Programa da Defensoria Pública leva cidadania a favelas de BH

A Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais se reuniu nesta quinta-feira (16/7/09) c...

16/07/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Programa da Defensoria Pública leva cidadania a favelas de BH

A Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais se reuniu nesta quinta-feira (16/7/09) com defensores públicos e lideranças comunitárias para conhecer o projeto Casa da Cidadania. O programa, pioneiro no Brasil, criou uma unidade da Defensoria Pública dentro de uma favela, o aglomerado Santa Lúcia, mais conhecido como Morro do Papagaio, em Belo Horizonte. A iniciativa é da Defensoria Pública Estadual, em parceria com o programa Polos da Cidadania, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e com o Movimento Rede Favela e Periferia. A reunião foi solicitada pelo deputado Almir Paraca (PT).

O defensor público Hélio da Gama, da Coordenadoria de Integração e Desenvolvimento da Cidadania, disse que levou mais de cinco meses para conseguir implantar a defensoria no aglomerado. Segundo ele, a maioria dos moradores não sabia que tinha direito à assistência jurídica gratuita, e vários estavam endividados por não dar conta de pagar seus advogados. Hélio da Gama criticou a localização da Defensoria Pública de Belo Horizonte, "num prédio no Barro Preto, região de classe média, longe de onde moram os mais necessitados".

Para o defensor público-geral do Estado, Belmar Azze Ramos, o Casa da Cidadania tem o objetivo de prestar orientação jurídica e resgatar a cidadania de grande parcela da população que não conhece seus direitos. Ele exemplificou com o artigo 134 da Constituição Federal, que define a Defensoria Pública como "uma instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo- lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados". Belmar Azze Ramos disse que pretende implementar o projeto em outros aglomerados e também na periferia de Belo Horizonte, mas para isso necessita de suplementação orçamentária.

O coordenador do programa Polos da Cidadania, Antônio Eduardo Silva Nicácio, da Faculdade de Direito da UFMG, destacou que desde 1998 os moradores do aglomerado Santa Lúcia são contemplados pelo projeto, que trabalha com estudantes de Direito, Sociologia, Comunicação, Economia, Psicologia, Arquitetura, Administração, Serviço Social e Artes Cênicas. Enquanto o projeto Casa da Cidadania presta atendimento jurídico criminal, o Polos da Cidadania trata de questões como conflitos entre vizinhos e problemas familiares.

Para o presidente da Rede Favela da Periferia de BH, Júlio César Alves, é a primeira vez que o Estado está presente dentro de um aglomerado, de forma não autoritária. "O Casa da Cidadania, para nós, é uma vitória". O programa funciona no aglomerado Santa Lúcia, um dos maiores complexos de favelas de Belo Horizonte, desde maio de 2009. Funciona das 13 às 17 horas, todas as terças, quartas e quintas-feiras.

O deputado Carlin Moura (PCdoB) elogiou a iniciativa da Defensoria Pública. Ele disse que o Brasil é um dos países ocidentais que mais cresceu nos últimos 70 anos, mas que não evoluiu quanto à inclusão social. Já o deputado Duarte Bechir (PMN) lembrou a carência de defensores no interior do Estado.

Requerimentos - Foram aprovados requerimentos do deputado André Quintão (PT) para a realização de audiências públicas: para debater políticas públicas para a juventude em Teófilo Otoni; para discutir a normatização dos serviços prestados pelos call centers, em conjunto com a Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social; e ainda para comemorar o Dia do Nutricionista.

Presenças - Deputados André Quintão (PT), presidente; Carlin Moura (PCdoB), Duarte Bechir (PMN) e Almir Paraca (PT). Também participaram da reunião a secretária de Direito e Cidadania de Belo Horizonte, Sílvia Helena; e o assessor especial da prefeitura, Ricardo Pires.

 

 

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