Deputados constatam precariedade da cadeia de Santa Rita do Sapucaí

Em visita à cadeia pública de Santa Rita do Sapucaí (Sul de Minas), a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Leg...

22/09/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Deputados constatam precariedade da cadeia de Santa Rita do Sapucaí

Em visita à cadeia pública de Santa Rita do Sapucaí (Sul de Minas), a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais encontrou, na manhã desta terça-feira (22/9/09), situação precária de funcionamento. Além do estado de degradação das celas e da superlotação, os deputados constataram falta de condições de trabalho para os servidores da prisão. A visita foi requerida pelo deputado Sargento Rodrigues (PDT). Ele ficou alarmado com os riscos corridos pelos agentes penitenciários, uma vez que a cadeia é altamente vulnerável a fugas.

Nas dez celas disponíveis, a capacidade é para 40 detentos. Mas 80 presos se amontoam entre gambiarras elétricas, colchões sujos e objetos pessoais que, nas palavras do comandante da Polícia Militar, tenente Júlio César, atentam contra a dignidade humana. Três agentes penitenciários fazem a guarda dos presos. À noite, ficam apenas um guarda e um policial militar. Em caso de uma rebelião, o efetivo não teria qualquer condição de controlá-la. O receio dos deputados é que se repita, na cidade, um episódio como o de Ponte Nova, ocorrido em 27 de agosto de 2007, quando 25 presos morreram queimados durante uma revolta.

Segundo o diretor da cadeia, delegado Waldir Jorge Pelarico Júnior, a reforma da estrutura e o aumento do efetivo de agentes penitenciários são medidas urgentes. Ele acredita que o número de guardas precisa no mínimo triplicar. Uma autoridade policial local informou que daquele presídio os detentos saem na hora que desejarem, tamanha é a fragilidade estrutural da cadeia.

No último domingo (20), dois presos conseguiram escapar. Esta, aliás, é a média mensal de fugas da cadeia de Santa Rita do Sapucaí, que tem apenas dez anos de existência e nunca passou por uma reforma. Após uma fuga de outros dois detentos em julho, uma revista foi feita e os policiais encontraram facas, serras, celulares, cordas e outros objetos. Diversas celas tiveram que ser interditadas para que as grades pudessem ser reformadas, pois já haviam sido serradas.

Sargento Rodrigues informou que vai cobrar medidas definitivas da Secretaria de Estado de Defesa Social no sentido de garantir a segurança dos agentes penitenciários. Ele ficou chocado ao ouvir dos detentos que eles nunca foram visitados por um defensor público ou um promotor de Justiça. O delegado Waldir Jorge confirmou que a estrutura da Defensoria Pública de Santa Rita do Sapucaí é precária, com apenas dois defensores. Porém, ele informou que o órgão já analisou demandas de presos que alegavam já terem cumprido suas penas, mas não encontrou veracidade em nenhuma delas.

Após conversar com diversos detentos, a deputada Maria Tereza Lara (PT) constatou que, da forma como está, a cadeia não tem qualquer condição de promover a ressocialização dos presos. O deputado João Leite (PSDB), presidente da comissão, também considerou grave a situação da cadeia, mas adiantou que o Governo do Estado vai tomar as providências necessárias para reformá-la e torná-la mais segura.

Essas medidas, de acordo com o deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), serão adotadas até o final deste ano. A cadeia será fechado e totalmente reformado para abrigar mulheres presas. Ele acrescentou que a construção dos presídios de Pouso Alegre, com capacidade para 290 internos, e de Itajubá, ambos no Sul do Estado, vão colaborar para aliviar a superlotação das cadeias da região. Já o deputado Ruy Muniz (DEM) disse que avanços na segurança pública estão sendo alcançados na gestão do governador Aécio Neves.

Presenças - Deputados João Leite (PSDB), presidente; Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Ruy Muniz (DEM), Sargento Rodrigues (PDT) e deputada Maria Tereza Lara (PT), vice-presidente.

 

 

 

 

 

 

 

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