Subsecretário fala sobre de penas em comunidades terapêuticas

A disponibilização mais efetiva de vagas em comunidades terapêuticas para o cumprimento de penas alternativas foi def...

03/06/2009 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Subsecretário fala sobre de penas em comunidades terapêuticas

A disponibilização mais efetiva de vagas em comunidades terapêuticas para o cumprimento de penas alternativas foi defendida por deputados e pelo subsecretário de Políticas Antidrogas da Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude, Cloves Benevides, nesta quarta-feira (3/6/09). A defesa foi feita em reunião, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, da Comissão Especial da Execução das Penas no Estado. A comissão ouviu o subsecretário a requerimento do deputado João Leite (PSDB), seu presidente.

Cloves Benevides apresentou dados que indicam que tal sistema de cumprimento de penas se assemelha ao modelo da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac), em relação à recuperação do condenado e menor custo para o Estado. Enquanto no sistema carcerário tradicional, o custo do preso adulto é de R$ 2.300/mês por indivíduo e R$ 4.000/mês para adolescentes, no sistema de comunidades terapêuticas, o custo é de R$ 700/mês por pessoa. Tal sistema, contudo, abriga somente apenados dos crimes relacionados a droga (uso/porte e tráfico)

A Subsecretaria de Políticas Antidrogas encaminha condenados para 178 instituições no Estado, incluindo algumas cidades, como Montes Claros, Contagem, Betim, Ipatinga, Uberaba e Uberlândia. Atualmente, são 1.350 encaminhamentos judiciais para as comunidades terapêuticas, sendo que 495 são inteiramente financiados pelo Estado, por meio do serviço SOS Drogas. A média de tempo para cumprimento de penas nestas instituições é de seis a nove meses, segundo Benevides.

Respondendo a João Leite, Cloves Benevides disse que as fugas, que ele chama de desligamentos, são de 20% do total de internos, sejam apenados ou não. E em relação à recuperação nesta modalidade de cumprimento de penas, o índice é de 30% de ausência de recaída no uso de drogas, ainda segundo o subsecretário. Ele informou também que a faixa etária nesta modalidade de cumprimento de penas vai dos 18 aos 50 anos, com raros menores de idade.

Comissão investiga alternativas de penas

O deputado João Leite disse que solicitou a reunião diante dos números crescentes de condenações, sobretudo de adolescentes, por crimes ligados às drogas. "Dos crimes cometidos por adolescentes, 24% estão relacionados com o porte de drogas e 25% com o tráfico, enquanto 1% é de homicídios", disse. Em sua avaliação, cabe à Comissão Especial da Execução das Penas no Estado descobrir as alternativas ao sistema prisional tradicional. "Já estudamos o cumprimento de penas no sistema Apac e agora vemos a importância das comunidades terapêuticas."

O vice-presidente da comissão, deputado Vanderlei Miranda (PMDB) mostrou preocupação com o avanço das drogas no país, preocupação compartilhada pelo deputado Antônio Genaro (PSC). Ambos destacaram a importância do trabalho das igrejas evangélicas na manutenção de muitas dessas comunidades e a contribuição que têm dado na recuperação de usuários de drogas. O deputado Wander Borges (PSB) destacou a economia com as penas alternativas em comunidades terapêuticas enfatizando que vale a pena prosseguir neste modelo.

Cloves Benevides discorreu ainda sobre o aumento do uso de algumas drogas como o crack e sua relação com o aumento da violência e a perspectiva premente de entrada no mercado brasileiro, vinda do Paraguai, de uma modalidade de droga mais devastadora que o crack, conhecida como "paco".

Definição - A Anvisa define como comunidades terapêuticas os serviços de atenção a pessoas com transtornos decorrentes do uso ou abuso de drogas, em regime de residência ou outros vínculos. São unidades que têm por função a oferta de um ambiente protegido, técnica e eticamente orientados, que forneçam suporte e tratamento aos usuários abusivos e dependentes de drogas, durante período estabelecido de acordo com o programa terapêutico adaptado às necessidades de cada caso. É um lugar cujo principal instrumento terapêutico é a convivência entre os pares.

Presenças - Deputados João Leite (PSDB), presidente; Vanderlei Miranda (PMDB), vice; Wander Borges (PSB) e Antônio Genaro (PSC). E os membros convidados com assento permanente na comissão, Gilson Magalhães Campos, do Núcleo de Gestão Prisional da Polícia Civil e Mônica Peixoto, da Convenção Batista Mineira.

 

 

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