MP investiga denúncia de abuso policial em Raul Soares

O Ministério Público já está investigando a denúncia de agressão do detetive da Polícia Civil Edeilson Carlos Araújo ...

03/06/2009 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

MP investiga denúncia de abuso policial em Raul Soares

O Ministério Público já está investigando a denúncia de agressão do detetive da Polícia Civil Edeilson Carlos Araújo contra Carlos Magno Fernandes Grossi em Raul Soares (Zona da Mata). A informação foi repassada pelo promotor Emerson Henrique Martins aos deputados da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que se reuniu na cidade nesta quarta-feira (3/6/09).

De acordo com o presidente da comissão, deputado Durval Ângelo, que solicitou a reunião, a denúncia ganhou força pelo histórico de violência e abuso de poder do policial acusado. Em sua ficha funcional haveria 15 processos, 12 deles ligados a crimes de tortura e violência. "Buscamos a verdade e uma punição, caso seja comprovada a agressão. Vamos pedir ainda o afastamento do policial da cidade até que o caso seja investigado", disse.

O autor da denúncia, vereador Ramiro Andrade Grossi, lembrou que não é a primeira vez que a polícia comete abusos em Raul Soares. Segundo ele, a agressão contra Carlos Magno Fernandes Grossi, ocorrida no dia 16 de abril, teve origem na tomada de depoimento do filho da vítima em uma investigação sobre tráfico de drogas.

O vereador afirma que o detetive Edeilson Carlos Araújo foi à casa de Carlos Magno para solicitar que o filho dele retornasse à delegacia para alterar seu depoimento. Diante da recusa, o policial teria feito a agressão e posterior prisão de Carlos Magno. "Um despachante respeitado, trabalhador e reconhecido na comunidade como homem de bem foi covardemente espancado e tratado como bandido por um policial violento", denunciou.

O promotor Emerson Henrique Martins contou que foi procurado pela suposta vítima, que apresentou notícia-crime contra o detetive. Foi instaurado procedimento investigativo criminal e estão sendo colhidos depoimentos de testemunhas para que seja avaliada a necessidade ou não de inquérito judicial. Ainda de acordo com o representante do Ministério Público, não foi identificado nada de concreto contra o possível agressor, mas o processo de investigação ainda não foi encerrado.

Polícia Civil também iniciou investigação interna

O delegado regional de Polícia Civil de Caratinga, João Xingó de Oliveira, disse que a versão do detetive Edeilson aponta atos de desacato por parte de Carlos Magno, o que teria justificado sua prisão. Ele afirmou, no entanto, que por não compactuar com procedimentos irregulares, instaurou sindicância administrativa para apurar a denúncia. "Se for verdade, é uma covardia. O cidadão Carlos Magno é um parceiro da Polícia Civil e não iremos permitir abusos de poder na nossa corporação", prometeu.

O chefe do 12o Departamento de Polícia Civil, Walter do Rosário Felisberto, também confirmou a investigação interna e disse que se forem confirmadas as agressões, o policial será punido.

O delegado-adjunto da Corregedoria de Polícia Civil, Helbert Alexandre do Carmo, explicou que o órgão recebeu a denúncia e está fazendo um levantamento de todos os fatos relativos ao acusado e verificando as narrativas dos envolvidos no caso. Segundo ele, se for comprovado o abuso, o suposto agressor poderá responder a processos civil, criminal e administrativo.

O delegado João Lopes de Sá Neto relatou que enviou o detetive Edeilson Carlos Araújo à casa de Carlos Magno para chamar o filho dele para uma complementação de depoimento. Segundo ele, o rapaz seria testemunha de um crime de tráfico de drogas e houve a necessidade de colher informações complementares ao depoimento que havia sido tomado horas antes. Embora surpreso com a prisão do despachante, ele disse não ter queixas quanto à conduta do detetive. "Admito que o procedimento mais correto teria sido intimá-lo a depor, mas a intenção era agilizar o processo", explicou.

Ao final da audiência, o deputado Weliton Prado (PT) se disse incrédulo com o suposto desacato à autoridade da parte de Carlos Magno. "É comum a inversão de provas. Esse cidadão é reconhecidamente de bem, e isso explica tamanha comoção no município", concluiu.

Providências - O deputado Durval Ângelo anunciou que serão tomadas as seguintes providências acerca do que foi apurado na audiência pública: envio das notas taquigráficas da reunião ao Ministério Público, à Corregedoria de Polícia Civil e à Ouvidoria de Polícia; pedido de informações à Corregedoria de Polícia sobre a ficha administrativa do detetive; agendamento de reunião no Colegiado das Corregedorias para tratar do caso; envio de solicitação ao secretário de Estado de Defesa Social, Maurício Campos Júnior, para que seja reformada a cadeia pública de Raul Soares, além de agendamento de reunião para falar sobre a urgência da reforma; e pedido de informações ao delegado de Raul Soares sobre todas as ocorrências relacionadas a tráfico de drogas das quais do detetive Edeilson Carlos Araújo teria participado como investigador.

Presenças - Deputados Durval Ângelo, presidente, e Weliton Prado, ambos do PT. Também participaram da reunião o vice-prefeito de Raul Soares, Altivo de Souza Melo; e o presidente da Câmara Municipal, Eimard Rodrigues Ribeiro.

 

 

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