Comissão elogia tecnologia alternativa de empacotamento de leite

O sistema Pouch de empacotamento de leite desenvolvido pela multinacional norte-americana DuPont foi apresentado, nes...

25/08/2009 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comissão elogia tecnologia alternativa de empacotamento de leite

O sistema Pouch de empacotamento de leite desenvolvido pela multinacional norte-americana DuPont foi apresentado, nesta terça-feira (25/8/09), à Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A reunião aconteceu a requerimento do presidente da comissão, deputado Vanderlei Jangrossi (PP), e dos deputados Antônio Carlos Arantes (PSC) e Chico Uejo (PSB). Vanderlei Jangrossi elogiou a tecnologia, para ele mais econômica e ecologicamente correta do que as alternativas da embalagem Tetrapak ou o saco plástico, este para acondicionamento do leite pasteurizado. Ele disse que apresentará requerimento para que as informações colhidas na reunião sejam encaminhadas a órgãos federais e estaduais.

O sistema Pouch consiste em uma embalagem plástica, de três a cinco camadas superpostas, que garantem uma resistência a até 80 quilos de pressão direta. O filme de três camadas garante a conservação do leite por até 60 dias, enquanto o de cinco camadas se estende a até 120 dias, mesma durabilidade do Tetrapak, que consiste em uma caixa de cartonado feita com camadas de papel, plástico e alumínio.

De acordo com o representante da Gestão Comercial da DuPont no Brasil, Daniel Neto, o sistema Pouch é mais barato e mais facilmente reciclável que o Tetrapak, por não ter alumínio em sua composição. A tecnologia não é nova, sendo utilizada há 11 anos na Colômbia, oito nos Estados Unidos e sete na Europa. O custo médio por litro de leite é de R$ 0,17, contra R$ 0,42 para o Tetrapak e R$ 0,05 do saco plástico.

As pesquisas mercadológicas da DuPont, no entanto, indicaram que no Brasil o mercado para o novo sistema consiste essencialmente nas classes C, D e E. Isso porque nas classes A e B, a praticidade da caixinha Tetrapak pesa mais do que a economia de R$ 0,20. Por esse motivo, o diretor executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais (Silemg), Celso Costa Moreira, chamou atenção que o grande rival do Pouch no Brasil não será o Tetrapak, e sim o saco plástico, que custa R$ 0,05. Daniel Neto, no entanto, afirmou que essa diferença de preço da embalagem desaparece quando se considera o custo do transporte refrigerado de um produto que tem uma vida útil muito mais curta. "Há empresas que têm que entregar leite pasteurizado em 5 mil pontos a cada dia", afirmou o gerente.

Parcerias - Em Minas Gerais, o sistema Pouch já foi testado pela Cotochés, mas fracassou. Daniel Neto afirmou que isso aconteceu por falta de apoio ao fabricante, e que outros projetos no Brasil onde houve maior entrosamento com os clientes foram bem sucedidos. Ao contratar a DuPont, a Cotochés adquiriu exclusividade para o sistema Pouch em Minas. A nova dona da Cotochés, a Perdigão, ainda não decidiu se manterá a exclusividade e, por isso, a DuPont já se prepara para buscar novos parceiros no Estado.

Entre esses parceiros, a empresa estuda investir especialmente em pequenos produtores, que hoje não têm capacidade para operar o sistema Tetrapak. Por ter um custo de manutenção muito mais caro, o cartonado só é economicamente viável para quem produz pelo menos 120 mil litros por dia, segundo Daniel Neto. Já o Pouch, por ter uma máquina mais simples, com manutenção seis vezes mais barata, é viável para produtores de pelo menos 30 mil litros diários.

O deputado Vanderlei Jangrossi destacou as vantagens ambientais e sociais como as mais importantes, em sua visão. Isso porque o produto plástico, segundo o fabricante, permitiria uma reciclagem de quase 100%. Já do ponto de vista social, o custo menor da embalagem é vantajoso para formação de estoques, que não podem ser feitos com leite pasteurizado. Isso também facilita a execução de programas direcionados à população de baixa renda.

O deputado Carlos Gomes (PT) criticou o fato de o leite, no atual modo de produção, triplicar de preço até chegar ao consumidor. "É preciso cuidar para que o benefício da nova tecnologia não fique só para a indústria, mas chegue também ao consumidor e ao pequeno produtor", afirmou o deputado. Já o deputado Antônio Carlos Arantes (PSC) elogiou a apresentação da DuPont, que para ele tem potencial para melhorar um setor que precisa de incentivos.

Produtores pedem retomada de projeto do governo

O presidente da Associação dos Produtores Rurais Integrados de Minas Gerais (Aprimig), Thomé Palhares Filho, defendeu que o Governo do Estado reative programas de distribuição de leite utilizando a nova tecnologia de empacotamento da DuPont. Ele afirmou que o sistema poderia ser utilizado na distribuição do produto às escolas de Minas. Leite em pó e água poderiam ser fornecidos de forma separada, o que daria maior durabilidade aos produtos, por até oito meses.

O Governo do Estado foi representado na reunião pelo economista da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Victor Soares. Ele ressalvou, no entanto, que o programa de distribuição de leite às escolas é competência da Secretaria de Educação.

Requerimentos - Foram aprovados dois requerimentos pela Comissão de Política Agropecuária nesta terça-feira (25). O primeiro, de autoria do deputado Domingos Sávio (PSDB), é para a realização de audiência pública para discutir o Projeto de Lei 2.771/09, que modificou a Lei Florestal do Estado. Já o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) solicita audiência pública conjunta com a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável para discutir o potencial e perspectivas da aquicultura em Minas Gerais. Também foram aprovados seis requerimentos que dispensam apreciação do Plenário.

Presenças - Deputados Vanderlei Jangrossi (PP), presidente da comissão; Antônio Carlos Arantes (PSC), vice; Carlos Gomes (PT), Domingos Sávio (PSDB) e Adelmo Carneiro Leão (PT). Também participaram da reunião o assessor econômico da Faemg, Antônio Carlos de Souza Lima Neto; a especialista em Políticas Públicas da Delegacia Regional do Ministério de Desenvolvimento Agrário em Minas Gerais, Adriana Prado Bicalho; e o presidente da Rede Favela e Periferia de Belo Horizonte e Região, Júlio César Alves.

 

 

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