Moradores de Santa Luzia não têm água encanada

A revisão do termo de ajustamento de conduta (TAC) de 2002, que impede que sejam feitas ligações de água e esgoto em ...

13/10/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Moradores de Santa Luzia não têm água encanada

A revisão do termo de ajustamento de conduta (TAC) de 2002, que impede que sejam feitas ligações de água e esgoto em loteamentos irregulares, foi defendida pelos deputados que participaram da audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais nesta terça-feira (13/10/09). A reunião foi solicitada pelo deputado Wander Borges (PSB) para debater a situação das 300 famílias que vivem sem água potável em São Sebastião de Maquiné, em Santa Luzia (RMBH), e foi acompanhada pelos moradores desse bairro e de outros que passam por situação semelhante.

Para o deputado Fábio Avelar (PSC), o TAC só deveria ser válido para os empreendimentos criados a partir da data de publicação do termo, ficando garantida a oferta de serviços à população dos loteamentos anteriores a ele. "O objetivo do TAC é frear os loteamentos irregulares, mas é preciso buscar soluções para as famílias já instaladas", avalia. Ele informou que há pelo menos 20 bairros com o mesmo problema em Santa Luzia e cerca de 100 na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O deputado explicou que a Copasa é impedida por lei de fazer as ligações, mas defendeu que cada caso seja estudado.

Na opinião do deputado Wander Borges, há no Brasil um histórico de empreendedores que vendem terrenos contando com a boa fé das pessoas e deixam que o caos se instale, não oferecendo a estrutura adequada. "A legislação avança, mas não há punição para esses empreendedores", afirmou. O parlamentar acredita que o TAC firmado entre a prefeitura, a Copasa e o Ministério Público (MP) não pode ser usado para justificar a falta de atendimento à população. E acrescentou que um novo modelo de TAC deveria prever abertura de ação civil pública para responsabilizar os empreendedores de loteamentos irregulares.

Representante dos moradores denuncia descaso das autoridades

O drama dos moradores foi relatado, primeiramente, pelo presidente da Associação Comunitária Bom Destino, Ailton Gomes da Silva. Ele contou que a Copasa transfere a responsabilidade para o Ministério Público, e este diz que a prefeitura precisa urbanizar a área para que os serviços sejam oferecidos. "Enquanto isso as crianças tomam água contaminada e sofrem com as diarreias", desabafou. O representante dos moradores pediu uma visita da comissão ao loteamento e cobrou providências. Segundo ele, a luz ligada no bairro foi paga pelos moradores com financiamento da prefeitura. "Há mais de dez anos a prefeitura de Santa Luzia sabe da situação", afirmou.

O superintendente operacional da Copasa para a RMBH, Clébio Antônio Batista, informou que a multa cobrada da Copasa para cada ligação em empreendimento irregular é de R$ 5 mil. Além disso, segundo ele, tecnicamente essas ligações não são simples. "Quando um empreendimento é planejado, a Copasa é procurada logo na primeira fase de trabalhos", explica. Clébio Batista também afirmou que a empresa está investindo R$ 65 milhões no tratamento do esgoto de Santa Luzia e que está preocupada com o aspecto social dos loteamentos do município. Ele acrescentou que, havendo autorização legal, a Copasa buscará as soluções técnicas e financeiras para atender essas áreas.

Deputado pede antecipação de estudos técnicos

O deputado Fábio Avelar solicitou ao representante da Copasa que a empresa inicie os estudos técnicos para implantação do sistema de água e esgoto em São Sebastião de Maquiné no intuito de agilizar os trabalhos quando o TAC for modificado. De acordo com o parlamentar, o MP tem demonstrado sensibilidade para a necessidade de revisão do termo.

Na fase de debates, vários moradores de Santa Luzia, que acompanhavam a reunião, falaram das dificuldades enfrentadas em São Sebastião de Maquiné e em outros bairros, onde não há nem luz. Eles destacaram que compraram seus lotes, não são invasores. Os moradores também cobraram o estabelecimento de prazo para os encaminhamentos necessários e criticaram a ausência do MP e da prefeitura de Santa Luzia na reunião.

O deputado Almir Paraca (PT) disse que a situação dos loteamentos de Santa Luzia é idêntica a de um bairro de Unaí, cuja situação ele acompanhou de perto. O parlamentar acrescentou que lá a Cemig também não foi autorizada a fazer as ligações elétricas. O deputado federal Mário Heringer (PDT-MG) reforçou a responsabilidade do poder público com essa situação e, à frente da bancada mineira no Congresso, assumiu o compromisso de pedir recursos para a cidade no Orçamento de 2010.

Presenças - Deputados Fábio Avelar (PSC), presidente; Almir Paraca (PT), Gil Pereira (PP) e Wander Borges (PSB).

 

 

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