Plano Decenal de Educação de Minas recebe críticas

O Plano Decenal de Educação de Minas Gerais foi severamente criticado pela representante da Confederação Nacional das...

24/09/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Plano Decenal de Educação de Minas recebe críticas

O Plano Decenal de Educação de Minas Gerais foi severamente criticado pela representante da Confederação Nacional das Associações de Pais e Alunos, Iedyr Gelape Bambirra. Ela foi uma das debatedoras do encontro da Região Sudeste sobre o Plano Nacional de Educação (PNE), organizado pela Câmara dos Deputados. O evento Mais Dez: O Legislativo e a Sociedade Construindo juntos o Plano Nacional de Educação, ocorreu na tarde desta quinta-feira (24/9/09), no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Os parlamentares Gláucia Brandão (PPS) e Ruy Muniz (DEM) presidiram o evento.

"A discussão apressada do Plano Decenal é um exemplo de desarticulação do Governo de Minas com o Plano Nacional de Educação. Se aprovado antes de 2010, o plano deixará Minas Gerais isolada do contexto nacional", afirmou Iedyr. Ela também reclamou que as associações de pais são discriminadas no Estado e exigiu a reintegração dos representantes dos pais no Conselho Estadual de Educação.

Para o presidente executivo do movimento Todos pela Educação e membro do Conselho Nacional de Educação, Mozart Neves Ramos, o PNE tem entre seus grandes desafios a luta contra o analfabetismo, pela qualidade na educação básica e a elaboração de metas realistas e factíveis. Ele listou algumas condições para resolver uma questão crucial, a da valorização da profissão de professor. "É preciso um salário inicial atraente, plano de carreira, melhoria das condições de trabalho e aproximação da universidade com a educação básica", disse.

A valorização dos profissionais é uma das sugestões apresentadas pela representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Feliciana do Vale Saldanha, que listou uma série de demandas que a central considera essenciais para o desenvolvimento social do País. Já a representante da União dos Dirigentes Municipais de Educação de Minas Gerais (Undime), Edna Gonçalves Amorim, reforçou a falta de um efetivo Sistema Nacional de Educação.

PNE tem que ter compromisso com os pobres

"O mais importante é que todas as ações do plano garantam um tratamento diferenciado que reflita os indicadores de desigualdade do País. Tem que se dar prioridade para o campo, para os pobres e para os indígenas." A fala foi da professora e pesquisadora da Faculdade de Educação da UFMG, Maria Isabel Antunes Rocha. Ela ressaltou a falta de oferta de ensino médio e superior no campo. "Temos que trabalhar nossa materialidade. Somos extremamente desiguais", comentou, referindo-se não só à educação. A professora frisou a necessidade de que o PNE seja explícito ao fazer referência sobre os "desiguais".

Para o representante da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Flávio Santos, o respeito à autonomia das instituições federais, uma política adequada de recursos humanos e soluções de financiamento estão entre os desafios a serem conquistados pelo PNE.

Na fase de debates, foram levantados assuntos como a situação dos alunos do ProUni. "Não há fiscalização e controle social do programa. Após uma auditoria do Tribunal de Contas da União em cinco estados, foram achados 30 mil alunos da classe A com bolsas do ProUni. Que esperança temos de justiça e transparência?", perguntou Adriana Ferreira, representante dos estudantes no debate. O deputado Ruy Muniz solidarizou-se, mas enfatizou que ao longo dos anos, o processo de melhoria da educação está ocorrendo. "Já melhoramos muito e temos muito ainda a melhorar", disse.

 

 

 

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