Especialistas fazem diagnóstico do setor energético em Minas e no País

Representantes do Ministério de Minas e Energia, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e da Cemig apre...

23/09/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Especialistas fazem diagnóstico do setor energético em Minas e no País

Representantes do Ministério de Minas e Energia, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e da Cemig apresentaram um panorama do setor de energia elétrica no Estado e no País aos deputados da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A audiência pública, realizada na manhã desta quarta-feira (23/9/09), a requerimento do deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), teve a finalidade de debater as características e o potencial de expansão dos setores de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica em âmbito estadual e nacional.

O diretor de Fontes Energéticas da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Sérgio Resende, afirmou que existem 274 empreendimentos em operação em Minas, que contam com uma capacidade de geração de energia de mais de 18 mil megawatts. Deste total, 90% provêm de energia hidrelétrica, e o restante de energia termelétrica e eólica. Para ele, o mapeamento do potencial eólico no Estado pode incrementar a capacidade em até 9,5 mil megawatts nos próximos anos. O representante do governo disse ainda que existem diversos projetos do setor em andamento, que têm o objetivo de atingir 100% de eletrificação do meio rural, além da implantação do programa Luz para Todos. Em termos de Brasil, ele disse que existem mais de dois mil empreendimentos em operação, que possuem uma capacidade superior a 105 mil megawatts de potência. Segundo ele, cerca de 75% da geração de energia é proveniente de hidrelétricas, sendo o restante dividido entre as fontes termelétrica, solar, eólica e nuclear. "Acredito que, por meio de novos investimentos em energias renováveis, será possível adicionar mais 37 mil megawatts em capacidade em poucos anos", disse.

O diretor de Monitoramento do Sistema Elétrico do Ministério de Minas e Energia, Robésio Maciel de Sena, complementou os dados apresentados por Sérgio Resende, ao lembrar que existem 95 mil km em linhas de transmissão em todo o território nacional. De acordo com ele, 46% da energia produzida no Brasil é proveniente de fontes renováveis, como eólica, solar, gás, biomassa e bagaço de cana. Sobre o potencial de crescimento do setor, o representante da União afirma que é possível evoluir de forma significativa, tendo em vista que estão previstos investimentos em energia eólica, nuclear e na biomassa. "A meta até 2016 é atingir uma capacidade superior a 134 mil megawatts, por meio de 116 mil km em linhas de transmissão. Após 2010, serão investidos cerca de R$ 34 bilhões para que estes objetivos sejam alcançados", salientou.

Cemig destaca crescimento em geração, transmissão e distribuição no Estado

O superintendente de Planejamento e Operação de Geração de Transmissão da Cemig, Evandro Leite Vasconcelos, disse que o Brasil tem o maior sistema de transmissão de energia do mundo, o que faz com que o potencial de crescimento seja grande. Segundo ele, após a privatização das concessionárias, a concorrência qualificou o setor e ampliou a demanda energética. Sobre Minas Gerais, o representante da Cemig disse que o Estado conta com quase cinco mil km em linhas de transmissão, divididos em 35 subestações. "Temos um grande potencial de pequenas centrais hidrelétricas e de energia eólica. Acredito que os investimentos, que devem chegar a R$ 181 bilhões até 2017, irão viabilizar o atendimento da demanda com qualidade no Estado", disse.

O superintendente de Planejamento, Estudos e Projetos de Expansão da Distribuição da Cemig, Amauri Reigaldo Costa Oliveira, alertou para a preocupação da empresa em oferecer serviços de qualidade a um custo mais baixo para a população. De acordo com ele, o panorama do Estado mostra um potencial de expansão nos setores industrial, comercial e rural, que pode ser obtido por meio de investimentos em atuação tecnológica, instalações, melhoria de qualidade, preservação ambiental e segurança. Em sua fala, Amauri citou os programas Luz para Todos, Clarear, Atendimento Rural e Cresceminas, entre outros, como as principais ações do Estado para o desenvolvimento do mercado.

Críticas - Os deputados questionaram a atuação da Cemig no que se refere à distribuição, manutenção, custo e burocracia do setor energético estadual. Para o deputado Weliton Prado (PT), apesar de todo o potencial de energia em Minas, a primeira chuva da temporada deixou cerca de 500 mil pessoas sem luz na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele sugeriu que a empresa invista em tecnologia e renovação da frota de veículos, para que o atendimento seja feito de forma mais ágil e eficiente.

O deputado Antônio Júlio (PMDB) considerou a privatização como um dos fatores para a perda de qualidade nos serviços prestados pelas concessionárias de energia, especialmente por parte da Cemig. De acordo com o parlamentar, a distribuição da empresa ainda é falha, por não levar em conta a realidade de cada local onde atua. O deputado Adelmo Carneiro (PT) fez coro às palavras do colega e lembrou ainda que o custo da energia, que é tributada em mais de 42%, pode estar travando o crescimento do mercado.

O presidente da comissão, deputado Sávio Souza Cruz, afirmou que a demanda por energia deve triplicar nos próximos 20 anos, e que a questão ambiental deve ser levada em conta no processo de expansão do segmento energético. Para ele, a indústria demanda dois terços da energia no País, o que torna a sustentabilidade ainda mais relevante no contexto de crescimento do setor.

Presenças - Deputados Sávio Souza Cruz (PMDB), presidente; Adalclever Lopes (PMDB); Weliton Prado (PT); Adelmo Carneiro (PT); e Antônio Júlio (PMDB).

 

 

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