Novo convênio pode regulamentar feira de carros do Mineirão

A assinatura de um novo convênio para regular os eventos que ocorrem no entorno do Mineirão e do Mineirinho pode ser ...

01/07/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Novo convênio pode regulamentar feira de carros do Mineirão

A assinatura de um novo convênio para regular os eventos que ocorrem no entorno do Mineirão e do Mineirinho pode ser a saída para os transtornos causados aos moradores da região da Pampulha, em Belo Horizonte. O assunto foi debatido em audiência da Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais nesta quarta-feira (1º/7/09), a pedido do deputado Délio Malheiros (PV). Ele havia recebido denúncias de que a feira de automóveis realizada as dependências do estádio aos domingos havia sido estendida para os sábados sem consulta à comunidade. De acordo com o parlamentar, com os preparativos para a Copa de 2014, a discussão dos impactos sobre a Pampulha voltam à tona.

De acordo com diretor-geral da Administração de Estádios do Estado de Minas Gerais (Ademg), coronel José Eustáquio Natal, a realização da feira também aos sábados já foi suspensa. Ele argumentou, contudo, que a feira de veículos é a principal fonte de arrecadação da Ademg, pois rendeu R$ 1, 3 milhão em 2008 e R$ 600 mil neste ano.

Mas os problemas não param por aí. A presidente da Associação dos Moradores dos Bairros São Luiz e São José, Juliana Renault Vaz, afirmou que uma deliberação do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) impedia a realização de mais de dois eventos de grande porte por dia na mesma região. No entanto, segundo ela, a deliberação foi suspensa, e hoje acontecem até sete eventos na região da Pampulha em um mesmo dia.

A necessidade de um novo convênio que defina claramente os papéis de todos os envolvidos na feira de veículos foi apontada pelo secretário adjunto de Administração Regional Municipal Pampulha, Luiz Arnaldo Junqueira Prata. Ele informou que o terreno do Mineirão é da Ademg, mas o entorno é de responsabilidade da Prefeitura de Belo Horizonte. "O convênio vai definir os limites de atuação e facilitar o trabalho da prefeitura", concluiu.

Feira de veículos não tem alvará

Arnaldo Prata também informou que o convênio formalizado em 1992, quando a feira de veículos, que era na Avenida Catalão, foi transferida para o Mineirão, não foi assinado e já perdeu a validade. Ele acrescentou que o convênio é uma das condições para a obtenção do alvará de funcionamento da feira. Além disso, segundo ele, o convênio seria um instrumento capaz de conciliar os interesses envolvidos nos eventos e resguardar os direitos dos moradores. "Em 2008, 60% dos eventos realizados em BH foram na Pampulha", afirmou.

O administrador da Feira de Artesanato do Mineirinho, Eduardo Lima, denunciou que só depois da Publimig ganhar a licitação da feira, soube que ela era irregular. Ele anunciou que acaba de receber da prefeitura o comunicado de que a feira conseguiu o alvará. Segundo o empresário, a feira de artesanato movimenta R$ 5 milhões por mês e ocupa 2 mil famílias. Eduardo Lima também afirmou que a Publimig já investiu R$ 3 milhões na feira e paga R$ 700 mil pelo uso do espaço, cobrando dos feirantes R$ 100 pelo metro quadrado.

Convênio "tácito" - O procurador-chefe da Ademg, Valdelino Leite, protestou dizendo que a administração dos estádios não licita nada que seja irregular. "Não licitamos as feiras, mas os espaços físicos", explicou. Segundo ele, por força de lei, a Ademg pode alugar seus espaços e depois deve fiscalizar a execução dos contratos. "Não compete à Ademg ter feira de artesanato", enfatizou. Ele também disse que o convênio entre prefeitura e Ademg para realização das feiras "vale, ao menos, tacitamente". Isso porque, na opinião do procurador, o contrato é muito genérico e nunca teria sido questionado por nenhuma das partes interessadas.

Na opinião do vereador de Belo Horizonte Wellington Magalhães, a Pampulha tem que crescer. Ele informou que há projetos de verticalização da região e de construção de vários hotéis para a Copa de 2014. Para o deputado Ivair Nogueira (PMDB), a Copa do Mundo será uma boa oportunidade para trazer investimentos para o Estado. Ele defendeu que a Lei de Uso e Ocupação do Solo seja revista regularmente para não impedir a modernização da cidade, mas ponderou que a preservação do patrimônio cultural e o conforto dos moradores não podem ser desprezados. Ele acredita que, com as reformas previstas para o Mineirão e Mineirinho, o estádio vai ganhar investimentos em acústica que vão favorecer os habitantes da região.

Requerimentos - Também o deputado Délio Malheiros fez um apelo às autoridades presentes para que busquem compatibilizar os diversos interesses e ouçam a comunidade antes de qualquer atividade de impacto. Ele apresentou dois requerimentos que devem ser votados na reunião da tarde desta quarta (1º). Um deles pede agilidade da Prefeitura de Belo Horizonte para assinatura do novo convênio com a Ademg. O segundo pede a revisão da Lei 12.627, de 1997, que trata da poluição sonora no Estado.

Presenças - Deputados Délio Malheiros (PV), presidente; Ivair Nogueira (PMDB), vice; e Neider Moreira (PPS). Além dos convidados citados na matéria, participaram da reunião os diretores de Promoções e Eventos da Ademg, Dirceu Pereira; e de Infraestrutura, Ricardo Afonso Raso.

 

 

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