Comissão busca saída para impasse em ligações de energia em Itaúna

Os problemas enfrentados por proprietários de imóveis para obter ligação de energia elétrica em Itaúna (Centro-Oeste ...

10/06/2009 - 00:03
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comissão busca saída para impasse em ligações de energia em Itaúna

Os problemas enfrentados por proprietários de imóveis para obter ligação de energia elétrica em Itaúna (Centro-Oeste de Minas) motivam nova reunião da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Desta vez, o debate será no Auditório, nesta terça-feira (16/6/09), às 10 horas. Em maio, a comissão esteve em Itaúna para conhecer os detalhes do impasse que impede a Cemig de ligar energia em propriedades particulares construídas a partir de 2002 nas avenidas Jove Soares, São João e Walter Mendes Nogueira, principais pontos comerciais da cidade.

De acordo com o deputado Neider Moreira (PPS), autor do requerimento das duas reuniões, o impasse é fruto da negativa do Instituto Estadual de Florestas (IEF) em conceder novas autorizações para as ligações, sob a alegação de que as avenidas estão em área de preservação permanente (APP). Essa classificação estaria baseada nas resoluções 302, 303 e 369 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), que dispõem sobre definições e limites das APPs. Na visita a Itaúna, em 13 de maio, Moreira confirmou que a Assembleia continuaria na busca de uma solução para o problema, atuando como mediadora, caso não houvesse consenso sobre o assunto.

Sugestão - Antes disso, em 28 de abril, a comissão já havia debatido o tema, tendo aprovado requerimento para que o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) faça uma análise da área e autorize, de forma unificada, novas ligações de energia elétrica nas avenidas. "Diversas empresas estão sem luz e, por isso, impedidas de gerar emprego e renda", criticou o deputado. A coordenadora da Promotoria Metropolitana de Habitação e Urbanismo de Belo Horizonte, Marta Alves, lembrou, naquela audiência, que a Lei 14.309, de 2002, prevê formas de compensação ambiental e mitigação que permitam a autorização para uso de energia elétrica em APPs. "O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com a legislação ambiental, mas é possível adequar os impasses pontuais, de acordo com a norma estadual", sugeriu.

Convidados - São convidados a participar da reunião o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho; o subsecretário de Estado de Gestão Ambiental Integrada, Ilmar Bastos Santos; a promotora Fernanda Honigmann Rodrigues, de Itaúna; o secretário municipal de Urbanismo e Meio Ambiente, Cristiano Dias Carneiro; a superintendente regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Alto São Francisco, Maria Cláudia Pinto; o gerente de Gestão do Meio Ambiente da Distribuição da Cemig, Carlos Alberto Coelho; e o diretor de Monitoramento e Fiscalização Ambiental do IEF, Eduardo Martins.

Prefeitura e Cemig dizem seguir a lei; promotora faz contraponto

Na visita realizada à cidade em maio, o secretário de Urbanismo e Meio Ambiente de Itaúna, Cristiano Dias Carneiro, afirmou que a prefeitura libera todos os pedidos de licenciamento das três avenidas desde que os lotes estejam em situação regular. "A única observação que faço é que podem esbarrar na legislação estadual, que trata das APPs e não é de nossa competência alterar", comentou.

O analista de Meio ambiente da Cemig Geraldo Eduardo Vieira de Barros Puça disse que a empresa está cumprindo a legislação quando não liga a luz nessas construções. A gerente interina do IEF, Sirlene Aparecida de Souza, completou que a legislação prevê o mesmo tratamento para as áreas de preservação permanente urbanas e rurais. "Todas as edificações construídas antes de 2002 podem ter sua regularização ambiental. Mas com relação às construídas posteriormente, não há como liberar, estamos cumprindo o Código Florestal da União", esclareceu.

Confusão - Avaliação distinta veio da promotora Fernanda Hanigmann, de Itaúna. Ela lembrou que existe um termo de ajuste de conduta (TAC) que proíbe ligações de energia elétrica em loteamentos clandestinos. "Talvez haja alguma confusão com relação ao TAC e ele esteja sendo usado em locais indevidos", afirmou. Na opinião de Fernanda, a promotoria não entende como dano ao meio ambiente novas construções nas três ruas, já que elas são completamente urbanizadas.

A analista da Superintendência Regional do Meio Ambiente, Sônia Soares Siqueira, lembrou que a lei abre exceção para construção em APPs em três casos: interesse público, interesse social e nos casos de baixo impacto. Ela sugeriu que esse último caso fosse revisto, ou seja, que os órgãos competentes redefinissem que tipos de obras podem ser consideradas de baixo impacto.

 

 

 

 

 

 

 

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