Comandante de Policiamento da Capital será convocado mais uma vez

O comandante de Policiamento da Capital, coronel Nilo Sérgio da Silva, deverá ser novamente convocado pela Comissão d...

02/07/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comandante de Policiamento da Capital será convocado mais uma vez

O comandante de Policiamento da Capital, coronel Nilo Sérgio da Silva, deverá ser novamente convocado pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais para prestar esclarecimentos sobre transferências de policiais militares. Ele não compareceu à audiência desta quinta-feira (2/7/09), requerida pelo deputado Sargento Rodrigues (PDT) com essa finalidade. O parlamentar alega que as transferências foram realizadas arbitrariamente e sem razão evidente, em desrespeito aos princípios norteadores dos atos administrativos.

Esta foi a segunda convocação feita ao coronel, apontado como responsável pela transferência de três policiais militares que tinham ajuizado ações solicitando adicional noturno. Ele também não tinha comparecido em audiência da comissão realizada no dia 15 de junho. Diante do fato, a comissão aprovou requerimento de autoria de seu presidente, deputado Durval Ângelo (PT), para nova convocação, dando ciência ao coronel de que o não atendimento ou a recusa configuram infração administrativa, sob pena de responsabilidade, de acordo com a Constituição Estadual.

Durval Ângelo fez a leitura do artigo 60 da Constituição do Estado, que prevê como uma das atribuições das comissões permanentes da Assembleia a convocação de autoridades para prestar informações sobre assuntos inerentes às suas atribuições.

Para representar o coronel Nilo Sérgio da Silva, compareceu o comandante do 16º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel José Geraldo de Azevedo Lima. O deputado Sargento Rodrigues disse que o tenente não poderia prestar esclarecimentos quanto às transferências, pois o ato administrativo é atribuído ao coronel. O deputado afirmou que, em entrevista à Rádio Itatiaia, o coronel teria assumido a responsabilidade pelas transferências.

Durval Ângelo lembrou que, durante audiência da comissão no dia 24 de junho, foi aprovado requerimento de sua autoria para que a Rádio Itatiaia envie a cópia da entrevista. O parlamentar argumentou que, dessa forma, a comissão teria posse de documento com validade legal, para que não houvesse dúvidas quanto à sua autenticidade. Os demais convidados presentes não chegaram a fazer uso da palavra. O deputado disse que, sem a presença do coronel, não havia nada mais sobre o assunto que pudesse ser discutido.

Questionamentos - O deputado Sargento Rodrigues questionou a legalidade das transferências dos policiais militares. Segundo ele, o coronel agiu contrariamente ao que determina a Constituição Federal. O deputado alega que as transferências foram injustificadas e não tinham sido devidamente publicadas, ferindo os princípios da finalidade e da publicidade do ato administrativo. A justificativa apresentada pelo coronel ao fazer as transferências teria sido "necessidade de serviço", segundo o deputado.

Rodrigues destacou o fato de as transferências terem sido realizadas após decisão favorável da Justiça em relação à ação movida pelos três PMs, que exigiram pagamento de adicional noturno. O deputado considera que o ato foi uma forma de perseguição. "Se os policiais militares não puderem recorrer ao Judiciário, vão recorrer a quem?", disse.

O deputado Vanderlei Miranda (PMDB) manifestou preocupação diante do relato do deputado Sargento Rodrigues, classificando o fato como um vestígio "do pulso militar que conduziu o País por muito tempo, que se considerava acima da lei". Miranda disse que o argumento de necessidade de serviço para justificar as transferências é muito subjetivo. "Como é possível tomar uma decisão com base em critérios subjetivos?", questionou.

O vice-presidente da comissão, deputado Antônio Genaro (PSC), defendeu apuração dos fatos relatados. "Se realmente está havendo transferências por coação, vingança ou conveniência de alguns poucos, eu espero esclarecimentos e isso deve ser corrigido. Isso não é coisa digna de um PM", disse.

Deputado questiona soltura de policiais acusados

O deputado Durval Ângelo elaborou dois requerimentos, aprovados pela comissão, referentes à soltura de policiais militares que haviam sido acusados de envolvimento com tráfico de drogas. O parlamentar disse que, apesar de a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça Militar ter negado pedido de habeas corpus dos acusados, a juíza da 3ª Auditoria Militar revogou a prisão preventiva, que tinha sido determinada por outro juiz.

Um dos requerimentos foi para que o presidente do Tribunal de Justiça Militar, juiz Rúbio Paulino Coelho, restabeleça as prisões. O outro requerimento será encaminhado à Corregedoria da Polícia Militar para apurar a conduta da juíza responsável pela soltura dos militares.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Antônio Genaro (PSC), vice; Vanderlei Miranda (PMDB) e Sargento Rodrigues (PDT). Também participaram da reunião o presidente da Aspra, subtenente Luiz Gonzaga Ribeiro; o assessor jurídico da Associação dos Servidores do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, coronel Domingos Sávio de Mendonça; a advogada da Associação, Renata Alessandra de Abreu e Silva; e o tenente Nelson Henrique Pires.

 

 

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