Apuração da morte de político leva comissão a São Francisco do Glória

Supostas ameaças de morte a vereadores de São Francisco do Glória levam novamente a Comissão de Direitos Humanos da A...

05/06/2009 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Apuração da morte de político leva comissão a São Francisco do Glória

Supostas ameaças de morte a vereadores de São Francisco do Glória levam novamente a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais a esse município da Zona da Mata. A audiência pública, requerida pelo presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), será nesta terça-feira (9/6/09), às 14 horas, na Loja Maçônica, que fica na Rua Virgílio Pedrosa, s/n, Centro.

As ameaças teriam sido provocadas pelo fato de alguns parlamentares municipais estarem tentando agilizar as investigações envolvendo a morte do ex-prefeito do município, Gilberto Souza e Silva (DEM). Aos 45 anos, O político foi assassinado com quatro tiros na cabeça, em Piúma (ES), em 13 de janeiro de 2008. Desde então, a população local vive um clima de insegurança e medo. Moradores contam que têm medo de falar sobre o assunto, uma vez que seriam comuns ameaças veladas a pessoas que procuram saber mais sobre o caso. Por isso, os deputados querem saber o que estaria atravancando as investigações e provocando as ameaças à população e seus representantes.

Segundo informações do gabinete de Durval Ângelo, o atual prefeito, Luciano Dias Paes Neto (DEM), que era vice de Gilberto à época, foi um dos indiciados como mandante do assassinato, no inquérito concluído em outubro passado, pela Polícia de Piúma. Mesmo suspeito do crime, ele foi eleito. Também foram indiciados como mandantes três vereadores do município, Wellington de Souza Lazorino, Geraldo Laviola e Aristovan Pires, além do ex-prefeito Sebastião Carvalho Lazorino. Outros indiciados foram o empresário e fazendeiro, Altomiranda Viegas de Carvalho Neto, acusado de ter financiado o assassinato, e Cedeni José Marcolino de Souza e Geraldo José de Carvalho, apontados como intermediários na contratação de Adelair Siqueira da Silva, preso sob a acusação de que seria o pistoleiro que matou o ex-prefeito.

De acordo com o delegado que presidiu as investigações, Milton Sabino, a morte teria sido planejada por um grupo político insatisfeito por não ter suas exigências atendidas pelo então prefeito. Em setembro de 2007, inclusive, Gilberto teria escapado de um primeiro atentado em sua fazenda. O delegado afirmou que, 15 dias após o assassinato, a polícia de Piúma localizou e prendeu o pistoleiro que teria matado o prefeito. O lavrador Adelair Siqueira da Silva, de 47 anos, foi detido em Água Doce do Norte, e teria se recusado a colaborar com a apuração. Ainda de acordo com o policial, os relatos dos depoentes se contradisseram, o que reforçou a hipótese de crime político.

Em novembro do ano passado, a comissão esteve na cidade para buscar esclarecimentos sobre a investigação. Na ocasião, Guilherme Colen, advogado do fazendeiro acusado Altomiranda Viegas, negou qualquer envolvimento de seu cliente na ação criminosa.

Essa é a segunda vez que um ex-prefeito de São Francisco do Glória foi assassinado. Em 2001, o ex-prefeito conhecido como Fabinho, que cumpriu mandato entre 1993 e 1996, foi morto dentro de casa com vários tiros disparados por um homem encapuzado. Na época, três pessoas chegaram a ser presas mas foram liberadas por falta de provas. Segundo a imprensa local, o inquérito foi arquivado.

Convidados - Foram convidados a participar da audiência nesta terça: Luciano Dias Pais Netto, prefeito de São Francisco do Glória; vereador Inácio Donizete Ricardo, presidente da Câmara Municipal; Guilherme Luiz Matta; vereador de São Francisco do Glória; Elizabeth Helena Souza e Silva, viúva do ex-prefeito Gilberto Souza; Sebastião Fava, advogado e presidente do PT Municipal de São Francisco do Glória; Jorge Alexandre Maximiano e Pedro Gonçalves Pereira Jahara, delegados de Polícia da Comarca de Carangola; promotor Marcos Aguiar Arlé, da Terceira Promotoria de Justiça da Comarca de Carangola; Milton Sabino, delegado de Polícia do município de Piúma (ES); Elion Vargas Teixeira, promotor de Justiça de Piúma (ES); Marcos Silva, detetive de Polícia do município de Muriaé; Altomirando Viegas de Carvalho, fazendeiro.

 

 

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