Monitoramento do PPAG revela oportunidades e preocupações

A Audiência Pública de Monitoramento do PPAG 2008-2011 foi encerrada na tarde desta quinta-feira (25/6/09) na Assembl...

25/06/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Monitoramento do PPAG revela oportunidades e preocupações

A Audiência Pública de Monitoramento do PPAG 2008-2011 foi encerrada na tarde desta quinta-feira (25/6/09) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, com a reunião de três grupos de trabalhos. Experiência inédita demandada pela própria sociedade, o monitoramento permitiu aos participantes acompanhar a execução das ações do PPAG e colher informações estratégicas essenciais às audiências de revisão da lei, previstas para o final deste ano. O conteúdos das apresentações dos 11 grupos de trabalho será aglutinado em um relatório pelos presidentes das Comissões de Participação Popular, deputado André Quintão (PT), e de Fiscalização Financeira e Orçamentária, deputado Zé Maia (PSDB).

Participantes do debate elogiaram a iniciativa e disseram que foi uma oportunidade para ter um contato direto com os gestores governamentais, a fim de juntar esforços em favor de políticas públicas e manifestar preocupações com projetos em atraso. "Algumas questões foram esclarecidas. As cobranças da sociedade também foram explicitadas. Com isso, algumas ações com execução baixa podem ser aceleradas", avalia André Quintão. Ele ressaltou a boa participação da sociedade, mesmo com a impossibilidade de apresentação de emendas, como ocorre com a revisão do PPAG.

A presidente do Comitê de Bacia do Entorno da Represa de Três Marias, Sílvia Freedman, também comemorou a oportunidade de entrosamento com os gestores. "Nós temos a necessidade de tratar nossos resíduos e o governo tem uma meta a cumprir. Esse encontro é uma oportunidade para casarmos essas duas necessidades e avançar mais na execução orçamentária", afirmou Sílvia. Representante do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Dorvina Maria Fernandes disse que a audiência é uma forma de a empresa se inteirar das ações dos órgãos públicos que afetam sua área de atuação. O Senar é responsável pelo Programa Semeando, um projeto de educação ambiental, que conta com recursos públicos.

Adriano Guerra, da Oficina de Imagens, também ressaltou a oportunidade dada aos cidadãos de ter um primeiro olhar sobre a execução do PPAG e de propor ações mais conectadas com a realidade. "Os gestores focaram os avanços. Faltou um olhar mais crítico, a apresentação dos impactos dessas políticas sobre a realidade", ponderou. Maria Inêz Alves Gouveia, do Sindicato dos Professores (Sind-UTE), também considerou a abordagem superficial, mas ressaltou que a sociedade precisa se preparar para questionar. "O ruim é que quase todos os programas estão restritos a algumas regiões ou cidades", criticou. Já Daniel Carvalho, da prefeitura de Governador Valadares, lamentou a ausência da juventude organizada do Estado e sugeriu um esforço de convocação desse público para as próximas audiências.

Jovens têm acesso a ensino médio profissionalizante

A oferta de cursos técnicos integrados ao ensino médio no projeto Educação de Jovens e Adultos (EJA) foi um dos destaques apresentados pelo superintendente da Secretaria de Estado da Educação (SEE), Joaquim Antônio Gonçalves, que falou sobre os programas "Ensino médio profissionalizante" e "Promédio - melhoria da qualidade e eficiência do ensino médio". Ambos compõem a área de resultados Protagonismo Juvenil, analisada pelo Grupo 9. Segundo Gonçalves, a nova proposta para o EJA, implantada em 2009, tem como objetivo, entre outros, conter as altas taxas de abandono. Em 484 escolas, a opção profissionalizante já é ofertada, com um total de 24 mil vagas e duração de dois anos e meio de curso.

No ensino médio, de acordo com o representante da SEE, o antigo problema do acesso foi superado e, nos últimos dois anos, a demanda diminuiu. Os desafios atuais, segundo ele, são a permanência do aluno na escola e sua taxa de aprendizagem. Entre as medidas tomadas pelo Executivo, Gonçalves citou a formação de professores, a oferta de livros didáticos, a merenda no ensino médio noturno e o aprofundamento de estudos, projeto que prevê o retorno do aluno à escola, em horário diferente do letivo, para mais 15 horas semanais de aula. Algumas ações, como a informatização das escolas, foram criticadas por participantes em função das dificuldades de efetivação.

Poupança Jovem - O Poupança Jovem foi outro programa abordado. Destinado a reduzir a evasão escolar e estimular o comportamento pró-ativo dos jovens, ele prevê o depósito de R$ 1 mil por ano para alunos com permanência e aprovação no ensino médio. De acordo com Roberta Kfouri Pacheco, em 2009 a gestão do programa foi repassada aos municípios e mais quatro cidades (Sabará, Montes Claros, Juiz de Fora e Teófilo Otoni) foram beneficiadas, totalizando oito desde 2007.

O deputado André Quintão frisou a necessidade de acompanhamento social das famílias dos alunos, conforme a Lei 16.683, de 2007, resultante de projeto de sua autoria. Roberta Kfouri citou a contratação de 56 assistentes sociais que trabalham em sintonia com os Centros de Referência de Assistência Social (Cras), mas admitiu a necessidade de outros profissionais. Geraldo Miguel, do Sind-UTE, criticou a presença do Poupança Jovem em apenas oito municípios, mas a gerente do programa informou que sua ampliação ainda é discutida pelo governo. Hoje, o programa atende quase 31 mil alunos. A meta é atingir 50 mil até 2010.

Nesse grupo, foram abordados ainda os programas Minas Olímpica, por Alexandre Massura Neto, da Secretaria de Esportes e da Juventude; e Centro da Juventude de Minas Gerais (Plug Minas), por Carlos Gradim, da Secretaria de Cultura. O Centro tem como público-alvo estudantes da rede pública estadual de 14 a 24 anos. O foco são as artes e a cultura digital. O evento que marcou o início das atividades do Centro foi realizado no dia 17 de junho. Ainda neste ano, mais quatro núcleos do programa passam a operar.

Estado vai construir termelétrica movida a lixo

Qualidade Ambiental foi o tema discutido pelo Grupo 11, que teve quatro apresentações sobre programas estruturadores dessa área. O diretor de Desenvolvimento e Conservação Florestal do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Luiz Carlos Cardoso Vale, falou sobre conservação do cerrado e recuperação da Mata Atlântica. A diretora-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Cleide Izabel Pedrosa de Melo, fez um balanço da "Consolidação da gestão de recursos hídricos em bacias hidrográficas". O presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), José Cláudio Junqueira, falou sobre o programa "Resíduos sólidos". Por fim, o programa "Revitalização do Rio das Velhas - Meta 2010", foi comentado por sua gerente executiva, Myriam Mousinho Furtado Gomes.

A assinatura de um termo de cooperação entre a Feam e a Cemig, no dia 5 de junho, para a construção da primeira termelétrica do Estado que utilizará o lixo como combustível, foi uma das ações destacadas por José Cláudio Junqueira durante sua apresentação. Segundo ele, espera-se que a usina esteja operando em 2010. Ainda este ano, outro objetivo da Feam é tornar realidade a utilização do lixo na geração de energia para produção de cimento, proposta de outro termo de cooperação técnica assinado com a Associação Brasileira de Cimento Portland. Junqueira afirmou que já se alcançou um índice de 48% de substituição de lixões em Minas, enquanto a meta pretendida para 2009 é de 50%. "Parece fácil, mas à medida que nos voltamos para os menores municípios, fica cada vez mais difícil elevar este índice", declarou.

O diretor do IEF Luiz Carlos Vale destacou três pontos em sua apresentação: as ações de recuperação de áreas degradadas (13 mil hectares executados de 16 mil previstos); expansão e regularização de unidades de conservação; e controle de incêndios. A regularização fundiária de unidades de conservação chamou atenção por já ter, no meio do ano, superado a meta de 30 mil hectares efetivados. A meta financeira desta mesma ação, no entanto, ainda está em 16%. A aparente contradição se deve, segundo Vale, a ações judiciais que retardaram algumas indenizações e atrasos em repasses de recursos do Fhidro. Ele garantiu que isso não prejudicará a meta física.

A conclusão do projeto de intervenções de saneamento básico nos bairros General Carneiro, Ana Lúcia e Nossa Senhora de Fátima, em Sabará, foi uma das ações destacadas pela gerente executiva do projeto Revitalização do Rio das Velhas, Myriam Gomes. Ela explicou que o projeto foi feito com recursos do projeto estruturador porque o município não tem convênio com a Copasa. "Aguardamos uma decisão da prefeitura para saber se ela executará o projeto ou fará um convênio com a Copasa. Sabará é estratégico para o projeto", afirmou Myriam. Ela chamou atenção para o fato de outros municípios importantes, como Sete Lagoas, ainda não terem projeto para tratamento de esgoto.

A diretora do Igam, Cleide de Melo, explicou a forma como é feita a cobrança pelo uso da água, coordenada pela Agência Nacional das Águas (ANA). Ela afirmou que 7,5% dos recursos destinados a cada bacia poderão ser utilizados para custeio da agência de bacia. Em alguns casos, no entanto, Cleide ressaltou que se estuda uma complementação com recursos estaduais e federais.

O Grupo 10 também se reuniu nesta quinta-feira (25), com a presença do secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alberto Duque Portugal. Os programas abordados foram: "Arranjos produtivos em biotecnologia, biocombustíveis, eletroeletrônicos e softwares", "Rede de formação profissional orientada pelo mercado", "Rede de inovação tecnológica" e "Certifica Minas".

 

 

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