Participantes de reunião defendem novas discussões sobre a Aras-MG

Deputados e representantes do Governo do Estado, Ministério Público e municípios concordaram, nesta quarta-feira (27/...

27/05/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Participantes de reunião defendem novas discussões sobre a Aras-MG

Deputados e representantes do Governo do Estado, Ministério Público e municípios concordaram, nesta quarta-feira (27/5/09), que a retirada do pedido de urgência na tramitação do Projeto de Lei (PL) 3.186/09, que cria a Agência Reguladora de Águas e Saneamento do Estado (Aras-MG), é uma oportunidade para aperfeiçoar a proposta e eliminar pontos polêmicos. Eles discutiram o assunto em audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A mensagem do governador Aécio Neves retirando o pedido de urgência chegou nesta quarta (27) ao Plenário da ALMG.

O primeiro a falar na audiência pública foi o deputado Weliton Prado (PT), autor do requerimento para a realização da reunião. Ele reafirmou as críticas que tem feito ao projeto. Segundo o deputado, o objetivo do governo, ao criar a agência, é facilitar o reajuste de tarifas da Copasa, atualmente suspenso por decisão judicial. Prado disse também que a Aras-MG contraria a Lei Federal 11.445, de 2007, ao retirar dos municípios o direito de optar pela agência estadual ou pela criação de órgão semelhante em nível municipal ou regional. "As prefeituras devem ter autonomia para criar a agência municipal ou por meio de um consórcio entre os municípios da região", afirmou o deputado.

Ele defendeu, ainda, que seja incluída nas atribuições da Aras-MG a regulação da drenagem pluvial e do tratamento de resíduos sólidos. De acordo com o PL 3.186/09, a agência se restringe a regular os serviços de água e esgoto.

Governo - As críticas do deputado foram rebatidas pelo secretário de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana, Dilzon Melo. Ele afirmou que a intenção do governo, ao propor a criação da Aras-MG, não é aumentar tarifas, mas adequar o Estado à Lei Federal 11.445, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico. Melo declarou também que o PL 3.186/09 não afeta o direito de opção dos municípios. Sobre a ausência da drenagem pluvial e do tratamento de resíduos, o secretário disse que o Estado não é o responsável por esses serviços, geralmente oferecidos pelos municípios.

De acordo com Melo, a retirada do pedido de urgência na tramitação mostra que não há arbitrariedade na proposta. "Isso demonstra o compromisso do governo de discutir o assunto à exaustão", afirmou.

Copasa é alvo de críticas

Um dos pontos que mais causaram divergências na audiência pública foi a relação da Copasa com a futura agência. O promotor José Antônio Baeta criticou a participação da empresa de saneamento do Estado no processo de criação da Aras-MG. Disse, ainda, que o projeto prevê que os três integrantes do conselho diretor da agência sejam indicados pelo Governo do Estado. Ele sugeriu a criação de mais duas cadeiras no conselho, para abrigar representantes de municípios.

Baeta afirmou que a interferência do governo pode comprometer o papel fiscalizador da Aras-MG. "Ninguém está contra a Copasa, o que se quer é transparência na fixação da tarifa e na fiscalização do serviço que a empresa presta. A agência não pode ser confundida com a companhia, a agência é do Estado", declarou.

A Copasa foi alvo de críticas na reunião. O vice-presidente da Comissão de Assuntos Municipais, deputado Paulo Guedes (PT), disse que a empresa cobra tarifa pelo tratamento de esgoto em alguns municípios onde o serviço não é oferecido. O deputado Padre João (PT) afirmou que o projeto torna a agência "um braço da Copasa e do próprio governo".

O deputado Fábio Avelar (PSC) assumiu a defesa da empresa de saneamento. Segundo ele, a Copasa é objeto de críticas injustas. Sobre os reajustes de tarifa contestados na Justiça, Avelar afirmou que eles só ocorreram porque a Aras-MG ainda não foi criada. A lei federal determina que os aumentos sejam fixados pelas agências reguladoras.

Municípios - O prefeito de Alfenas, Pompílio Canavez, reivindicou a participação dos municípios na direção da Aras-MG e a liberdade das prefeituras de formar consórcios para negociar em termos mais vantajosos a prestação dos serviços de saneamento. O assessor ambiental da Associação Mineira de Municípios (AMM), Marcelo Albano Ferreira de Morais, também defendeu a maior participação dos prefeitos, mas fez elogios ao projeto que cria a agência reguladora. Para ele, a Aras-MG dará maior transparência à fixação de tarifas de água e esgoto.

Para o diretor da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Hubert Brant Moraes, a Aras-MG vai possibilitar aos municípios que têm serviços autônomos de água e esgoto desfrutarem da fiscalização do novo órgão.

Controle social - A coordenadora da Frente Estadual pelo Saneamento Ambiental, Cláudia Júlio Ribeiro, defendeu a inclusão no projeto de mecanismos de controle social sobre os serviços prestados pelas empresas do setor. Ela disse que a lei que instituiu a política de saneamento do Estado, de 1994, nunca foi de fato aplicada, e um resultado disso é a inexistência de um conselho estadual sobre o tema. A criação do conselho também foi defendida pelo presidente do Sindágua (sindicato de trabalhadores do setor), José Maria dos Santos.

O secretário Dilzon Melo afirmou que a retirada do pedido de urgência na tramitação do projeto da Aras-MG será uma oportunidade de discutir a inclusão de mecanismos de controle social na proposta e de aperfeiçoar a política estadual de saneamento.

Requerimentos - A Comissão de Assuntos Municipais aprovou os seguintes requerimentos da Comissão de Participação Popular: 3.837/09, para que seja encaminhado à Secretaria de Desenvolvimento Regional pedido de providências para apoiar o planejamento público nos municípios; 3.861/09, que solicita estudo da Secretaria de Estado Planejamento e Gestão sobre a separação dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri em regiões autônomas; e 3.864/09, que pede à Secretaria de Desenvolvimento Econômico a realização de estudos para a criação de polos de fruticultura tropical e de beneficiamento de granito no Vale do Jequitinhonha.

A comissão também aprovou requerimentos da deputada Cecília Ferramenta (PT), para visita técnica aos trechos com mais acidentes da BR-381; do deputado Wander Borges (PSB), de audiência pública sobre a construção do Terminal Rodoviário Alvorada, em Sabará; e dos deputados Wander Borges e Vanderlei Miranda (PMDB), para a realização de seminário legislativo sobre o método Apac de execução penal e ressocialização carcerária.

Presenças - Deputados Paulo Guedes (PT), vice-presidente; Ademir Lucas (PSDB), Sebastião Helvécio (PDT), Wander Borges (PSB), Domingos Sávio (PSDB), Fábio Avelar (PSC), Weliton Prado (PT), Carlin Moura (PCdoB), Padre João (PT), Antônio Júlio (PMDB) e Adelmo Carneiro Leão (PT).

 

 

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