Assembleia prepara ciclo de debates sobre o
etanol
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais começa a
preparar, em conjunto com a sociedade e órgãos públicos, um ciclo de
debates sobre o impacto do etanol no desenvolvimento de Minas
Gerais, previsto para o final de outubro. A primeira reunião
preparatória foi nesta quarta-feira (9/9/09) e contou com a
participação de representantes do governo, dos trabalhadores e dos
empresários do setor sucroalcooleiro, além dos deputados Fábio
Avelar (PSC), Vanderlei Jangrossi (PP) e Zé Maia (PSDB), presidentes
das comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, de
Política Agropecuária e Agroindustrial e de Fiscalização Financeira
e Orçamentária.
Ficou definido que até a próxima reunião, a ser
realizada na terça-feira (15), os participantes encaminhem sugestões
de nomes e temas a serem discutidos no ciclo, que deverá durar todo
o dia. Alguns assuntos sugeridos para compor a programação do evento
são a importância do etanol na matriz energética nacional e estadual
e no desenvolvimento regional; o impacto da produção e da
comercialização do etanol na economia de Minas; pesquisa, tecnologia
e meio ambiente. A expectativa é de que estejam presentes na próxima
reunião preparatória representantes do Ministério Público, de mais
secretarias de Estado, de universidades e de instituições de
pesquisa. O novo encontro para planejar o ciclo será na
Diretoria-Geral da ALMG, às 14 horas.
Fim do preconceito
O deputado Zé Maia, que conduziu os trabalhos,
ressaltou que o ciclo de debates poderá contribuir para reduzir o
estigma que cerca a produção do etanol. "Ainda existe muito
preconceito contra a cana", lamentou, ponderando que o setor gera
emprego e renda e traz crescimento social e econômico para Minas e o
Brasil. Maia enumerou três aspectos que seriam entraves à expansão
da atividade: o preconceito, a elevada tributação sobre o produto e
a demora na concessão do licenciamento ambiental para instalação das
usinas de beneficiamento da cana. O estigma que cerca a atividade
também foi criticado por Mário Campos, do Sindicato das Indústrias
de Álcool e Açúcar (Siamig/Sindaçúcar), que defendeu a informação
como alternativa para reduzir esse problema.
O deputado Fábio Avelar destacou a importância da
participação do Ministério Público e dos setores envolvidos em
pesquisa, como universidades. Ele sugeriu que o ciclo de debates
possa repercutir regionalmente temas que serão discutidos em
encontro nacional do setor sucroalcooleiro, também marcado para
outubro. Natural de Piracicaba (SP), região de produção da cana, o
deputado Vanderlei Jangrossi enfatizou os benefícios que o setor
gera, assim como o representante da Federação dos Trabalhadores em
Agricultura de Minas Gerais (Fetaemg), Rômulo Luiz Campos.
Representantes do governo avaliaram como essencial a discussão de
aspectos como inovação tecnológica e expansão da atividade
sucroalcooleira para outras regiões de Minas.
Audiência de comissão - A
Assembleia discute há anos as perspectivas do setor sucroalcooleiro
no Estado. Mais recentemente, em 2008, a Comissão de Política
Agropecuária e Agroindustrial esteve em Uberaba (Triângulo Mineiro),
onde produtores e usineiros afirmaram que a pesada carga tributária
sobre o álcool e equipamentos agrícolas é o principal entrave para o
crescimento da atividade.
Presenças - Além dos
deputados, participaram da reunião Mário Campos e Camila Rocha, do
Siamig/Sindaçúcar; Rubens José Amaral de Brito, do Instituto de
Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi); João Ricardo
Albanez e Daniel de Paula Carneiro, da Seapa; e Rômulo Campos, da
Fetaemg; bem como o secretário-geral da Mesa, José Geraldo de
Oliveira Prado; o gerente-geral de Projetos Institucionais, Ricardo
Moreira; representantes de gabinetes parlamentares e das
gerências-gerais de Projetos Institucionais e de Consultoria
Temática.
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