Incineradora de lixo tem até dia 20 para deixar bairro de BH

O dia 20 de agosto é a data limite determinada pela Justiça para que a empresa Serquip encerre totalmente suas ativid...

05/08/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Incineradora de lixo tem até dia 20 para deixar bairro de BH

O dia 20 de agosto é a data limite determinada pela Justiça para que a empresa Serquip encerre totalmente suas atividades no bairro Camargos, em Belo Horizonte. A empresa, que atua na incineração de lixo hospitalar e industrial, travou com a comunidade uma batalha judicial durante dois anos, mas perdeu e terá que deixar o local. Seus fornos já foram desativados, porém os moradores ainda temem que os resíduos tóxicos continuem a contaminar as pessoas, conforme destacado nesta quarta-feira (5/8/09) durante reunião da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

A vitória da população foi garantida com a decisão do desembargador Manoel Saramago, proferida em 20 de abril deste ano, cassando a liminar que havia dado à Serquip o direito de manter suas atividades, mesmo depois da decisão do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comam) de não renovar sua licença de operação. O desembargador deverá receber uma manifestação de aplauso por parte da comissão, fruto de um requerimento de seu presidente, deputado Durval Ângelo (PT). O secretário municipal de Meio Ambiente, Ronaldo Vasconcellos Novais, lembrou que todos os representantes da Prefeitura de Belo Horizonte no Comam votaram pela cassação da licença de operação da Serquip. O resultado foi um apertado 6 x 5, mas que valeu o alívio dos moradores.

O deputado Durval Ângelo alertou para a necessidade de a população se manter atenta para conferir se a empresa realmente encerrará suas atividades até o dia 20. Ele apresentou outro requerimento, também aprovado na comissão, solicitando aos órgãos ambientais de Belo Horizonte e do Estado que acompanhem a retirada dos equipamentos da Serquip do bairro Camargos. Ao lembrar a luta árdua da comunidade para desativar a empresa, Durval citou as várias audiências públicas já realizadas sobre o tema na Assembleia. Um dos representantes dos moradores na reunião desta quarta (5), Maurílio José Coelho, afirmou que a "batalha" só começou a produzir resultados depois que o assunto foi trazido ao legislativo estadual.

A procuradora municipal Delze dos Santos Laureano, autora do recurso para derrubar a liminar obtida pela Serquip, parabenizou a comunidade pela capacidade de mobilização e pelas lições de cidadania que proporcionou a Belo Horizonte. Ela cobrou do Comam um posicionamento no sentido de responsabilizar a empresa pela possível contaminação do solo e do lençol freático no local onde operava. "A Serquip não pode deixar isso para trás", alertou.

O deputado Vanderlei Miranda (PMDB) concordou com a procuradora quanto à necessidade de atenção ao processo de desativação da empresa. Ele também parabenizou os moradores dizendo que "apesar das divergências, é juntos que temos condição de fazermos valer nossos direitos".

Vítimas da fumaça poderão ser indenizadas

Apesar da vitória, a disputa judicial dos habitantes do Camargos contra a empresa ainda não acabou. Três pessoas já morreram vítimas de complicações respiratórias no bairro, conforme relatou Geraldo Carlito, outro representante dos moradores na reunião. A poluição emitida pelos fornos da empresa é a principal causa suspeita de ter provocado essas mortes. Segundo o defensor público Gustavo Gorgozinho Alves de Meira, o próximo passo é avaliar a possibilidade de indenização de todas as famílias que foram prejudicadas pela fumaça emanada pelas chaminés da Serquip.

Mais requerimentos - A comissão aprovou ainda três requerimentos. O primeiro, de Durval Ângelo, solicita a participação da Comissão de Direitos Humanos na organização do Seminário "Questão Prisional - outras formas de punir", a ser promovido pelo Ministério Público, Defensoria Pública, Tribunal de Justiça de Minas Gerais e Secretaria de Estado de Defesa Social, entre outras entidades. Os outros dois requerimentos são do deputado Vanderlei Miranda. Ele pede o envio de correspondências aos promotores Jeffer Bedram, de Belo Horizonte, e Alex Fernandes Santiago, de Nova Lima, cobrando um posicionamento em relação a ofícios enviados a eles denunciando supostos crimes cometidos por André Augusto de Lima Birchal.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Vanderlei Miranda (PMDB), Carlin Moura (PCdoB) e deputada Gláucia Brandão (PPS). Participaram, ainda, o vereador de Belo Horizonte Adriano Ventura, o coordenador de Meio Ambiente da Prefeitura de Belo Horizonte, Daniel Nepomuceno, e o presidente da Associação dos Moradores do Bairro Camargos, José Soares Sobrinho.

 

 

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