Ministro garante manutenção e expansão de programas sociais

Apesar da crise, os programas sociais do Governo Federal não serão contingenciados. Há R$ 36,7 bilhões para atender u...

09/06/2009 - 00:03
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Ministro garante manutenção e expansão de programas sociais

Apesar da crise, os programas sociais do Governo Federal não serão contingenciados. Há R$ 36,7 bilhões para atender um universo de 68 milhões de pessoas, em programas cujo carro-chefe é o Bolsa Família. Essa garantia foi dada pelo ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, aos deputados da Comissão Extraordinária para o Enfrentamento da Crise Econômico-Financeira Internacional, reunidos em audiência no Auditório da Assembleia Legislativa de Minas Gerais na tarde desta terça-feira (9/6/09).

O ministro expôs a tese de que o dinheiro injetado na população carente pelos programas sociais está servindo para atenuar os efeitos da crise, ao aquecer o mercado interno com a inclusão de milhões de famílias na sociedade de consumo. "As políticas sociais do governo Lula garantem a sustentabilidade do crescimento econômico, e o presidente deu sua garantia de que os pobres não serão penalizados pela crise", disse o ministro.

Em Minas, os recursos para esses programas são de R$ 3,15 bilhões, atingindo 9,5 milhões de pessoas, algumas delas com direito a serem contempladas por dois programas, como é o caso dos idosos. Patrus fez uma breve exposição sobre os programas criados e mantidos por sua pasta desde 2004, com ênfase no esforço de promoção da cidadania e da requalificação profissional dos desempregados.

Do lado do Governo do Estado, Mateus Fábrega, do Observatório do Trabalho, Emprego e Renda da Secretaria de Desenvolvimento Social, considerou o primeiro semestre de 2008 como um período excelente, com alto desempenho dos níveis de emprego, renda e massa salarial, e disse que esse panorama foi profundamente alterado pela crise. Em seguida, relatou os esforços do governo para dar treinamento aos trabalhadores com o objetivo de que possam conquistar novos postos de trabalho.

Exportações mineiras adotam 'padrão colonial', critica deputado

Ao todo, 13 deputados estiveram presentes à reunião, que foi coordenada inicialmente pelo deputado Sebastião Helvécio (PDT) e depois por Jayro Lessa (DEM). Cinco desses deputados intervieram no debate.

Carlin Moura (PCdoB) reputa que as políticas de inclusão social são a grande marca do governo Lula e que o Bolsa Família é uma ampla política de renda mínima que serviria de exemplo até para o presidente americano Barack Obama.

André Quintão (PT) elogiou a expansão da rede de proteção social no Brasil, que agora busca alcançar a intersetorialidade com programas como o Pró-Jovem, o Pronaf e o Bolsa Família. Para ele, o modelo de exportação mineiro ainda adota padrões coloniais, já que se baseia na exportação de café e minério in natura. Ele cobrou agregação de valor às commodities mineiras, e acrescentou que para isso seria necessário investir muito na qualificação do ser humano.

Carlos Gomes (PT) disse ser extemporânea a discussão sobre o Estado mínimo e defendeu que o Estado tenha o tamanho necessário para intervir na economia. Adelmo Carneiro Leão (PT) disse que no atual governo, Minas triplicou suas exportações de minério sem agregar valor, e hoje exporta a preços vis. Ele elogiou o Orçamento Participativo, uma iniciativa do ministro Patrus Ananias quando prefeito de Belo Horizonte, como "um belíssimo projeto de construção da cidadania", e hoje destaca o Programa de Aquisição de Alimentos, que adquire 150 produtos pelo valor correto de mercado, sem intermediação.

Jayro Lessa (DEM) considera que a crise russa de 1997 provocou efeitos mais devastadores no Brasil que a atual. Ele disse que criticou o presidente Lula, há alguns anos, por quitar a dívida com o FMI, no valor de US$ 15 bilhões, mas depois viu que estava errado, já que o Brasil dispunha de US$ 200 bilhões em reservas. "Acho que o Brasil vai sair da crise muito melhor e mais rápido que os outros países", previu Lessa.

Catadores de papel querem renda mínima e aposentadoria

Diversas pessoas da platéia deram sua contribuição, como Gustavo, do movimento LGBT; João Lopes, do Fórum Economia Solidária; Leonardo, da OGT-MG, Carlúcia, do Consea-MG; e o casernista aposentado Antônio Cândido. Samuel Rodrigues, em nome da população de rua, criticou o que considera retrocesso das políticas públicas na atual gestão municipal em Belo Horizonte. Alfredo Índio, da Asmare, denunciou a queda dos preços do material reciclável, pediu garantia de renda mínima para os catadores e direito a aposentadoria.

Fausto Sales, de Salto da Divisa, pediu ao ministro que criasse um restaurante popular em cada cidade de Minas, mas Patrus Ananias assegurou que a iniciativa só funciona em cidades acima de 100 mil habitantes. O deputado Adelmo Leão pediu que o leite in natura fosse incluído nas compras do Programa de Aquisição de Alimentos e entregue às creches do Triângulo Mineiro.

No encerramento da reunião, o ministro disse que enfrentou muitas críticas ao começar o Bolsa Família. "Diziam que não devíamos dar o peixe, mas ensinar a pescar. Eram pessoas que nunca haviam feito uma coisa, nem outra", afirmou. "A crise surgiu porque começaram a multiplicar dinheiro que não existia. Não somos contra o dinheiro, mas ele não pode ser um fim em si mesmo. A crise é financeira, mas sobretudo ética e moral. Precisamos adequar o índice de crescimento à sustentabilidade do planeta, evitar o supérfluo, o desnecessário, para que o luxo não se torne lixo", pediu o ministro.

A Comissão Extraordinária para o Enfrentamento da Crise Econômico-Financeira Internacional tem a missão de analisar propostas de ação para minimizar os efeitos da crise sobre a economia mineira, inclusive as apresentadas no Ciclo de Debates Minas Combate a Crise, realizado em abril deste ano.

Presenças - Deputados Sebastião Helvécio (PDT), coordenador; Jayro Lessa (DEM), André Quintão (PT), Adelmo Carneiro Leão (PT), Carlos Gomes (PT), Carlin Moura (PCdoB), Antônio Carlos Arantes (PSC), Rosângela Reis (PV), Paulo Guedes (PT), Padre João (PT), Almir Paraca (PT) e Adalclever Lopes (PMDB).

 

 

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