Terminais metropolitanos estarão prontos em meados de
2010
Os primeiros terminais metropolitanos de
transporte, propostos pelo Estado para melhorar a mobilidade urbana
na Capital e municípios vizinhos, deverão entrar em operação em
meados de 2010. A previsão foi feita pelo subsecretário de Estado de
Transporte, Fabrício Sampaio, em reunião realizada nesta
quarta-feira (8/7/09) pela Comissão de Assuntos Municipais e
Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A reunião
aconteceu a requerimento dos deputados Wander Borges (PSB) e Ademir
Lucas (PSDB), a fim de analisar o projeto do Governo do Estado para
renovar o transporte metropolitano.
De acordo com Fabrício Sampaio, o programa prevê a
implantação de 19 terminais metropolitanos integrados, distribuídos
conforme a demanda de passageiros na Região Metropolitana de Belo
Horizonte (RMBH). Ainda no primeiro semestre de 2010, a Secretaria
de Estado de Transportes e Obras (Setop) pretende colocar em
funcionamento nove terminais, entre os quais os de Tancredo Neves e
Nova Contagem (município de Contagem), Ibirité, Justinópolis
(Ribeirão das Neves), Alvorada (Sabará), Sarzedo e Linha Verde
(Vespasiano). O processo licitatório para as obras terá início em
agosto de 2009.
O novo sistema, segundo Sampaio, deverá ser
vantajoso porque será integrado, ou seja, com o mesmo bilhete
eletrônico o passageiro poderá transitar pelos diversos terminais.
Se quiser ir de um município a outro, sem passar por Belo Horizonte,
isso será possível. Mesmo antes da construção dos terminais, uma
primeira fase da constituição do sistema começou em 2007, com a
licitação do sistema de transporte metropolitano, que permitiu a
implantação da bilhetagem eletrônica em Contagem, Betim e no sistema
metropolitano. "Essa bilhetagem permite a integração tarifária",
afirmou Sampaio.
Apesar de a RMBH incluir 34 municípios, uma
pesquisa realizada pelo Governo do Estado, em 2006, indicou que 89%
das viagens envolvem apenas seis municípios: Belo Horizonte (49,6%
das viagens), Contagem (19,9%), Ribeirão das Neves (5,7%), Santa
Luzia (5,4%), Betim (5%) e Sabará (3,4%). A distribuição dos
terminais segue este padrão, com exceção de Belo Horizonte, que já
tem um sistema e terminais próprios. Desta forma, Contagem terá
cinco terminais, enquanto Ribeirão das Neves e Santa Luzia terão
dois.
De acordo com os dados apresentados por Sampaio, a
rede metropolitana conta hoje com 2.839 ônibus, que atendem 18,5
milhões de passageiros mensalmente. Os terminais, de acordo com o
subsecretário, foram projetados permitindo uma futura ampliação que
acompanhe o aumento da demanda e a necessidade de integração com as
linhas municipais.
Deputado sugere debates em câmaras
municipais
O deputado Wander Borges sugeriu que os projetos
dos terminais sejam discutido nas câmaras municipais dos municípios
onde acontecerão as obras, antes mesmo de uma decisão definitiva
sobre o local de cada uma. Para ele, é fundamental ouvir os
vereadores e a população afetada, a fim de promover melhorias ou
alterações no projeto.
O deputado Ademir Lucas elogiou o projeto do
Governo, que para ele evitará deslocamentos desnecessários até o
centro de Belo Horizonte. Ele sugeriu duas áreas para terminais a
serem instalados em Contagem. Para o terminal João César de
Oliveira, que ficará próximo à avenida do mesmo nome, ele sugeriu a
área do Sambódromo, que pertence ao município. "É uma área pouco
utilizada, que já é pública e, por isso, não custará nada", afirmou
o deputado. Já para o terminal Ceasa, ele sugeriu um terreno de
propriedade da própria central de abastecimento, que está ocioso.
Fabrício Sampaio disse que, pelo menos no caso da Ceasa, os
entendimentos já estão sendo feitos.
O subsecretário apresentou ainda o design
dos novos ônibus metropolitanos. Será um sistema em três cores:
vermelho para os veículos que vão direto para o centro de BH; verde
para os veículos executivos, que são poucos; e azul para os ônibus
que não passarão pelo centro da Capital.
O diretor-geral da Agência RMBH, José Osvaldo
Lasmar, disse que o órgão já trabalha em conjunto com a Setop para
discutir adaptações nos projetos dos terminais, que permitam a
instalação de equipamentos urbanos, sejam culturais ou comerciais.
Ele também ressaltou a necessidade de os municípios apresentarem à
agência seus planos de transporte, a fim de subsidiar este trabalho.
A deputada Cecília Ferramenta (PT) pediu a Lasmar que ajude na
implantação da Agência Metropolitana do Vale do Aço. Também
solicitou ao subsecretário de Transporte, Fabrício Sampaio, que
inicie estudos sobre a implantação de terminais metropolitanos
naquela região.
A instalação de opções culturais no terminal de
Ibirité foi defendida pelo vereador Toninho da Evangelização,
daquele município. Já o vereador Antônio Alves Carvalho, presidente
da Câmara de Vespasiano, disse estar preocupado com a especulação
imobiliária na região. "Pessoas estão comprando as casas dos
moradores pobres a preço de banana", afirmou ele. Carvalho sugeriu a
realização de uma audiência pública nas áreas do projeto, a fim de
evitar que estes moradores sejam prejudicados pelos
especuladores.
Requerimentos - Foram
aprovados, durante a reunião, três requerimentos. Um deles, de
autoria do deputado Vanderlei Miranda (PMDB), solicita realização de
audiência pública na cidade de Ouro Branco (Região Central) para
discutir o fim do contrato de concessão para exploração de serviços
de abastecimento de água e de esgoto celebrado com a Copasa, bem
como debater a cobrança da taxa de esgoto.
O deputado Wander Borges foi o autor de
requerimento que pede a realização de audiência pública para debater
o projeto de modernização do Mercado Distrital do Cruzeiro. A
intenção, segundo o deputado, é discutir a intenção da Prefeitura de
Belo Horizonte de licitar todas as lojas do mercado, enquanto que os
comerciantes alegam ter garantias legais de que apenas parte do
espaço seria licitado. O último requerimento, assinado pela deputada
Cecília Ferramenta e pelos deputados Wander Borges e Ademir Lucas,
pede audiência pública para ouvir o diretor-geral da Agência RMBH,
representantes da Copasa e da Secretaria de Estado da Saúde sobre os
planos metropolitanos de Saneamento Ambiental e Gestão Integrada de
Saúde.
Presenças - Deputadas
Cecília Ferramenta (PT), presidente ; e Maria Tereza Lara (PT); e os
deputados Ademir Lucas (PSDB), Wander Borges (PSB) e Sebastião
Helvécio (PDT); além de autoridades citadas no texto.
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