Base e oposição trocam farpas no Plenário

Um acalorado debate entre deputados do PT e da base do Governo de Minas ocupou boa parte da Reunião Ordinária do Plen...

25/08/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Base e oposição trocam farpas no Plenário

Um acalorado debate entre deputados do PT e da base do Governo de Minas ocupou boa parte da Reunião Ordinária do Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais na tarde desta terça-feira (25/8/09). As trocas de acusações e críticas foram acompanhadas com interesse por estudantes do Ensino Médio que participam do Projeto Parlamento Jovem-BH 2009, que estavam nas galerias.

Tudo começou com o discurso do líder do PT, deputado Padre João, que reclamou de o governador Aécio Neves ter relembrado o episódio do mensalão na tentativa de "desmoralizar" o governo Lula. "O pai do mensalão é o próprio PSDB", devolveu o parlamentar. Segundo ele, o atual governo federal é o mais transparente da história. Ele citou alguns exemplos como a autonomia da Controladoria-Geral da União e da Polícia Federal e a implantação do portal da transparência. "O Lula respeita a liberdade de imprensa, o que não acontece aqui em Minas Gerais. O governador Aécio já teve a ousadia de demitir jornalistas", acusou.

Padre João também colocou em dúvida as críticas de que Lula esteja protegendo o presidente do Senado, José Sarney, ao afirmar que os governadores Aécio Neves e José Serra, de São Paulo, se solidarizaram com ele. "Essa oposição neoliberal tem que prestar contas sobre o que fizeram no País e no mundo", disse.

O líder da maioria, deputado Domingos Sávio (PSDB), saiu em defesa dos governadores tucanos, afirmando que eles ligaram para o senador "num gesto cristão", após a internação de sua esposa, Marly Sarney, submetida a uma cirurgia no final de julho. Ele criticou a divisão do próprio PT no caso do presidente do Senado, analisando que alguns componentes no partido estão muito insatisfeitos, enquanto outros protegem o parlamentar. "Alguns acham que o Sarney é imortal na Academia Brasileira de Letras e também é imortal no Senado", ironizou.

Domingos Sávio disse que a crise só foi mais branda no Brasil, como destacou Padre João, porque encontrou o sistema financeiro mais consolidado em consequência do Proer, programa de ajuda aos bancos implantado por Fernando Henrique Cardoso. "Esse discurso de que o País está maravilhoso é blasfêmia. É maracutaia por todo lado".

Os ânimos se acirraram com o aparte solicitado pelo deputado Paulo Guedes (PT) que, em discurso inflamado, soltou várias acusações contra o governo tucano. "Nem CPI tinha porque não deixavam e colocavam tudo debaixo do tapete". Ele também atacou os democratas, após crítica do deputado Gustavo Valadares (DEM). Segundo ele, o ex-PFL é o mesmo que um dia foi PDS, "do Maluf", e Arena, "que foi a base de sustentação da ditadura militar".

Valadares, também em aparte, disse que o PT não pode mais falar de ética pois o presidente "está calando o Senado". "Lula é o responsável pela crise no Senado. É demagogo e populista".

Acusações pessoais recheiam a discussão entre os deputados

Em seus discursos exaltados, os deputados citaram os nomes de vários parlamentares para criticar os partidos contrários. Padre João lembrou as acusações que pesam contra o senador Eduardo Azeredo, de ter utilizado Caixa 2 em sua campanha a governador.

Paulo Guedes citou o senador Arthur Virgilio, também tucano, que admitiu usar o dinheiro do Senado para gastos com a mãe e com um assessor que foi estudar fora do Brasil. Os dois petistas também não pouparam o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e nem o governador mineiro, Aécio Neves.

O presidente Lula foi o principal alvo dos opositores. Gustavo Valadares afirmou que o presidente brasileiro "gosta da companhia" de chefes de Estado controversos como Hugo Chávez, da Venezuela, e Fidel Castro, de Cuba. "O Brasil está mergulhado na corrupção, e o presidente fazendo coro com Collor", completou Domingos Sávio.

Mais ponderado, o deputado Durval Ângelo (PT) admitiu que o atual governo cometeu alguns erros e que poderia ter feito uma política de inclusão maior, mas ressaltou que o País está melhor. Segundo ele, a crise no Senado é profunda e está gerando debates de baixo nível político. "É preciso ficar de olho na reeleição", advertiu ele aos que estão descuidando dessa questão.

Outra controvérsia - Também ocupou a tribuna, o deputado Sargento Rodrigues (PDT) que, mais uma vez, mostrou indignação contra a promotora Sumara Aparecida Marçal e o juiz Neanderson Martins Ramos, que em 17 de agosto pediram a prisão preventiva de sete policiais militares na cidade de Itaobim. A alegação é de prática de tortura contra dois menores.

Sargento Rodrigues afirmou que os menores são os mesmos que em janeiro deste ano assaltaram e balearam Paulo José Francisco, que ficou paraplégico em consequência dos disparos. "O que mais nos entristece nesse momento é a total inversão de valores que fôra estabelecida na decisão judicial", lamentou. O mesmo assunto foi tema do discurso do deputado Durval Ângelo no período do "pinga-fogo". Ao contrário do parlamentar militar, ele elogiou a decisão judicial e disse que a tortura é uma prática que não pode ser aceita e nem justificada.

Requerimentos - Durante a reunião a presidência informou a aprovação, pela Mesa, dos requerimentos nºs 4.445 a 4.448/2009. Também foi deferido requerimento do deputado Célio Moreira (PSDB), solicitando a convocação de reunião especial para homenagear o Coral Canarinhos de Itabirito pelos 35 anos de sua criação; e outro de Ivair Nogueira (PMDB), solicitando a convocação de reunião especial para homenagear a Missão Ramacrisna de Betim pelo seu cinquentenário.

O Plenário aprovou, ainda, requerimento da Comissão do Trabalho, solicitando ao Sindicato dos Eletricitários de Minas Gerais (Sindieletro) a relação dos nomes dos trabalhadores efetivos e terceirizados que foram vítimas de acidentes fatais durante o desempenho de suas atividades no ano de 2008.

 

 

 

 

 

 

 

 

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