Comissão pedirá providências para problemas da cadeia de Oliveira

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais visitou a cadeia pública de Oliveira (Centro...

28/09/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comissão pedirá providências para problemas da cadeia de Oliveira

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais visitou a cadeia pública de Oliveira (Centro Oeste do Estado) nesta segunda-feira (28/9/09) para investigar a morte do detento Walisson Tadeu Ferreira. O preso, de 22 anos, teria sido espancado até morte na madrugada do dia 7 de junho, conforme denúncia recebida pela comissão.

Os deputados foram apurar também o motivo da paralisação das obras da nova cadeia pública de Oliveira, uma vez que os recursos da Secretaria de Estado de Defesa Social já teriam sido liberados. A visita da comissão foi requerida pelo deputado Padre João (PT), que recebeu denúncia de que detentos controlariam o tráfico de drogas na cidade de dentro da cadeia.

De acordo com Padre João, cerca de R$ 1,5 milhão foram liberados para a construção da segunda etapa da cadeia de Oliveira. O deputado disse que vai apurar junto à Secretaria de Defesa Social se essa verba já foi repassada para a prefeitura e por que a obra ainda não foi retomada. O deputado Domingos Sávio (PSDB) informou que o Governo do Estado liberou R$ 800 mil para a primeira etapa das obras. O vice-presidente da Câmara Municipal de Oliveira, Américo Pinto Costa, garantiu que esses recursos foram totalmente utilizados.

O delegado Isaías Confort, apontado como um dos envolvidos nas irregularidades na cadeia, não se encontrava no local para receber os deputados. O presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Durval Ângelo (PT), e o deputado Padre João foram impedidos de conhecer as celas por um policial civil identificado como Daniel. A ordem teria sido dada pela coordenadora do Núcleo de Gestão Prisional da Polícia Civil, delegada Cláudia Calhau. Daniel empurrou Durval Ângelo, e em consequência disso, a câmera fotográfica da Assessoria de Imprensa da ALMG teve o visor quebrado . O deputado deu voz de prisão ao policial, que foi relaxada pela delegada.

Depois de muito tumulto, os deputados conseguiram chegar até as celas. Dentro da cadeia, eles ouviram denúncias de várias irregularidades. "A situação parece muito grave e é reforçada pela declaração do médico Gustavo Mendes de que somente este ano atendeu cerca de 150 presos vítimas de agressão, inclusive casos de risco de morte, com traumatismo craniano", afirmou Durval Ângelo.

De acordo com Durval, os presos também denunciaram que a delegacia mantém um menor como detento, que teria sido retirado do local antes da visita. Os presos apontaram como autores das agressões o policial identificado como Daniel e outro identificado como Rodrigo. Posteriormente, os deputados receberam informações de que Rodrigo não seria policial civil, mas segurança particular do delegado Isaías Confort. Durval Ângelo disse que vai pedir o afastamento do delegado e do policial Daniel, e que seja apurada a situação do suposto policial Rodrigo.

O ouvidor de Polícia de Minas Gerais, Paulo Alkmin, manifestou preocupação quanto à paralisação das obras da nova cadeia e a atitude do policial Daniel de impedir os deputados de entrarem na cadeia. Paulo Alkmin disse que já comunicou o fato ao chefe da Polícia Civil, Marco Antônio Monteiro.

O deputado Durval Ângelo apresentou requerimentos de providências ao Ministério Público e à Polícia Civil, que serão colocados em votação na próxima reunião da comissão.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Padre João (PT), Domingos Sávio (PSDB) e Duarte Bechir (PMN). Também participaram da reunião a prefeita de Carmópolis de Minas, Maria do Carmo Rabelo Lara; o comandante do 8º Batalhão da PM, tenente-coronel Luís Rogério de Assis; e o capitão da PM José Deon da Silva.

 

 

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