Mudança de critérios para proteção de grutas volta à pauta da ALMG

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais volta a discutir nesta terça-feira (22/9/09) o Decreto Federal 6.640, de 200...

18/09/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Mudança de critérios para proteção de grutas volta à pauta da ALMG

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais volta a discutir nesta terça-feira (22/9/09) o Decreto Federal 6.640, de 2008, que modifica os critérios de proteção das cavidades naturais subterrâneas existentes no território nacional e permite a supressão de grutas e cavernas, dependendo de sua relevância. A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável vai se reunir às 10 horas, no Auditório, para avaliar as determinações do decreto. Entre os convidados, estão representantes da área de mineração, meio ambiente, órgãos públicos e estudiosos do setor. O requerimento é do deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), vice-presidente da comissão.

O Decreto 6.640 prevê que "a cavidade natural subterrânea classificada com grau de relevância alto, médio ou baixo pode ser objeto de impactos negativos irreversíveis, mediante licenciamento ambiental". Em março deste ano, o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra a medida, alegando que os critérios de utilização de cavernas não podem ser estabelecidos por decreto.

Comissão promoveu debate sobre o assunto em maio

Em maio deste ano, a comissão discutiu o tema, a requerimento dos deputados Fábio Avelar (PSC) e Délio Malheiros (PV). Na audiência, foi criticada a falta de critérios para se classificar as grutas e cavernas brasileiras quanto à sua relevância. Em função da falta de critérios para essa classificação, os convidados apresentaram opiniões divergentes sobre o decreto.

O diretor de Assuntos Ambientais do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Rinaldo César Mancin, disse que se trata de um avanço, pois pela primeira vez a legislação aponta para o estabelecimento de uma classificação das cavernas sob o ponto de vista de sua relevância - histórica, cultural e ambiental. Mas o gerente de Gestão de Áreas Protegidas do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Roberto Alvarenga, alertou para o fato de o Estado não contar com técnicos qualificados para fazer essa classificação. Por isso, o estabelecimento de critérios é fundamental "para que não fiquemos perdidos na hora de analisar um processo de licenciamento ambiental."

O deputado Fábio Avelar considerou a medida "um retrocesso na proteção do patrimônio espeleológico", uma vez que, segundo ele, 70% das grutas brasileiras poderão ser impactadas pela atividade econômica. Já o deputado Sávio Souza Cruz levantou a dificuldade de se tratar esse assunto no campo da legislação. "Prever todas as situações presentes no dia-a-dia da atividade econômica não é simples", avaliou. Por isso, ele defendeu o resgate do processo de licenciamento ambiental como uma instância deliberativa, e não como mera formalidade.

Convidados - São convidados da reunião: os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e de Minas e Energia, Edison Lobão; o procurador-geral de Justiça, Alceu José Torres Marques; o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho; o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração, Paulo Camilo Vargas Penna; o presidente da Sociedade Brasileira de Espeleologia, Emerson Gomes Pedro; os presidentes do Grupo Brandt Meio Ambiente, Wifred Brandt; do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), Carlos Roberto Noronha; e do Sindiextra, José Fernandes Coura; a superintendente executiva da Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda), Maria Dalce Ricas; o curador de Paleontologia do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas, Cástor Cartelle Guerra; e Maurício Cravo, espeleólogo e consultor de meio ambiente.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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