Deliberação estadual pode ser saída para impasse em Itaúna

A transferência de responsabilidade para que o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) possa deliberar sobre ...

16/06/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Deliberação estadual pode ser saída para impasse em Itaúna

A transferência de responsabilidade para que o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) possa deliberar sobre atividades de baixo impacto ambiental pode ser a solução para os problemas vividos por proprietários de Itaúna (Centro-Oeste de Minas) impedidos de fazer a ligação de energia elétrica em seus imóveis. A sugestão foi apresentada pela analista ambiental da Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Alto São Francisco (Supram), Sônia Soares Siqueira Rocha Godinho, durante audiência da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizada nesta terça-feira (16/6/09).

A reunião foi solicitada pelo deputado Neider Moreira (PPS) para dar continuidade ao debate sobre o impasse que impede a Cemig de fazer as ligações em propriedades particulares construídas a partir de 2002 nas avenidas Jove Soares, São João e Walter Mendes Nogueira, principais pontos comerciais da cidade. O Instituto Estadual de Florestas (IEF) tem negado a concessão de novas autorizações para as ligações, sob a alegação de que as avenidas estão em área de preservação permanente (APP). O autor do requerimento disse que ficou patente, na última reunião sobre o assunto, o desconhecimento das autoridades sobre a situação de Itaúna. Por isso foi feita uma visita ao local. Neider Moreira apresentou vídeos para comprovar que a região se trata de área urbana consolidada.

Cemig estuda cada caso - A gerente em exercício de Gestão do Meio Ambiente da Distribuição da Cemig, Helena Barbosa, informou aos deputados que não há mais ligações pendentes na Avenida Jove Soares. Segundo ela, nas outras duas avenidas, a Cemig está estudando cada caso para executar a ligação elétrica nos imóveis construídos a partir de 2002.

Para a representante da Supram, a única solução para as intervenções em APP seria a brecha deixada no inciso XI do artigo 11 da Resolução 369 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Esse artigo apresenta as intervenções ou supressões de vegetação consideradas de baixo impacto em APP. O inciso XI abre margem para regulação estadual, dispondo que também podem ser enquadradas nessa classificação outras ações ou atividades assim reconhecidas pelos conselhos estaduais de meio ambiente. A analista ambiental enfatizou, contudo, que essa medida só se aplica aos empreendimentos consolidados. Ela também defendeu que, nesses imóveis, as ligações de água, esgoto e energia elétrica poderiam ser consideradas de baixo impacto.

Sônia Godinho informou ainda que há loteamentos ao longo dessas avenidas sem licenciamento. Para ela, se esses empreendimentos não são passíveis de licenciamento, devem ser liberados pelo Copam. Ela também falou da necessidade de definição de medidas mitigadoras e de compensação para os empreendimentos que causam impacto ao meio ambiente.

O subsecretário de Estado de Gestão Ambiental Integrada, Ilmar Bastos Santos, citou dispositivos da resolução do Conama, da Lei Estadual 14.309, de 2002, e da Decisão Normativa 76, do Copam, para argumentar que as avenidas de Itaúna se enquadram na definição de áreas urbanas consolidadas. Ele disse ainda que não cabe aos órgãos ambientais fazer a legislação, mas sim garantir que as normas sejam cumpridas.

MP - Para o deputado Fábio Avelar (PSC), presidente da comissão, o termo de ajustamento de conduta (TAC) assinado entre as partes envolvidas na questão tem provocado divergências de interpretação. Ele lamentou a ausência do Ministério Público na audiência. O parlamentar foi enfático ao dizer que não tem dúvida de que as ligações deveriam ser feitas. "Entendo que o TAC vale para as construções feitas a partir de 2002", considerou.

O presidente da comissão acatou a sugestão do subsecretário Ilmar Bastos para visita de representantes da Comissão de Meio Ambiente, do Executivo e da Cemig ao promotor Luciano Badini, coordenador de Meio Ambiente do Ministério Público. O objetivo da visita é repassar as questões discutidas na audiência. Outra proposta do deputado é de apresentação de um projeto de lei para deixar mais clara a situação dos empreendimentos consolidados.

Presenças - Deputados Fábio Avelar (PSC), presidente; Almir Paraca (PT) e Neider Moreira (PPS).

 

 

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