Governo apresenta à comissão panorama energético de Minas

As fontes renováveis de energia representam 54,4% da demanda do Estado, segundo afirmou o superintendente de Tecnolog...

09/09/2009 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Governo apresenta à comissão panorama energético de Minas

As fontes renováveis de energia representam 54,4% da demanda do Estado, segundo afirmou o superintendente de Tecnologia e Alternativas Energéticas da Cemig, Alexandre Francisco Maia Bueno. Ele participou de audiência pública da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta quarta-feira (9/9/09), que teve o objetivo de debater a situação atual e o cenário futuro da matriz energética do Estado. Para Alexandre Bueno, Minas está em uma posição invejável em relação ao Brasil e ao mundo. O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Sérgio Barroso, apresentou o trabalho do governo para garantir que a oferta de energia possa acompanhar o desenvolvimento da economia mineira nos próximos anos.

A reunião foi solicitada pelo presidente da comissão, deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), que informou aos participantes que serão realizadas, neste semestre, quatro audiências temáticas sobre o setor energético. O deputado Ronaldo Magalhães (PSDB) acredita que a comissão deve ser um foro de discussão privilegiado sobre o assunto. "A questão energética precisa ser discutida, ampliada e modernizada para acompanhar o processo de desenvolvimento da economia brasileira", defendeu.

Para o secretário Sérgio Barroso, o Brasil vive um momento feliz, com todos os reservatórios cheios. "É um momento de abundância, mas sabemos que não vai continuar assim", avaliou. Por essa razão, o secretário informou que o Estado está investindo em pesquisas de fontes alternativas de energia e apoiando as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) ambientalmente corretas. Sérgio Barroso acredita que é preciso pensar na retomada do crescimento e na possível escassez de chuvas prevista para daqui a alguns anos.

Futuro - Entre as medidas que o Estado vem adotando para se preparar para o futuro, o secretário apontou o investimento na diversificação das fontes de energia. "Precisamos reduzir a dependência da energia elétrica", defende. Ele também citou a aposta no gás natural e nos estudos para o uso de energia eólica. O secretário informou que, em algumas semanas, já se deve saber se a Bacia do São Francisco tem gás e se a extração é viável. No entanto, ele afirmou que, independentemente disso, o governo tem interesse em expandir o gasoduto para o Triângulo Mineiro.

Os planos de expansão da Gasmig também foram apresentados pelo economista da empresa, Sérgio da Luz Moreira. Segundo ele, o desafio é triplicar o tamanho da empresa nos próximos três anos e, ainda este ano, devem focar no crescimento no Sul de Minas. Para 2010 a meta é iniciar o atendimento ao Vale do Aço. Além disso, a empresa pensa em investir no Oeste do Estado e no Triângulo Mineiro.

Deputado questiona alto consumo de energia pelas indústrias

A previsão de triplicação do consumo energético em Minas de 2005 a 2030, a concentração da economia em setores intensivos no uso da energia, a necessidade de importação de derivados de petróleo, o esgotamento e restrições do aproveitamento hidráulico, além de um sistema de transporte urbano e de carga inadequados compõem o cenário energético de Minas Gerais. Os dados são do balanço que o Estado está fazendo do setor e que deve ser concluído nas próximas semanas e foi apresentado aos deputados pelo superintendente da Cemig, Alexandre Bueno.

O deputado Sávio Souza Cruz manifestou preocupação com a informação de que o setor industrial consome duas vezes mais energia (62,5%) que sua contribuição para o PIB (32%). O parlamentar acredita que o modelo de desenvolvimento de Minas Gerais precisa de ajustes. Ele também questionou a previsão de reserva de cerca de 20% do território mineiro para o cultivo de energéticos.

Em Minas, petróleo, gás natural e derivados respondem por 32,2% da demanda, seguidos de lenha e derivados, com 28,2%. O expositor relacionou o aumento no consumo de lenha ao crescimento da produção siderúrgica. O setor residencial consome 10,6% da energia. Do total de energia renovável de Minas Gerais, lenha e derivados respondem por 54,3%. No comparativo com o Brasil e o mundo, o Estado fica em posição vantajosa, utilizando, em 2007, 54,2% desse tipo de energia, enquanto no Brasil, na mesma época, a energia renovável respondia por 46% e, no mundo, em 2006, por 12,9%.

A dependência externa de energia representa 47,4% do total demandado, de acordo com dados mostrados pelo superintendente da Cemig, enquanto, na década de 70, o Estado produzia toda a energia que necessitava. No Brasil, 77% da energia elétrica gerada vem de usinas hidrelétricas. A geração térmica funciona como uma reserva da matriz elétrica, sendo acionada quando os reservatórios estão abaixo do nível de segurança.

Alexandre Bueno lançou o questionamento sobre a sustentabilidade do modelo de desenvolvimento mundial. Ele informou que os países com maior renda per capita são os que consomem mais energia. O expositor também anunciou que com o aumento da demanda de energia de biomassa, deve aumentar a área cultivada com energéticos.

Fontes alternativas - Bueno explicou ainda que o Brasil ainda utiliza pouco a energia eólica, com maior concentração no Nordeste (52%), seguido da Região Sudeste (21%), com boa participação de Minas Gerais. A Cemig opera a usina de Morro Camelinho, e adquiriu 49% de três parques eólicos no Ceará, com uma potência total de 99,6 MW. Sobre a energia solar, a expectativa é de que haja uma redução de seus custos até 2020, implicando um aumento da capacidade atual instalada de 20 a 40 vezes. "Desenvolvimento econômico e energia caminham juntos", concluiu.

Requerimento - Os deputados aprovaram requerimento do deputado Braulio Braz (PTB) para a realização de audiência pública com a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária para debater a tributação incidente sobre a produção de água mineral no Estado.

Presenças - Deputados Sávio Souza Cruz (PMDB), presidente; Ronaldo Magalhães (PSDB); Adalclever Lopes (PMDB); e Irani Barbosa (PSDB). Além dos convidados citados na matéria, participou da reunião o superintendente de Políticas Energéticas da SEDE, Eduardo Carlos Jardim Mozelli; e o subsecretário de Desenvolvimento Minerometalúrgico e Política Energética, Paulo Sérgio Machado Ribeiro; e o gerente de Alternativas Energéticas da Cemig, André Martins Carvalho.

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br

Rua Rodrigues Caldas,30 :: Bairro Santo Agostinho :: CEP 30190 921 :: Belo Horizonte :: MG :: Brasil :: Telefone (31) 2108 7715