Ministério vai orientar municípios sobre programa habitacional

O Ministério das Cidades deve publicar, ainda este mês, uma resolução para orientar os municípios no cadastramento e ...

20/05/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Ministério vai orientar municípios sobre programa habitacional

O Ministério das Cidades deve publicar, ainda este mês, uma resolução para orientar os municípios no cadastramento e seleção de famílias aptas a se beneficiarem do programa federal Minha Vida, Minha Casa, que prevê construir um milhão de moradias para famílias de baixa renda. A informação é da diretora do Departamento de Produção Habitacional do órgão, Marta Garske, que participou, nesta quarta-feira (20/5/09), de audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Realizada a pedido do deputado Carlos Gomes (PT), a reunião teve por objetivo debater o programa e avaliar os benefícios e impactos de sua execução no Estado.

A informação foi uma resposta aos questionamentos de representantes de movimentos sociais sobre a necessidade de se assegurar o controle da população no processo de seleção das famílias, para se evitar o uso eleitoreiro na escolha dos beneficiados. Marta Garske admitiu que essa é uma preocupação do Ministério e que algumas exigências estão sendo pensadas para assegurar maior transparência possível nos convênios com os municípios.

Ela citou como exemplo a obrigatoriedade de a prefeitura fazer uma ampla divulgação da relação de pessoas selecionadas; utilizar um cadastro único que reúna a situação socioeconômica da população de baixa renda de todos os municípios; cruzar os dados de diferentes fontes como FGTS, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Receita Federal, entre outros. "Claro que cada município também pode estabelecer critérios locais nesta seleção", ponderou. Marta Garske anunciou que o Ministério também se prepara para disponibilizar às prefeituras CDs com um programa que facilitaria esse controle e o cadastro das famílias.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Pública, Dilzon Melo, reforçou a preocupação ao dizer que não é possível à Secretaria fiscalizar se todos os dados apresentados pela prefeitura são corretos. "Não temos como ir a cada município para checar as informações". Ele lembrou que é sabido que muitos vereadores ou prefeitos beneficiam pessoas por interesse próprio, em detrimentos de outros com mais necessidade.

Deputados elogiam programa, mas alertam para riscos

O superintendente regional da Caixa Econômica Federal (CEF), Rômulo Martins de Freitas, disse que a meta do programa é acabar com 14% do déficit habitacional atual. Segundo ele, serão construídas 400 mil casas para famílias que ganham até três salários mínimos e outras 400 mil para a faixa de três a seis mínimos. Já aqueles que recebem de seis a dez salários terão 200 unidades disponíveis. Rômulo explicou que cabe à CEF analisar os projetos apresentados pelas construtoras e contratar as obras, e aos Estados e municípios indicarem as famílias a serem atendidas. Marta Garske acrescentou que para as famílias que ganham até três salários, a prestação da casa própria equivalerá a 10% da renda bruta do comprador, com parcelas mínimas de R$ 50, divididas em dez anos.

Para o deputado Carlos Gomes, o programa habitacional é de grande importância, pois diminui o décifit habitacional, gera emprego e renda. Segundo o deputado, o Minha Casa, Minha Vida vai receber cerca de R$ 60 milhões para "reaquecer o setor da construção civil, evitando que vários trabalhadores fiquem desempregados".

A deputada Maria Tereza Lara (PT) acredita que o projeto somente será concretizado se estabelecer parcerias com os movimentos sociais. "Precisamos unir esforços para que Minas saia na frente", convocou. Doutor Rinaldo (PSB) acrescentou que a eficácia do projeto pode ser aumentada se as parcerias forem estendidas também aos municípios e Estados. Já o deputado Paulo Guedes (PT) afirmou que as prefeituras e câmaras municipais precisam ser melhor informadas sobre como participar do programa. Adelmo Carneiro Leão (PT) sugeriu que os repasses de ICMS para os municípios sejam aplicados também na construção das moradias.

Para a coordenadora da União Estadual por Moradia Popular (Uemp), Antônia de Pádua, o programa é um sonho do movimento popular. Ela elogiou a facilidade de pagamento das prestações, mas criticou o número de unidades. Ela teme que a construção de muitas casas em pouco tempo pode comprometer a qualidade das moradias. "Corremos o risco de ficarmos em um lugar distante, isolado da população e sem infraestrutura", advertiu.

Requerimentos - Durante a reunião, foi aprovado requerimento de autoria da presidente da comissão, deputada Cecília Ferramenta (PT), para a realização de audiência pública com representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit). A deputada quer informações sobre as obras de duplicação da BR-381, anunciada pelo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Também foram aprovados um projeto de lei e dois requerimentos que dispensam a apreciação do Plenário.

Presenças - Deputadas Cecília Ferramenta (PT), presidente, e Maria Tereza Lara (PT); e deputados Paulo Guedes (PT), Ademir Lucas (PSDB), Sebastão Helvécio (PDT), Carlos Gomes (PT), Wander Borges (PSB), Doutor Rinaldo (PSB) e Adelmo Carneiro Leão (PT).

 

 

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