Comissão vai consultar secretarias sobre PL que muda lei florestal

O Projeto de Lei (PL) 2.771/08, do governador, que aprimora os mecanismos legais de proteção dos remanescentes flores...

24/06/2009 - 00:04
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comissão vai consultar secretarias sobre PL que muda lei florestal

O Projeto de Lei (PL) 2.771/08, do governador, que aprimora os mecanismos legais de proteção dos remanescentes florestais nativos do Estado e, especificamente, o substitutivo nº 3, serão encaminhados às Secretarias de Estado de Meio Ambiente e de Agricultura. A decisão foi aprovada na reunião desta quarta-feira (24/6/09) da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A medida foi uma iniciativa do deputado Fábio Avelar (PSC), presidente e relator da matéria na comissão, que protocolou requerimento para a manifestação das duas secretarias. Antes de aprovado, o pedido provocou debate entre os deputados.

A discussão girou em torno do substitutivo nº 3, que sugere a separação das políticas de proteção à biodiversidade daquelas voltadas para as florestas plantadas. Essas políticas estão expressas na lei sobre as políticas florestal e de proteção à biodiversidade no Estado - Lei nº 14.309, de 2002, que seria alterada pelo substitutivo. Pelo substitutivo, só as florestas nativas ficariam sob a alçada da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), enquanto as plantadas passariam a ser fiscalizadas pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), como qualquer outra cultura vegetal. A medida tem aval dos produtores rurais, que enviaram representantes à reunião para defender a aprovação do parecer que apresenta o substitutivo nº 3.

Para encaminhar a votação do requerimento, o deputado Gustavo Valadares (DEM) ressaltou que o PL é discutido há cerca de um ano e meio e não seria necessário baixá-lo em diligência às secretarias. "A Semad conhece 'de cor e salteado' o projeto", disse, alertando ainda que, contado o prazo de 10 dias para ela se manifestar, a matéria só voltaria para apreciação em julho. "Teremos apenas uma semana antes do recesso para analisarmos em 1º e 2º turnos o projeto", reclamou.

Defendendo a consulta à Secretaria de Meio Ambiente, Fábio Avelar avaliou que, além de a matéria ser muito complexa, o substitutivo nº 3 a alteraria profundamente, ferindo inclusive a legislação florestal. Ele informou também que havia se comprometido com vários segmentos interessados a debater o projeto. "Já conversei com representantes das duas secretarias, e da Frente Parlamentar da Silvicultura, e tenho compromisso de conversar com ONGs e alguns parlamentares que se interessaram pelo assunto", lembrou. Na opinião dele, caso os deputados não aprovassem o requerimento, estariam evitando que o projeto fosse melhor discutido.

Com uma proposta conciliatória, o deputado Gustavo Valadares pediu então que o projeto fosse também encaminhado à Seapa. Complementando a ideia, o deputado Adalclever Lopes (PMDB) sugeriu que fosse apresentada emenda ao requerimento incluindo na diligência a Seapa, além da Semad. A proposta foi aceita por Fábio Avelar.

O deputado Jayro Lessa (DEM) discordou de Avelar quanto à ilegalidade de pontos do substitutivo nº 3. Ele retrucou que, na verdade, inconstitucionais seriam as normas e portarias baixadas pelos órgãos ambientais. "Estão substituindo as leis aprovadas por nós", destacou. Para ele, faltou ao governo a determinação para aprovar o projeto, em função da divisão interna entre as duas secretarias.

"Não podemos continuar tratando o produtor rural como bandido", reivindicou o deputado Antônio Júlio (PMDB). Na avaliação dele, atualmente, todos os setores e todas as pessoas têm preocupação ambiental, mas isso não pode levar a excessos. "Hoje, temos controle excessivo, multas excessivas. Precisamos proteger o meio ambiente, mas também o homem do campo", concluiu.

Já o deputado Irani Barbosa (PSDB) reclamou da atuação dos órgãos ambientais. "A Semad tem que estabelecer o que pode e o que não pode. Agora, cada técnico criar dificuldade para depois vender facilidade, isso não dá para aceitar", declarou, criticando supostas formas de corrupção e excesso de burocracia nesses órgãos para aprovar processos de licenciamento ambiental.

Requerimentos - Na reunião, foram aprovados ainda outros três requerimentos. O primeiro, dos deputados Fábio Avelar e Neider Moreira (PPS), solicita reunião com o coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Defesa do Meio Ambiente, promotor Luciano Luiz Badini Martins. O objetivo é buscar soluções para os impasses nas avenidas sanitárias de Itaúna com relação ao impedimento de ligação de energia elétrica em função da legislação ambiental.

Em outro requerimento, o deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), vice-presidente da comissão, solicita audiência pública em Muzambinho (Sul de Minas) para debater a manutenção do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Socioeconômico e Ambiental da Região da Amog. A Associação dos Municípios da Baixa Mogiana é formada pelos municípios de São Pedro da União, Arceburgo, Monte Belo, Cabo Verde, Guaranésia e Muzambinho.

O último requerimento, do deputado Irani Barbosa, solicita o envio de notas taquigráficas da audiência pública da última segunda-feira (22), na Câmara Municipal de Santa Luzia. Os documentos deverão ser encaminhados à Copasa, à Semad, à Fundação Estadual de Meio Ambiente, ao Ministério Público, à Prefeitura e à Câmara Municipal de Santa Luzia, visando informar esses órgãos sobre as discussões.

Presenças - Deputados Fábio Avelar (PSC), presidente; Irani Barbosa (PSDB), Gil Pereira (PP), Adalclever Lopes (PMDB), Gustavo Valadares (DEM), Antônio Júlio (PMDB), Jayro Lessa (DEM), Antônio Carlos Arantes (PSC), Ruy Muniz (DEM), Ivair Nogueira (PMDB) e Chico Uejo (PSB) e a deputada Ana Maria Resende (PSDB).

 

 

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