Deputados alertam Governo para baixa execução do PPAG

Uma recomendação ao Governo do Estado para gerir, de forma mais intensiva, a execução das ações objeto de emendas no ...

16/07/2009 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Deputados alertam Governo para baixa execução do PPAG

Uma recomendação ao Governo do Estado para gerir, de forma mais intensiva, a execução das ações objeto de emendas no processo de revisão do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2008-2011, exercício 2009. Esse é o alerta dado pelas comissões de Participação Popular e de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que apresentaram, nesta quinta-feira (16/7/09), relatório da audiência de monitoramento do PPAG realizada em junho. Experiência inédita demandada pela sociedade, o monitoramento permitiu aos participantes acompanhar a execução das ações do plano no período janeiro/abril de 2009 e colher informações estratégicas essenciais para a próxima audiência de revisão, no final deste ano.

Números - O relatório revela a preocupação das comissões com a inexistência de execução financeira em 51,2% das 361 ações apresentadas na audiência de monitoramento e que integram os programas estruturadores do PPAG em 11 áreas de resultados. Ainda mais porque um dos critérios do Executivo para contingenciar verba em 2009 e para reduzí-la, na proposta de revisão relativa a 2010, será a baixa execução financeira das ações. Das 361 ações, 51,2% não tiveram execução até 31/4/09; 36,8% tiveram execução maior que 0% e menor que 20% da meta planejada para 2009; 10,5% tiveram execução maior que 20% e menor que 50%; e apenas 1,5% tiveram execução superior a 50%. Os estruturadores são projetos prioritários do Governo, com garantia de recursos e gerenciamento unificado.

As conclusões do relatório serão encaminhadas à presidência e às comissões permanentes da Assembleia, ao governador Aécio Neves e a secretários de Estado. Os 351 participantes da audiência de monitoramento, que representaram 139 entidades, serão comunicados de que o documento também estará disponível no site da Assembleia (www.almg.gov.br). "Cabe a cada um, agora, se debruçar sobre as ações que não tiveram qualquer execução e atuar para que elas saiam do papel", convocou o presidente da Comissão de Participação Popular, deputado André Quintão (PT).

Saiba mais - Válido para quatro anos, o PPAG é uma lei que estabelece metas e investimentos da administração pública, de forma regionalizada, em setores como saúde, educação, segurança, meio ambiente, infraestrutura e assistência social. É, por isso, uma peça de planejamento governamental com impacto direto na vida do cidadão mineiro. Como acontece desde 2003, a ALMG tem incorporado sugestões populares ao plano por meio de audiências regionais, democratizando a elaboração do planejamento público. Todo esse trabalho acontece por causa de parceria entre Legislativo e Executivo. Após sua aprovação pela Assembleia, o plano é revisado anualmente, momento em que se fazem ajustes a fim de garantir a efetividade das políticas públicas.

Instância de avaliação é estratégica, pois reúne deputados, governo e sociedade

Os deputados destacaram a importância de viabilizar a participação popular na elaboração do planejamento estatal, bem como na fiscalização de sua execução. O presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, deputado Zé Maia (PSDB), destacou que o monitoramento do PPAG inova ao promover uma instância de avaliação com a participação de atores sociais estratégicos: legisladores, administradores e destinatários das políticas públicas. Na avaliação de Maia, a opção de promover o controle social da execução dessas políticas pelo acompanhamento do sistema de planejamento orçamentário "tem-se mostrado como a principal inovação institucional direcionada à incorporação e ao atendimento das demandas da população pela ALMG".

André Quintão e Zé Maia lembraram que essa instância de avaliação traz impactos positivos em pelo menos três dimensões: acesso a informações estratégicas sobre a execução das metas físicas e financeiras do PPAG; influência no direcionamento da agenda pública, reforçando áreas que demandam a atuação do Estado e exigindo prioridade em sua execução; e consolidação de um sistema participativo de acompanhamento de políticas públicas no Estado, com a construção de conhecimento e metodologias. "Essa instância de avaliação não é um ator passivo, pois a influencia e afirma como legítima a diversidade de pontos de vista. Além disso, ela é composta pelo mesmo grupo que irá atuar na formulação e nas revisões anuais do PPAG", destaca o relatório.

Execução não foi uniforme; Governo apresentou justificativa

A execução das ações, segundo o relatório, não apresenta comportamento uniforme, sendo possível observar situações de baixíssima execução financeira. Exemplos são as áreas de resultados Desenvolvimento do Norte de Minas, Jequitinhonha/Mucuri e Rio Doce, em que 70,6% das ações não tiveram nenhuma execução financeira; Rede de Cidades e Serviços e Redução da Pobreza e Inclusão Produtiva, em que essa não execução ocorre em 61,7% e em 65,8% das ações de seus programas, respectivamente. Já as áreas de resultados Educação de Qualidade, Logística de Integração e Desenvolvimento e Qualidade Ambiental apresentam execução financeira mais positiva no período, com a maior parte de suas ações com execução superior a 0% e inferior a 50%.

Razões do Executivo - O deputado André Quintão lembrou que as principais razões apresentadas pelos gestores para a baixa execução dizem respeito à execução de contratos relativos ao exercício de 2008, o que justificaria um descompasso entre a execução de meta física superior à execução de meta financeira em algumas ações; a processos licitatórios ainda em andamento; a convênios com a União, municípios e entidades em negociação ou formalização.

Deputados fazem críticas e elogios

Os deputados Carlin Moura (PCdoB) e Adelmo Carneiro Leão (PT) também destacaram a importância e o ineditismo do monitoramento do PPAG com participação popular, mas fizeram críticas ao Governo. Moura elogiou o investimento em infraestrutura e em logística, com destaque para o Proacesso, que levou asfalto a municípios sem ligação asfáltica. Mas ponderou que Minas tem muitas carências com relação ao desenvolvimento regional e às políticas sociais. "É preciso dar mais dinamismo às políticas de combate à pobreza e à fome, aos excluídos e à população que está no interior", enfatizou.

O deputado Adelmo Carneiro Leão cobrou que o planejamento estatal não fique apenas no papel. "Do ponto de vista da execução, Minas pode mais", cobrou ele, enfatizando que é preciso investir no desenvolvimento social. Outro ponto abordado pelo parlamentar foi a atenção à área da sáude e, em particular, às ações de prevenção e monitoramento da gripe suína. "Não devemos causar alarme, mas é preciso ação estruturada, pedagógica e abrangente", disse. Em resposta às críticas, o deputado Duarte Bechir (PMN) elogiou o Governo Aécio Neves e lembrou que, até agora, só se percorreu um terço do período destinado à execução das ações do PPAG. "Ainda há muito tempo", ponderou.

Já o deputado João Leite (PSDB) fez uma retrospectiva de todo o investimento da Assembleia para viabilizar a participação popular na elaboração e no acompanhamento das políticas públicas e, em particular, das peças do planejamento: Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI), PPAG, Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Orçamento Anual. "Não há mais volta. Nem para o Legislativo nem para o Executivo. O que resta é aprimorar as oportunidades de participação dos movimentos sociais, dando-lhes vez e voz", enfatizou.

João Leite citou a experiência das audiências públicas regionais, na década de 90, que buscaram colher sugestões para a elaboração do Orçamento. "Era possível propor tudo, mas o projeto não comportava", lamentou. No Governo Itamar Franco, assinalou que, apesar do Orçamento Participativo, não havia cobertura legal para viabilizar as propostas. A partir de 2003, a realidade começou a mudar, e o deputado contou que ele próprio esteve como secretário de Estado na Assembleia para dialogar com a sociedade sobre os projetos de governo. Ele fez referência, em particular, à proposta popular de inserir mais um programa estruturador no PPAG, o Inclusão Social de Famílias Vulnerabilizadas, ainda em 2003.

Ao final da reunião, o deputado André Quintão sugeriu que a experiência da Assembleia seja mais divulgada, inclusive para os vereadores, que têm histórica carência de informações sobre os orçamentos das prefeituras. Todos os deputados elogiaram a dedicação, o comprometimento e a capacidade técnica de consultores e assessores da Assembleia que deram suporte ao trabalho.

Presenças - Participaram da reunião os deputados André Quintão (PT) e Zé Maia (PSDB), presidentes das comissões de Participação Popular e de Fiscalização Financeira e Orçamentária; Adelmo Carneiro Leão (PT), Sebastião Costa (PPS), Antônio Carlos Arantes (PSC), Carlin Moura (PCdoB), Duarte Bechir (PMN), João Leite (PSDB) e Domingos Sávio (PSDB).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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