Projeto obriga empresas a informar débitos pendentes em boletos

Nesta terça-feira (11/8/09), a Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa de Minas ...

11/08/2009 - 00:03
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Projeto obriga empresas a informar débitos pendentes em boletos

Nesta terça-feira (11/8/09), a Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou parecer de 2o turno ao Projeto de Lei (PL) 702/07, do deputado Sargento Rodrigues (PDT), que obriga os fornecedores a discriminarem, nos boletos de cobrança enviados ao consumidor, débitos relativos a 12 meses anteriores, quitados ou não. O relator, deputado Délio Malheiros (PV), opinou pela aprovação do projeto na forma do vencido em 1o turno com a emenda nº 1, que apresentou para acrescentar à obrigatoriedade também informações sobre o contrato.

A emenda determina que o boleto de cobrança ou instrumento afim informe o período de duração do contrato, discriminando dia, mês e ano de início e término e a incidência de multa rescisória, caso prevista. Agora o PL 702/07 volta ao Plenário para votação em 2o turno.

O objetivo do projeto é coibir práticas abusivas por parte de fornecedores que rescindem contratos de longa duração alegando falta de pagamento de algum boleto que muitas vezes nem sequer foi remetido ao endereço do consumidor. O texto determina que as informações sobre débitos sejam prestadas independentemente da periodicidade dos pagamentos devidos, sejam eles mensais, bimestrais ou trimestrais. Determina, ainda, que as normas prevalecem para qualquer espécie de contrato cujo pagamento seja continuado, e que as informações devem ser discriminadas, sendo vedada a apresentação apenas de débito total, obtido pela soma de pagamentos pendentes.

As informações sobre débitos devem trazer, também, detalhamento dos encargos incidentes, incluindo multa moratória, atualização monetária, juros moratórios, juros remuneratórios e outros. O fornecedor também deverá informar expressamente todas as parcelas pagas no período de 12 meses, usando a palavra "quitado" com a data do pagamento, cabendo as sanções previstas no Código de Defesa do Consumidor.

Projeto obriga posto a informar diferença entre preço de álcool e gasolina

A comissão também opinou pela aprovação de dois projetos de lei em 1o turno. O PL 3.368/09, do deputado João Leite (PSDB), torna obrigatória a afixação, nos postos de combustíveis, de cartaz informando o percentual de diferença entre os preços da gasolina e do álcool. O relator, deputado Délio Malheiros, opinou pela aprovação do projeto na forma do substitutivo n° 1, da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

A CCJ entendeu que a Lei 14.066, de 2001, já dispõe sobre a proteção dos consumidores de combustíveis e opinou pelo acréscimo, a essa lei, de dispositivo tratando da obrigatoriedade constante no projeto original.

Na análise do mérito, o relator destacou que a tecnologia "flex fuel" está completando seis anos de existência no Brasil, sendo hoje maioria no País os veículos que tanto podem rodar com gasolina ou álcool. O deputado cita dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) segundo os quais os carros "flexpower" que saíram das montadoras no Brasil correspondiam em 2003 a apenas 5% da produção total, saltando para 72% em 2007 e para 87% no ano passado.

Após citar dados e cálculos de especialistas, o parlamentar destaca que o ponto de equilíbrio para o consumidor optar por um ou outro combustível está na diferença percentual entre os dois preços: se o preço do litro de álcool ultrapassar 70% do preço do litro da gasolina, o motorista deve optar pelo derivado de petróleo, porque a relação custo-benefício será maior, afirma. O deputado conclui, assim, que "o critério essencial na escolha entre os tipos de combustível é a relação de preço". O projeto segue agora para a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária para receber parecer antes de ir para o Plenário.

Projeto sobre durabilidade de comprovantes de pagamento pode ir a Plenário

O segundo projeto que teve parecer de 1o turno aprovado foi o PL 3.356/09, do deputado Gilberto Abramo (PMDB), que proíbe a emissão de comprovantes em papéis termo-sensíveis no Estado. O projeto, que está pronto para votação em Plenário, foi relatado pelo deputado Leonardo Moreira (DEM). Ele acatou o substitutivo n° 1, da CCJ, que além de adequar o texto original à técnica legislativa, inclui o prazo de dez anos como tempo mínimo de duração desses documentos.

O objetivo da proposição é garantir a emissão de comprovantes em papel que permita a leitura por tempo maior, uma vez que impressões em papel termo-sensível se apagam em curto espaço de tempo. Isso para garantir ao consumidor o acesso a informações legíveis, como data da compra efetivada, o nome do estabelecimento fornecedor, entre outros dados necessários para que possa fazer valer os seus direitos, especialmente quanto à garantia do produto ou serviço adquirido.

Comissão quer unidade do Procon na Cidade Administrativa

A comissão aprovou ainda quatro requerimentos, sendo dois deles do vice-presidente, deputado Délio Malheiros, ambos para encaminhamento de apelo à Mesa da Assembleia Legislativa. O primeiro, para que seja instalada uma unidade do Procon Assembleia na Cidade Administrativa, o que, segundo o parlamentar, possibilitaria o atendimento dos servidores do Estado que lá trabalharão, bem como dos cidadãos das cidades limítrofes que não possuem esse serviço de proteção ao consumidor.

O segundo requerimento do vice-presidente é para que a Mesa apresente projeto de resolução alterando o Regimento Interno da Casa, incluindo nas atribuições da comissão a competência para propor ação civil pública, representando, a título coletivo, judicialmente e extrajudicialmente, os interesses e direitos previstos no artigo 81 do Código de Defesa do Consumidor.

Cartões de crédito - O terceiro requerimento aprovado, dos deputados Adalclever Lopes (PMDB), presidente da comissão, e Carlin Moura (PCdoB), é para a realização de debate público com o objetivo de discutir e colher subsídios sobre a necessidade de regulamentação dos cartões de crédito e débito pelo sistema financeiro nacional.

Os parlamentares justificam que o debate proposto é um desdobramento da audiência pública realizada pela comissão no dia 2 de julho, quando ficou claro o desequilíbrio entre as relações de consumo, causado especialmente pelo duopólio de duas grandes bandeiras de cartões no Brasil - Visa e Mastercard. Os deputados observam que a atividade não é regulamentada pelo sistema financeiro, prejudicando diretamente o comerciante e, consequentemente, o consumidor final.

O último requerimento, do deputato Ruy Muniz (DEM), é para a realização de audiência pública para obter informações sobre os preços das passagens aéreas no Estado.

Presenças - Deputados Adalclever Lopes (PMDB), presidente; Délio Malheiros (PV), vice; e Leonardo Moreira (DEM).

 

 

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