oficina, e não mais na cela.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; e Vanderlei Miranda (PMDB).

 

 

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