Parlamentares cobram ações integradas de saúde no
Mercosul
A necessidade de políticas integradas de saúde nos
países do Mercosul, com o objetivo de controlar epidemias
internacionais como a do vírus H1N1, foi o principal tema debatido
por deputados e técnicos da Secretaria de Estado da Saúde na reunião
desta quinta-feira (10/9/09) da Comissão Extraordinária de
Integração ao Parlamento do Mercosul da Assembleia Legislativa de
Minas Gerais. A audiência teve o objetivo de discutir questões
ligadas à saúde no âmbito do Mercosul, para promover o
fortalecimento do intercâmbio de políticas públicas entre os países
membros e o Legislativo mineiro.
O membro da representação brasileira do Parlamento
do Mercosul (Parlasul) no Congresso Nacional, deputado federal
Geraldo Thadeu (PPS-MG), alertou para a necessidade de uma discussão
mais efetiva sobre uma política única de saúde no bloco. Segundo
ele, o Parlasul debate ações de controle sanitário, comércio de
produtos e alimentos, dengue, saúde sexual, aids e controle de
epidemias, mas ainda de forma isolada. "As dificuldades e
divergências para ações de sistemas comuns de saúde são grandes, mas
a integração é uma de nossas metas. Acredito que a unificação é
inevitável e deve ser uma realidade em poucas décadas", disse. Com
relação a Minas Gerais, o deputado fez referência ao Estado como
exemplo em políticas públicas na área de saúde, e afirmou que as
experiências bem sucedidas devem ser compartilhadas com os países
que integram o bloco regional.
O deputado Carlos Pimenta (PDT) reforçou a
importância de uma conformidade nas ações de saúde, uma vez que as
medidas tomadas isoladamente não evitam a disseminação de epidemias
como a de gripe suína. Para ele, é preciso também que sejam
promovidas trocas de experiências nas áreas de educação, turismo,
comércio e ciência e tecnologia. O deputado Tenente Lúcio (PDT) fez
coro às palavras do colega, e sugeriu que o Estado compartilhe mais
seus potenciais tanto no Brasil quanto no exterior.
Estado apoia troca de experiências no
Mercosul
O assessor-chefe de Gestão Estratégica da
Secretaria de Estado da Saúde, Francisco Antônio Tavares Jr., disse
que existem ações de parceria e cooperação entre Minas Gerais e
outros países, mas que também são pontuais. De acordo com ele, o
Estado entende que a atuação conjunta entre os governos nacionais
pode auxiliar no combate às epidemias e na melhoria do atendimento à
saúde. "È necessário diagnosticar ações adequadas às realidades
regionais para que possamos melhorar os sistemas de saúde no
Mercosul. Minas Gerais tem projetos bem sucedidos que podem ser
compartilhados com os países do bloco", salientou.
Sobre a atuação do Governo do Estado, o deputado
Carlos Pimenta destacou os programas Saúde da Família e Urgência e
Emergência, que têm trazido bons resultados para a população. O
deputado Antônio Júlio (PMDB) também elogiou o trabalho da
Secretaria de Saúde, mas criticou a dependência do Estado em relação
ao Ministério da Saúde. "Todas as decisões passam por Brasília, o
que faz com que os problemas sejam encarados de forma semelhante,
sem levar em conta as características locais", ponderou. Ao final da
audiência, o parlamentar anunciou que a próxima reunião da comissão
acontece no dia 24 de setembro.
Presenças - Deputados
Antônio Júlio (PMDB), coordenador; e Carlos Pimenta (PDT). Também
participou da reunião o representante da Secretaria de Estado da
Saúde, Fernando Leles.
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