Audiência debate condições de trabalho nos call
centers
As precárias condições de trabalho e a normatização
da profissão dos operadores de call centers vão ser debatidas
pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em reunião conjunta das
Comissões de Participação Popular e do Trabalho, da Previdência e da
Ação Social. O pedido da audiência, que acontece na quinta-feira
(20/8/09), às 14h45m, no Auditório, foi feito pelo deputado André
Quintão (PT), presidente da Comissão de Participação Popular.
O objetivo do debate, segundo informações do
gabinete de Quintão, é fazer uma radiografia das operadoras de
call centers que atuam no Estado, do ponto de vista do
trabalhador. Para o usuário, o tema foi regulamentado por lei, que
define até mesmo o tempo de espera máximo para atendimento do
usuário.
"Em compensação não há nada que trate das condições
dos trabalhadores dessas empresas, como jornada de trabalho, piso
salarial, condições de trabalho", afirma o coordenador do Sindicato
dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações (Sinttel),
Fernando Antônio Cançado. Para ele, o Estado precisa alinhar-se a
outros da Federação, que já têm algum tipo de avanço neste sentido,
como São Paulo, que definiu o piso salarial. Discussões já estão
avançadas também no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás, Paraná
e Santa Catarina, segundo o dirigente do Sinttel.
Uma das principais dificuldades relacionadas à
normatização da atividade é estarem os seus trabalhadores
fragmentados em diversas entidades de classe, segundo Fernando
Cançado. "O Sinttel tem atuação junto aos trabalhadores das
operadoras que prestam serviços às companhias de telefonia, mas há
segmentos ligados à Federação dos Comerciários, entre outros.",
acrescentou.
Segundo estimativas do Sinttel, em Minas são 150
mil trabalhadores em call centers. No Estado operam pelo
menos 10 empresas de grande porte, ainda segundo o sindicato. "O
desafio é o reconhecimento da atividade como profissão", finaliza
Cançado.
Convidados: Foram
convidados para participar da audiência: a procuradora-chefe do
Ministério Público do Trabalho-3ª Região, Elaine Noronha Nassif; a
auditora fiscal do Trabalho, Lailah Vasconcelos de Oliveira Vilela;
o presidente da Federação Interestadual dos Trabalhadores em
Telecomunicações, Brígido Roland Ramos; o diretor-presidente da AeC
Centro de Contatos, Solemar Batista Andrade; o presidente da Central
dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Gilson Luiz Reis; e o
presidente da CUT/MG, Marco Antônio de Jesus.
|