Transferências arbitrárias na PM são alvo de críticas

O atual sistema de transferência de policiais e bombeiros militares foi criticado por representantes das duas categor...

15/06/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Transferências arbitrárias na PM são alvo de críticas

O atual sistema de transferência de policiais e bombeiros militares foi criticado por representantes das duas categorias em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizada nesta segunda-feira (15/6/09). A pedido do deputado Sargento Rodrigues (PDT), a comissão se reuniu para apurar denúncia de irregularidades na transferência de três PMs do Centro Integrado de Comunicações Operacionais (Cicop), em Belo Horizonte, por terem entrado com uma ação na Justiça pleiteando o recebimento de adicional noturno.

Mesmo convocado pela Assembleia, o comandante de Policiamento da Capital, coronel Nilo Sérgio da Silva, não compareceu, comunicando a ausência por meio de ofício, o que irritou os parlamentares. "Pelo Regimento Interno da Casa, ele vai ter que comparecer à próxima audiência, ou vamos determinar sua condução coercitiva. Por lei, todo servidor público estadual, seja civil ou militar, deve comparecer à Assembleia quando convocado. Não é porque se trata de um oficial que vai receber tratamento diferenciado", afirmou o deputado Durval Ângelo (PT), presidente da comissão, que marcou para 2 de julho, às 9h30, a próxima reunião.

Para o deputado Sargento Rodrigues (PDT), o comando da Polícia Militar está desrespeitando a Constituição ao criar embaraços para que o servidor acesse a Justiça. "O livre acesso ao Judiciário é um princípio que não pode jamais ser desrespeitado". Segundo ele, os comandantes têm "maquiado seus atos ao ordenar transferências arbitrárias".

O parlamentar defendeu o direito de os policiais receberem o adicional noturno e explicou que existem três formas de se transferir um policial: a pedido do interessado, por indisciplina ou por necessidade do serviço. "Mas as decisões nem sempre são devidamente motivadas", lamentou. Sargento Rodrigues ainda citou o exemplo do próprio coronel Nilo da Silva, que, em recente entrevista a uma rádio de Belo Horizonte, assumiu a responsabilidade pela transferência dos três policiais, dizendo ter sido um ato "discricionário" de sua parte.

Mudanças - O presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra), Luiz Gonzaga Ribeiro, pediu mudanças nas regras de transferências nas corporações. "O ideal seria a inamovibilidade do policial, mas enquanto isso não é possível, não podemos continuar convivendo com todo tipo de arbitrariedade. Hoje a vontade subjetiva do comandante é o suficiente para penalizar um policial", afirmou.

O coronel Domingos Sávio de Mendonça, assessor jurídico da Associação dos Servidores do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, disse haver uma espécie de "apartheid" entre os oficiais e praças das instituições militares, o que acaba gerando as transferências irregulares e outros absurdos "Trata-se de uma questão de formação, que deve ser modificada. Essa divisão interna da polícia só interessa ao governo, mas não à população, tampouco aos profissionais".

A advogada Renata Alessandra de Abreu e Silva informou que tem centenas de outras ações de policiais reivindicando o adicional noturno, que, segundo ela, é um direito garantido pela Cosntituição da República e por lei estadual. "Na verdade, não seria necessário nem pedir na Justiça o benefício; o Estado deveria concedê-lo aos policiais". Segundo ela, existem agentes que estão desistindo das ações, com medo de represálias.

O deputado Durval Ângelo reforçou o convite aos que compareceram à reunião e pediu a Sargento Rodrigues a gravação da entrevista do coronel Nilo Sérgio da Silva à Rádio Itatiaia.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; e Sargento Rodrigues (PDT).

 

 

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