Para técnico, lei federal de incentivo ao esporte é pouco divulgada

A Lei Federal de Incentivo ao Esporte, em vigor há 18 meses, resultou em investimentos de cerca de R$ 140 milhões no ...

03/06/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Para técnico, lei federal de incentivo ao esporte é pouco divulgada

A Lei Federal de Incentivo ao Esporte, em vigor há 18 meses, resultou em investimentos de cerca de R$ 140 milhões no País, dos quais cerca de R$ 28 milhões foram aplicados em Minas Gerais. Os dados foram divulgados pelo presidente da Comissão Técnica da Lei de Incentivo ao Esporte do Ministério dos Esportes, Ricardo Garcia Capelli, em audiência pública realizada nesta quarta-feira (3/6/09) pela Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

"Minas surpreende nessa largada de incentivo do Governo Federal ao esporte, ficando com quase 20% dos recursos", ressaltou Capelli. Ele admitiu, contudo, que o montante investido por meio da lei poderia ser maior no Brasil se não fosse o desconhecimento sobre os benefícios e procedimentos necessários para a aprovação de projetos no Ministério, colocando como maior desafio nesse momento difundir informações junto a prefeituras, empresas, organizações não governamentais, confederações e federações esportivas.

Capelli foi um dos convidados para a audiência da comissão, realizada a pedido do deputado Carlin Moura (PCdoB) para conhecer os trabalhos realizados pelo Núcleo de Esportes de Base do Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Viçosa (Nuesba). O núcleo, voltado tanto para a educação e inserção social por meio do esporte de base como para a capacitação e treinamento de alto rendimento, vai ampliar suas atividades por meio da nova lei federal. Capelli explicou que a lei dá isenção fiscal no Imposto de Renda, até o limite de 1% do lucro real líquido, às empresas que investirem em projetos de incentivo ao esporte.

Deputados defendem mais investimento público no setor

A presidente da Comissão de Educação, deputada Maria Lúcia Mendonça (DEM), elogiou a experiência do Nuesba e afirmou que os prefeitos precisam investir mais em projetos do tipo para despertar o interesse sobretudo da juventude. Ela lembrou que o Fórum Técnico sobre o Plano Decenal da Educação aprovou 250 propostas para aperfeiçoar projeto de lei do Executivo, entre as quais uma que define que o Estado não poderá construir nenhuma nova escola sem quadra esportiva coberta e outra que trata da valorização das aulas de educação física nas escolas em espaços e condições apropriados.

A deputada Gláucia Brandão (PPS) considerou que o projeto desenvolvido na UFV é exemplo para todo o País por ampliar o acesso à população ao esporte, direito que é constitucional, conforme destacou, e ao mesmo tempo por ser uma oportunidade para o desenvolvimento de talentos. Segundo ela, esse tipo de contribuição faz parte da responsabilidade social da universidade pública. Disse, contudo, que o maior desafio para o desenvolvimento efetivo do esporte no Brasil ainda é o aporte de recursos do poder público. "O esporte e a cultura em nosso País ainda são mantidos em grande parte pela iniciativa privada. Por isso, em situações de crise como agora eles são os primeiros a sofrer", frisou.

O vice-presidente da comissão, deputado Deiró Marra (PR), elogiou a UFV como patrimônio da cultura nacional e o deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) defendeu que a discussão sobre como obter benefícios da Lei Federal de Incentivo ao Esporte seja levada ao interior em discussões regionais com prefeitos e demais representantes dos municípios, e convidou o representante do Ministério, por meio do prefeito de Itapeva, para ir à cidade falar sobre o assunto.

Após o debate, o deputado Carlin Moura defendeu a modernização da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte e que o esporte seja contemplado com pelo menos 1% dos orçamentos públicos. Ele defendeu também a regulamentação da lei estadual que trata do Bolsa Atleta e fez um apelo para que a pista de ciclismo do parque Fernão Dias, em Contagem, seja recuperada.

Debate esclarece como obter incentivos ao esporte

Ao esclarecer dúvidas levantadas pela deputada Gláucia Brandão sobre a Lei Federal de Incentivo ao Esporte, o representante do Ministério explicou que ainda não foi criado um fundo nacional de incentivo ao esporte, a exemplo do que foi feito com a Lei de Incentivo à Cultura. Por essa razão, a nova lei debatida na audiência estabelece que projetos aprovados têm que conseguir pelo menos 20% dos recursos necessários para que sua execução seja iniciada. Defendendo a criação do fundo, ele disse que recursos já tiveram que ser devolvidos por não terem cumprido o limite, enquanto poderiam estar sendo aplicados se houvesse um fundo que desse o suporte necessário na fase inicial.

Capelli informou que qualquer entidade, pública ou privada, sem fins lucrativos, existente há mais de um ano e que tenha em seu estatuto uma clara ligação com o esporte, pode inscrever projetos. Ele enumerou como exemplos prefeituras, ONGs, federações e confederações. Satisfeitos esses requisitos, ele explicou que basta acessar o site do Ministério dos Esportes, no link próprio da Lei de Incentivo ao Esporte, para fazer o cadastro da instituição e receber uma senha que dará acesso ao preenchimento dos formulários próprios.

Os procedimentos, segundo ele, são autoexplicativos, com manual de instruções e planilhas no próprio site. O importante, frisou, é que o interessado deixe claro o objetivo do projeto, se de integração esportiva, de formação educacional ou de esporte de rendimento. Os projetos inscritos são avaliados por um corpo técnico em até 90 dias. O Ministério, segundo destacou ainda, oferece suporte técnico permanente para prestar esclarecimentos e auxiliar qualquer interessado, estando disponível o telefone (61) 3556-9043.

Núcleo em Viçosa aloja até mil atletas

O coordenador geral do Núcleo de Esportes de Base (Nuesba) da UFV, João Carlos Bouzas Marins, explicou que o núcleo executou um projeto inicial em 2006, com recursos do Ministério dos Esportes, voltado para três modalidades - ciclismo, judô e levantamento de peso. A nova proposta é ampliar as modalidades atendidas, agregando futebol, atletismo, basquete, handebol e tênis de mesa por meio da Lei Federal de Incentivo ao Esporte.

Ele destacou o impacto social da proposta, informando que há na região em torno de 75 mil alunos em todas as redes de ensino, inclusive de educação especial, que também será contemplada pelo projeto, que formam um público potencial para atividades do Nuesba. Os objetivos do núcleo são oferecer atividades esportivas de base, disponibilizar local para concentração de equipes esportivas ou seleções estaduais e nacionais durante competições e espaço para treinamento de alto rendimento e aprimoramento técnico, tanto de atletas como de técnicos e de preparadores físicos.

Estando numa universidade, o núcleo fomenta o ensino, a pesquisa e também a extensão na área esportiva. João Carlos apresentou aos deputados dados e fotos das instalações da universidade, ressaltando, entre outros, que a instituição é privilegiada por sua localização estratégica e infraestrutura vigorosa, que permite, por exemplo, alojar até mil atletas em suas acomodações de uma só vez. O projeto piloto, em avaliação no Ministério dos Esportes, prevê, entre outros, atividades para 20 meses, como competições com 3 mil atletas e atividades esportivas gratuitas para 600 crianças e jovens.

Requerimentos de audiência pública - Foram aprovados na reunião proposições que dispensam a apreciação do Plenário e quatro requerimentos de audiência pública. Dois são de autoria do deputado Carlin Moura, um deles para debater o substitutivo do senador Eduardo Azeredo ao Projeto de Lei 89/03, que tramita no Congresso e trata da regulamentação do uso da internet; e outro para debater os critérios e objetivos do convênio firmado entre o Governo do Estado e o Google, na última segunda-feira (1º), cujo objetivo é levar a todos os 2,5 milhões de alunos e aos 165 mil professores da rede pública estadual um conjunto de softwares oferecidos pela empresa via internet.

O terceiro requerimento aprovado, da comissão, é para audiência conjunta com a Comissão de Constituição e Justiça, para debater a situação das fundações educacionais em Minas Gerais. O último, da deputada Gláucia Brandão, é para debater as contribuições da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para o desenvolvimento de Minas Gerais e as dificuldades administrativas e financeiras da instituição.

Presenças - Deputada Maria Lúcia Mendonça (DEM), presidente; deputado Deiró Marra (PR), vice; deputados Carlin Moura (PCdoB) e Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e deputada Gláucia Brandão (PPS). Também participaram da reunião Pedro Henrique Santos Meloni, mestrando em Educação Física na UFV; Welington Souza, presidente da Federação Mineira de Ciclismo; Paulo Sérgio de Oliveira, presidente da Federação Mineira de Handebol; Valdir Antônio Morais, diretor de Esportes da prefeitura de Itaúna; e Antônio Cosme Damião Pereira, secretário de Esportes de São José da Lapa.

 

 

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