Serjusmig relata condições de trabalho nas comarcas de MG

Espaço físico inadequado, falta de equipamentos e, principalmente, baixo número de servidores para cuidar de tantos p...

13/08/2009 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Serjusmig relata condições de trabalho nas comarcas de MG

Espaço físico inadequado, falta de equipamentos e, principalmente, baixo número de servidores para cuidar de tantos processos. Esse foi o panorama apresentado pelo Sindicato dos Servidores da Justiça de Primeira Instância de Minas Gerais (Serjusmig) à Comissão Especial da Execução das Penas no Estado da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em reunião realizada nesta quinta-feira (13/8/09). O encontro para ouvir os trabalhadores foi requerido pelo presidente da comissão, deputado João Leite (PSDB), e pelos deputados Adelmo Carneiro Leão (PT) e Neider Moreira (PPS).

A presidente do sindicato, Sandra Margareth Silvestrini de Souza, relatou ao deputado João Leite as condições em que trabalham os cerca de 15 mil servidores da Justiça de 1ª instância nas 297 comarcas de Minas. Segundo ela, o volume de processos criminais é tão grande que, por mais que se adiante o serviço, os servidores não conseguem dar vazão à demanda. Ela citou a comarca de Igarapé, que em 2005 tinha 279 processos em andamento e hoje tem cerca de 3.800.

"Esse acúmulo faz com que muitos servidores trabalhem fora de seu horário normal, aumentando os casos de estresse e de afastamento por doença, piorando ainda mais o problema", disse Sandra, acrescentando que não há pagamento de hora-extra no Judiciário mineiro.

A presidente do Serjusmig fez um relato sobre as precárias condições em outras comarcas, como Ibirité, Montes Claros e Ribeirão das Neves. No fórum de Coromandel, contou, não há circulação de ar e o cheiro de mofo está por toda parte. Em Neves, houve um aumento insignificante do espaço interno da secretaria, obra que não compensou o transtorno causado aos servidores. Segundo Sandra, em algumas cidades os computadores não podem ser ligados porque a rede elétrica do prédio não comporta. Em outras, os servidores trabalham sentados sobre pilhas de processos, porque não cabe uma cadeira na sala.

"Não vemos na prática os investimentos em segurança pública divulgados no Estado", disse a oficial de apoio na Vara de Execuções Penais de Ibirité, Luciana de Carvalho Rodrigues. Ela disse que na cadeia de sua cidade, que tem capacidade para 40 presos, vivem mais de 200 "tratados como animais". "A comida tem pedra e cabelo e muitas vezes chega crua", denunciou.

O deputado João Leite, após ouvir o relato das trabalhadoras, relatou que a Comissão de Segurança Pública, da qual é presidente, iniciou nesta semana, em Uberaba, uma série de visitas às 16 regiões integradas de segurança pública de Minas. As próximas cidades a receberem a comissão serão Montes Claros e Patos de Minas. Ele disse que, nas viagens pelo interior, pode observar espaços mais adequados aos servidores da Justiça, como em Uberlândia e Governador Valadares. O fórum de Curvelo, segundo Sandra Silvestrini, deveria servir de modelo para todas as comarcas do Estado.

Em relação à morosidade da Justiça, o deputado acredita que a informatização aumentaria a rapidez na tramitação dos processos. A presidente do Serjusmig concordou e pediu que a prioridade seja dada às comarcas em situação mais precária.

Presença - Deputado João Leite (PSDB).

 

 

 

 

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