Comissão debate crise no setor minerometalúrgico e de metal
ferroso
Os impactos da crise econômica mundial no setor
minero-metalúrgico-ferroso de Minas Gerais serão debatidos na
próxima terça-feira (26/5/09), pela Assembleia Legislativa de Minas
Gerais. A reunião, iniciativa da Comissão Extraordinária para o
Enfrentamento da Crise Econômico-Financeira Internacional, acontece
no Auditório, a partir das 15h30. Essa audiência faz parte de uma
série de encontros que a comissão vem fazendo com diversos setores
da economia mineira, com o objetivo de buscar soluções para superar
as dificuldades trazidas pela crise internacional.
De acordo com dados divulgados pela Fiemg, os
produtos minero-metalúrgicos corresponderam a 64% da pauta de
exportações do Estado em 2008. Minas Gerais é responsável por 37% da
produção brasileira de aço, e é o maior produtor e exportador
nacional de ferro-gusa. No caso de minerais não metálicos, é o maior
produtor brasileiro de cimento, com 23,54% da produção nacional. O
Estado responde ainda por 25% da produção nacional de bens de
fundição, sendo que 40% desse total é exportado.
Ainda segundo a Fiemg, em agosto de 2008, portanto
antes da crise, as empresas extrativas-minerais somavam 4.869 no
Estado, empregando 39.925 trabalhadores. A indústria metalúrgica
empregava 135.459 pessoas em suas 8.344 empresas. Havia ainda, em
Minas, 6.004 companhias de produtos minerais não-metálicos, que
ofereciam emprego a 41.131 trabalhadores.
Números como esses demonstram a importância
estratégica, econômica e social do setor para o Estado. Apesar da
recuperação no faturamento em março na comparação com fevereiro,
ainda não se conseguiu voltar aos níveis de desempenho pré-crise.
Para o presidente da comissão, deputado Sebastião Helvécio (PDT),
Minas Gerais, devido à sua característica exportadora de minérios,
foi o Estado brasileiro mais afetado. "A situação é preocupante,
pois houve uma redução geral na cadeia do minério", afirma o
parlamentar. Ele cita a estagnação do setor guseiro registrada no
início do ano, com o fechamento de diversos altos-fornos e a
demissão de centenas de trabalhadores.
"Independente de crise, o setor merece uma atenção
diferenciada", afirma Sebastião Helvécio. Por isso, ele pretende
insistir, na reunião dessa terça, em um assunto que foi debatido no
Seminário Minas de Minas, promovido pela ALMG em junho do ano
passado. Trata-se da diferença de tratamento dado pelo Governo
Federal quanto aos royalties pagos aos municípios onde se extrai
petróleo e aos mineradores. "Para se ter uma ideia, a cidade de
Campos (RJ) recebe mais royalties do que todo o Estado de Minas
Gerais. Esse assunto precisa estar na pauta das discussões da
reforma tributária", alerta o deputado.
Convidados - Foram
convidados para a reunião o secretário de Estado de Desenvolvimento
Econômico, Sérgio Alair Barroso; o presidente da Fiemg, Robson Braga
de Andrade; o presidente do Sindicato da Indústria Mineral do Estado
de Minas Gerais (Sindiextra), José Fernando Coura; o presidente do
Sindicato da Indústria do Ferro do Estado de Minas Gerais (Sindfer),
Paulino Cícero de Vasconcelos; o presidente da Federação dos
Trabalhadores da Indústria de Exportação de Minas Gerais (Ftiemg),
José Maria Soares; o presidente do Sindicato Metabase de Belo
Horizonte, Sebastião Alves de Oliveira; e o presidente da Associação
Mineira de Silvicultura, Bernardo Vasconcelos Moreira.
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